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20/08/2006 - 09h09

Caçula entre os partidos, PRB aproxima Lula dos evangélicos

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da Folha de S.Paulo

Caçula dos 29 partidos brasileiros, registrado oficialmente no Tribunal Superior Eleitoral em março deste ano, o Partido Republicano Brasileiro (PRB) é uma incógnita política que dá suporte ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sobretudo na estratégia de aproximação com os evangélicos. A legenda que abriga o vice-presidente, José Alencar, é controlada por religiosos da Igreja Universal, apesar de seus principais líderes negarem essa ligação.

A relação do partido com a igreja é tratada como tabu, o que dificulta o acesso a seus principais dirigentes.

A Folha passou uma semana à procura do Bispo Natal Wellington Rodrigues Furucho, que aparece no site do TSE como presidente da legenda. Na sede do partido, em Brasília, ninguém informava se Natal estava na capital.

Em clima de mistério, os atendentes não explicam qual função exercem. Informaram que não havia assessoria de imprensa. Após vários contatos, forneceram telefone do Rio.

A linha é do departamento de projetos da Igreja Universal. Lá, a reportagem foi orientada a procurar Vitor Paulo dos Santos, atual presidente nacional do PRB, e recebeu outro número para falar com Natal, onde funciona o comitê central do senador Marcelo Crivella, candidato ao governo do Estado.

Troca-troca

Em 30 de junho, o PRB informou ao TSE a mudança na presidência. Vitor Paulo era presidente da legenda em SP. O tribunal aguarda despacho oficial para alterar os nomes no site. Natal agora é coordenador geral e financeiro da campanha de Crivella, o único candidato majoritário da legenda no país.

No PRB, em SP, também é difícil desvendar por onde andam os dirigentes da legenda. A Folha conversou com a assessoria de imprensa de Vitor Paulo por uma semana e enviou e-mails. Em nenhum momento foi avisada que ele havia se tornado o presidente nacional do PRB.

Vitor Paulo só foi localizado em celular (veja entrevista). Na convenção nacional de 24 de junho, quando foi formalizada a candidatura de Lula à reeleição na coligação PT-PRB, ele era o representante da legenda.

Natal retornou as ligações da Folha na noite de sexta-feira. Explicou que deixou a presidência para se dedicar "full time" à campanha de Crivella. Disse estar licenciado há sete anos das tarefas religiosas e que atua na administração de empresas ligadas à Universal.
Segundo Natal, o nanico PRB poderá eleger bancada de 15 a 16 deputados federais.

A aposta da legenda para ultrapassar a cláusula de barreira (obrigatoriedade de atingir 5% dos votos válidos para a Câmara em até nove Estados) é lançar nomes badalados nos Estados, como o da ex-primeira-dama Rosane Collor, em Alagoas. O cantor de pagode Netinho, do Negritude Jr., era outra aposta, abandonada no meio do caminho, sem maiores explicações.

A saída de José Alencar da legenda logo após a eleição, segundo ele, é "boato". "Na fundação do PRB, nosso momento mais difícil, o José Alencar estava conosco. Temos uma relação de ideologia", afirma.

Os dois únicos deputados do PRB, Vieira Reis (RJ) e José Divino (RJ), foram citados na máfia dos sanguessugas e deixaram a legenda. O partido, hoje com 3.295 filiados, não deve ultrapassar a cláusula de barreira.

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