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01/08/2006
-
14h24
FELIPE NEVES
da Folha Online
Com cerca de 1% das intenções de votos, Ana Maria Rangel (PRP) lançou oficialmente nesta terça-feira sua candidatura à Presidência da República. A empreitada, no entanto, pode ser frustrada a qualquer momento, já que corre no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) um processo de impugnação. A decisão pode sair até o próximo dia 23.
"Finalmente estamos colocando a campanha na rua, depois de tudo que aconteceu", afirmou Ana Maria em entrevista coletiva em São Paulo. Ela se referia à denúncia de extorsão que fez contra o presidente do PRP (Partido Republicano Progressista), Ovasco Roma Altimari Resende, que pode lhe custar, inclusive, a própria candidatura.
Isso porque, com o "racha", Ana Maria pediu seu registro na eleição por conta própria, e não pela sigla, como prevê a legislação eleitoral. Ela argumenta que foi a candidata indicada pela convenção do partido --e que pode provar isso--, enquanto Resende diz que não houve consulta. "A convenção existiu e eu fui aclamada candidata", declarou ela.
O último capítulo deste imbróglio jurídico aconteceu ontem, quando Ana Maria ajuizou no TSE um pedido de intervenção partidária, com pedido de liminar, contra Resende e o vice-presidente do PRP, Oswaldo Oliveira.
Na petição, ela relata um suposto sistema de corrupção dentro do partido, "uma espécie de caixa dois". Segundo a candidata, ela teria sido "extorquida pelo presidente nacional a pagar R$ 14 milhões, que seriam distribuídos entre os diretórios regionais e estaduais, a título de apoio político".
Inconsistente
No lançamento da candidatura, Ana Maria adotou um discurso inconsistente e não apresentou nenhuma proposta concreta de governo. Ela disse que não ia fazer como outros políticos que fazem campanhas com promessas, mas não as cumprem quando chegam ao poder.
"Eu sei o que está errado. Estamos buscando as pessoas certas em cada setor", disse, mencionando especificamente --sem dizer como vai melhorar-- a "alta taxa de juros", a carga tributária e a falta de segurança, que, em sua opinião, atrapalha o investimento externo.
Ainda sobre a economia, ela criticou a gestão Lula, e pregou uma independência para o empresariado. "O governo não tem que se meter na economia. E o que está acontecendo agora? O governo está atrapalhando", afirmou.
A candidata, que é empresária e fez sua carreira nos Estados Unidos, insistiu em um tom nacionalista, apelando até para alguns chavões. "Eu não quero brasileiro sendo brasileiro só em Copa do Mundo ou em Fórmula 1", disse. "Não adianta falar que não tem jeito. Tem jeito sim!", afirmou enfática.
Ao mencionar os escândalos de corrupção que atingiram o país recentemente, ela aproveitou para se definir como defensora da moral e da ética. "Estou aqui para fazer o bem. Não estou aqui para me dar bem", disse. "Todo mundo está querendo sair [do Brasil]. Eu estou voltando."
Ela viajou para os EUA em 1987, onde é dona de uma empresa no ramo de transporte. "Eu venci lá fora. Para mim, seria muito mais cômodo ficar lá. Mas quero fazer algo pelo meu país", afirmou. "Nós não devíamos precisar ir para fora para vencer. O povo brasileiro merece uma vida melhor."
2º turno
Apesar de desconhecida e do inexpressivo desempenho nas pesquisas, Ana Maria e seus companheiros estão confiantes em suas chances na disputa presidencial. "Não estamos fazendo figuração", disse a candidata a vice-presidente da chapa, Delma Gama. "Essa chapa vai incomodar bastante. Se duvidar, vai chegar ao Planalto."
Questionada sobre quem ela apoiaria em um eventual segundo turno entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), Ana Maria afirmou que ainda não decidiu. Ela não soube dizer com quem tinha mais afinidade política, tomando como base as recentes administrações dos dois.
Ana Maria também não conseguiu definir sua posição no cenário político. E apelou para outro chavão. "Eu não gosto de dar o peixe, gosto de ensinar a pescar. Essa é minha filosofia, não sei se ela se encaixa na direita ou na esquerda", concluiu.
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da Folha Online
Com cerca de 1% das intenções de votos, Ana Maria Rangel (PRP) lançou oficialmente nesta terça-feira sua candidatura à Presidência da República. A empreitada, no entanto, pode ser frustrada a qualquer momento, já que corre no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) um processo de impugnação. A decisão pode sair até o próximo dia 23.
"Finalmente estamos colocando a campanha na rua, depois de tudo que aconteceu", afirmou Ana Maria em entrevista coletiva em São Paulo. Ela se referia à denúncia de extorsão que fez contra o presidente do PRP (Partido Republicano Progressista), Ovasco Roma Altimari Resende, que pode lhe custar, inclusive, a própria candidatura.
Isso porque, com o "racha", Ana Maria pediu seu registro na eleição por conta própria, e não pela sigla, como prevê a legislação eleitoral. Ela argumenta que foi a candidata indicada pela convenção do partido --e que pode provar isso--, enquanto Resende diz que não houve consulta. "A convenção existiu e eu fui aclamada candidata", declarou ela.
O último capítulo deste imbróglio jurídico aconteceu ontem, quando Ana Maria ajuizou no TSE um pedido de intervenção partidária, com pedido de liminar, contra Resende e o vice-presidente do PRP, Oswaldo Oliveira.
Na petição, ela relata um suposto sistema de corrupção dentro do partido, "uma espécie de caixa dois". Segundo a candidata, ela teria sido "extorquida pelo presidente nacional a pagar R$ 14 milhões, que seriam distribuídos entre os diretórios regionais e estaduais, a título de apoio político".
Inconsistente
No lançamento da candidatura, Ana Maria adotou um discurso inconsistente e não apresentou nenhuma proposta concreta de governo. Ela disse que não ia fazer como outros políticos que fazem campanhas com promessas, mas não as cumprem quando chegam ao poder.
"Eu sei o que está errado. Estamos buscando as pessoas certas em cada setor", disse, mencionando especificamente --sem dizer como vai melhorar-- a "alta taxa de juros", a carga tributária e a falta de segurança, que, em sua opinião, atrapalha o investimento externo.
Ainda sobre a economia, ela criticou a gestão Lula, e pregou uma independência para o empresariado. "O governo não tem que se meter na economia. E o que está acontecendo agora? O governo está atrapalhando", afirmou.
A candidata, que é empresária e fez sua carreira nos Estados Unidos, insistiu em um tom nacionalista, apelando até para alguns chavões. "Eu não quero brasileiro sendo brasileiro só em Copa do Mundo ou em Fórmula 1", disse. "Não adianta falar que não tem jeito. Tem jeito sim!", afirmou enfática.
Ao mencionar os escândalos de corrupção que atingiram o país recentemente, ela aproveitou para se definir como defensora da moral e da ética. "Estou aqui para fazer o bem. Não estou aqui para me dar bem", disse. "Todo mundo está querendo sair [do Brasil]. Eu estou voltando."
Ela viajou para os EUA em 1987, onde é dona de uma empresa no ramo de transporte. "Eu venci lá fora. Para mim, seria muito mais cômodo ficar lá. Mas quero fazer algo pelo meu país", afirmou. "Nós não devíamos precisar ir para fora para vencer. O povo brasileiro merece uma vida melhor."
2º turno
Apesar de desconhecida e do inexpressivo desempenho nas pesquisas, Ana Maria e seus companheiros estão confiantes em suas chances na disputa presidencial. "Não estamos fazendo figuração", disse a candidata a vice-presidente da chapa, Delma Gama. "Essa chapa vai incomodar bastante. Se duvidar, vai chegar ao Planalto."
Questionada sobre quem ela apoiaria em um eventual segundo turno entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), Ana Maria afirmou que ainda não decidiu. Ela não soube dizer com quem tinha mais afinidade política, tomando como base as recentes administrações dos dois.
Ana Maria também não conseguiu definir sua posição no cenário político. E apelou para outro chavão. "Eu não gosto de dar o peixe, gosto de ensinar a pescar. Essa é minha filosofia, não sei se ela se encaixa na direita ou na esquerda", concluiu.
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