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02/10/2000 - 04h15

Disputa no segundo turno no Rio será entre criador e criatura

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da Folha de S.Paulo, no Rio
e da Folha Online

O candidato do PTB e ex-prefeito do Rio Cesar Maia será o adversário do prefeito Luiz Paulo Conde (PFL) no segundo turno das eleições para a Prefeitura do Rio. Será um embate entre criador e criatura: Conde foi secretário de Urbanismo de Maia e teve o apoio do então prefeito para eleger-se em 1996.

Maia venceu a vice-governadora Benedita da Silva (PT) por uma diferença de 13.439 votos (de um total de 3.541.103).

Conde teve 34,69% dos votos (1.124.915 votos). Maia 23,04% (747.132), Benedita 22,63% (733.693) e Leonel Brizola (PDT) 9,1% (295.123). A abstenção estava em 16,43% (696.276).

Ao tomar conhecimento de que enfrentaria Maia no segundo turno, Luiz Paulo Conde exclamou: "Que venga el toro!". Conde é descendente de espanhóis.

Disse ainda que espera "que venham grosserias e calúnias (de Cesar Maia), porque este é o estilo dele". E completou: "Não vou cair em provocações, mas também não vou ficar acuado."

Ele disse ter certeza do apoio do governador Anthony Garotinho (PDT, partido pelo qual concorreu Leonel Brizola). "Acho que será importante para o Rio que estejamos unidos para termos mais força na federação", disse.

Benedita disse que Conde e Maia "têm projetos iguais, que merecem a oposição do PT". "Eles governaram o Rio nos últimos oito anos. Foram oito anos de exclusão social. O projeto deles é o mesmo. Um pode fazer uma maquiagem maior do que o outro, mas as gestões são idênticas. Somos oposição a esse tipo de administração."

Duas horas antes, seu coordenador de campanha, deputado Jorge Bittar (PT-RJ), deu uma entrevista de 40 minutos detalhando os planos para a campanha de Benedita para o segundo turno.

A pequena diferença entre o total de votos de Cesar Maia e Benedita é ainda inferior ao ocorrido nas duas eleições municipais anteriores, em 1992 e 1996.

Em 1992, Maia, então candidato do PMDB, ficou com 84.977 votos a mais que Cidinha Campos, candidata do PDT, e foi para o segundo turno. Em 1996, Sergio Cabral, à época no PSDB, conseguiu 88.085 votos a mais do que Chico Alencar (PT).

Além de não ter o apoio do governador, Maia também terá contra si outra força política do Estado, o deputado Sergio Cabral (PMDB), presidente da Assembléia Legislativa. Mas o ex-prefeito poderá contar com um apoio valioso: de Brizola.

Apesar de ter dito que existe a possibilidade de o partido recomendar o voto em branco, Brizola não descartou a possibilidade de apoiar o candidato do PTB, uma vez que ele está sob um "guarda-chuva trabalhista".

Maia concorreu com o apoio de uma frente formada por 10 partidos _entre eles o PL e o PPS. Sua ida ao segundo turno dá fôlego à intenção de Ciro Gomes, candidato à Presidência pelo PPS, de fincar base eleitoral no Estado.

Conde já deu mostras de como pretende neutralizar uma das armas que devem ser usadas contra ele no segundo turno. Logo após votar, às 11h30, ao ser questionado sobre se espera o apoio do presidente Fernando Henrique Cardoso, respondeu que quer "o apoio da população".

A resposta do candidato mostra o cuidado de Conde em manter-se longe da imagem de político ligado à base de sustentação do governo federal.

Em entrevista após o resultado, Maia centrou suas críticas ao Ibope. "Meu adversário é o Ibope, estou enojado, não posso ficar disputando eleições com o Ibope." Ele afirmou que vai pedir hoje ao TRE do Rio a suspensão do instituto no segundo turno.

Ele se referia ao fato de a pesquisa de boca-de-urna do instituto ter afirmado que Benedita teria 22% da intenções de voto, e Maia, 21%. A margem de erro era de 1,3%. O presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, disse que as previsões feitas pela instituto mostravam que as eleições no Rio "seriam dramáticas, o que foi confirmado". Ele qualificou Maia de "palhaço" e disse que ele "está se mostrando totalmente destemperado".

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