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17/08/2006 - 22h52

Lino Rossi não declara carro comprado por empresa da máfia dos sanguessugas

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HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande

A Van Fiat Ducato comprada por uma empresa da máfia das sanguessugas, transferida ao deputado Lino Rossi (PP-MT) e que depois ficou com o senador Magno Malta (PL-ES) não apareceu nas declarações de bens de Rossi, entregues à Justiça Eleitoral em 2002 e 2006.

A situação levanta suspeita sobre a versão de que o carro sempre pertenceu a Rossi e foi emprestado ao senador, de setembro de 2003 a julho de 2005, sem que Magno Malta tivesse qualquer ligação com a máfia dos sanguessugas ou soubesse da origem da Van.

Documentos entregues à Justiça Federal pelos empresários Darci José Vedoin e seu filho Luiz Antonio apontam que a Van foi comprada em dezembro de 2001 e repassada para Rossi em janeiro de 2002 como pagamento de propina por emendas ao Orçamento.

Conforme Darci disse à Justiça, Rossi acertou com Magno Malta o pagamento de 10% de propina em troca de emendas do senador. O Fiat Ducato teria sido um adiantamento.

Mas essa Van, segundo Darci, já estava em poder de uma factoring de Cuiabá. Luiz Antonio afirma que emitiu, então, um cheque no valor de R$ 50 mil, em 1º de setembro de 2003 (anexado aos documentos da Justiça), para resgatar o veículo supostamente entregue por Rossi ao senador.

Na declaração de 2002 à Justiça, Rossi afirmou possuir R$ 169,5 mil de patrimônio. O Fiat Ducato, na época avaliado em R$ 43 mil, não está na relação de bens.

Informado de que a Van não fora comunicada à Justiça Eleitoral nas declarações de 2002 e 2006, Rossi afirmou que vendeu o veículo, devolvido a ele em julho de 2005.

Mas, na declaração feita neste ano, o deputado diz que empobreceu, reduzindo seus bens a R$ 146 mil (um apartamento e um veículo reboque).
Conforme Darci, o senador não destinou verbas para a Saúde e, por isso, Rossi retomou o carro.

"Um dos débitos que eu tenho com o Darci é esse do carro. E quem arrumou ele para o Magno fui eu. Ela [a Van] era minha", disse ontem o deputado.
"Eu já andava com esse carro há três anos. Ele [o senador] me devolveu um ano depois. Foi [usado por Magno] para carregar uma banda gospel. O Magno não tem nada com isso [máfia dos sanguessugas]", afirmou Rossi.

O senador afirmou que tomou emprestada a Van de Rossi, pois o deputado era seu amigo. Ele negou qualquer envolvimento com a máfia dos sanguessugas.

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