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22/08/2006 - 00h19

Em reduto tucano, FHC é aplaudido por mencionar Roberto Jefferson

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FELIPE NEVES
da Folha Online

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso elogiou na noite desta segunda-feira (21) o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que denunciou o suposto esquema do mensalão. Apesar disso, ele admitiu seu envolvimento no mesmo e teve seu mandato na Câmara dos Deputados cassado.

FHC, que concedeu uma palestra sobre ética e cidadania em um hotel na zona sul de São Paulo, disse que a sociedade brasileira precisa de "curtos-circuitos" para que as coisas aconteçam. E mencionou as denúncias do petebista.

"Vou dar um exemplo banal e recente --não tão banal assim. Se o Roberto Jefferson não tivesse feito o que fez, tudo estaria como dantes no quartel de Abrantes, ninguém saberia nada. Ele foi lá e fez", disse o tucano.

Essas palavras arrancaram aplausos das cerca de 200 pessoas, na grande maioria eleitores declarados do PSDB, que formavam a platéia do evento. Entre elas estava José Serra, candidato ao governo de São Paulo pelo partido, que chegou durante a palestra de FHC e não fez nenhuma declaração.

Para o ex-presidente, "nós, no Brasil de hoje, estamos assistindo a um descalabro sem tamanho". Em sua opinião, os recentes escândalos políticos podem levar até a uma crise institucional. "Nós estamos assistindo à corrupção, não é de pessoas, é de uma instituição, que é o Congresso Nacional."

FHC, que chegou até a citar Carlos Lacerda, defendeu que o país precisa cobrar os órgãos públicos e o governo. Segundo ele, não se trata apenas de uma fiscalização da oposição, mas também da participação coletiva e popular.

"Há uma crise realmente forte no Brasil. E nós estamos vivendo essa crise quase como cada um em sua casa lendo o jornal e se indignando sozinho", afirmou FHC, que elogiou a atuação da imprensa.

"Eu creio que, nesse sentido, tem havido no Brasil, muita omissão. Quando eu digo muita omissão, não estou excluindo nem a mim, nem a lideranças políticas, nem a nenhum partido, porque ela é geral", acrescentou.

Eleições

O ex-presidente disse que não podia se pronunciar em nome do PSDB sobre as eleições porque não está envolvido nas coordenações das campanhas, nem ocupa um cargo de direção.

Ele declarou, no entanto, que espera que a candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência da República tenha um avanço significativo nas pesquisas com o início do horário eleitoral gratuito.

FHC admitiu que o PSDB não tem a mesma capacidade que o PT para mobilizar a militância e dar suporte aos candidatos. "É verdade que, fora o PT, os outros partidos não têm tanta organicidade", disse.

Nessa linha, o ex-presidente classificou de "inaceitável" a atitude do governador do Ceará, Lúcio Alcântara, que, mesmo sendo do PSDB, manifestou publicamente apoio à reeleição do petista Luiz Inácio Lula da Silva.

"Eleição é muito importante. Mas tão importante quanto a eleição é o comportamento afirmativo, tem que ter lado. A gente tem que ter posição política. Você pode perder a eleição, mas você não pode perder a dignidade, não pode perder a sua linha", criticou.

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