Publicidade
Publicidade
22/08/2006
-
00h31
ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília
Esgotado o prazo, apenas o deputado Marcelino Fraga (PMDB-ES) renunciou ao mandato para evitar o processo de cassação por estar envolvido com a máfia dos sanguessugas. O deputado teria recebido R$ 35 mil do esquema. Seu assessor recebeu mais R$ 10 mil, conforme depoimento de Luiz Antonio Vedoin, sócio da Planam, cabeça da quadrilha.
Além dele, o deputado Coriolano Sales (PFL-BA) também abriu mão do mandato, mas a decisão foi tomada na semana passada. Os demais apostam no curto período que resta desta legislatura para escaparem da cassação.
O quadro ainda pode mudar dependendo da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Onze deputados acusados de envolvimento no esquema ingressaram no STF para tentar retardar a abertura do processo no Conselho de Ética. O STF já indeferiu uma liminar, mas três ainda precisam ser julgadas. Se atender aos deputados, o prazo para a renúncia será aberto novamente.
Processos
Com a decisão de Fraga e Coriolano, o número de processos que serão abertos no Conselho de Ética da Câmara foi reduzido para 67. No total, a CPI dos Sanguessugas denunciou 69 deputados e três senadores.
Políticos experientes citam dois motivos para que a maioria dos deputados acusados tenha optado por enfrentar o processo político e a ameaça de perder o mandato e os direitos políticos por oito anos. Primeiro, a pressão dos partidos, que ficariam muito expostos neste período pré-eleitoral. Se poucos renunciassem, os nomes e as legendas dos que decidissem por esse caminho ficariam muito expostos, como ocorreu com Coriolano Sales.
Segundo, por pressão dos próprios deputados denunciados. Quanto maior o número de processos, mais difícil é a cassação dos envolvidos, como ficou comprovado no escândalo do mensalão. Dos 14 que enfrentaram o processo, apenas três foram cassados.
A conta dos sanguessugas que apostam no corporativismo é que, se cada um dos acusados conseguir o apoio de mais quatro colegas, o deputado sai ileso de um processo de cassação.
Plantão
A Mesa da Câmara esteve de plantão até a meia-noite desta segunda-feira no aguardo das renúncias. O prazo é o limite para que o Diário Oficial do Congresso seja confeccionado. Só valem as renúncias que estiverem publicadas no D.O desta terça-feira (22), quando o presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), instaura os processos. Depois disso, as renúncias não têm mais o efeito de paralisar as investigações.
Assessores dos deputados denunciados ficaram na Câmara até tarde sinalizando que muitos deputados não estavam convictos da decisão de enfrentar o processo. Acabaram apostando na pizza.
Leia mais
CPI dos Sanguessugas denuncia 72 parlamentares; veja lista
CPI dos Sanguessugas absolve 18 parlamentares
Especial
Leia a cobertura completa sobre a máfia das ambulâncias
Enquete: os depoimentos dos empresários sanguessugas devem ser usados como provas?
Apenas dois sanguessugas renunciam aos mandatos
Publicidade
da Folha Online, em Brasília
Esgotado o prazo, apenas o deputado Marcelino Fraga (PMDB-ES) renunciou ao mandato para evitar o processo de cassação por estar envolvido com a máfia dos sanguessugas. O deputado teria recebido R$ 35 mil do esquema. Seu assessor recebeu mais R$ 10 mil, conforme depoimento de Luiz Antonio Vedoin, sócio da Planam, cabeça da quadrilha.
Além dele, o deputado Coriolano Sales (PFL-BA) também abriu mão do mandato, mas a decisão foi tomada na semana passada. Os demais apostam no curto período que resta desta legislatura para escaparem da cassação.
O quadro ainda pode mudar dependendo da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Onze deputados acusados de envolvimento no esquema ingressaram no STF para tentar retardar a abertura do processo no Conselho de Ética. O STF já indeferiu uma liminar, mas três ainda precisam ser julgadas. Se atender aos deputados, o prazo para a renúncia será aberto novamente.
Processos
Com a decisão de Fraga e Coriolano, o número de processos que serão abertos no Conselho de Ética da Câmara foi reduzido para 67. No total, a CPI dos Sanguessugas denunciou 69 deputados e três senadores.
Políticos experientes citam dois motivos para que a maioria dos deputados acusados tenha optado por enfrentar o processo político e a ameaça de perder o mandato e os direitos políticos por oito anos. Primeiro, a pressão dos partidos, que ficariam muito expostos neste período pré-eleitoral. Se poucos renunciassem, os nomes e as legendas dos que decidissem por esse caminho ficariam muito expostos, como ocorreu com Coriolano Sales.
Segundo, por pressão dos próprios deputados denunciados. Quanto maior o número de processos, mais difícil é a cassação dos envolvidos, como ficou comprovado no escândalo do mensalão. Dos 14 que enfrentaram o processo, apenas três foram cassados.
A conta dos sanguessugas que apostam no corporativismo é que, se cada um dos acusados conseguir o apoio de mais quatro colegas, o deputado sai ileso de um processo de cassação.
Plantão
A Mesa da Câmara esteve de plantão até a meia-noite desta segunda-feira no aguardo das renúncias. O prazo é o limite para que o Diário Oficial do Congresso seja confeccionado. Só valem as renúncias que estiverem publicadas no D.O desta terça-feira (22), quando o presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), instaura os processos. Depois disso, as renúncias não têm mais o efeito de paralisar as investigações.
Assessores dos deputados denunciados ficaram na Câmara até tarde sinalizando que muitos deputados não estavam convictos da decisão de enfrentar o processo. Acabaram apostando na pizza.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice