Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
24/08/2006 - 17h43

Lei eleitoral proíbe novela de fazer apologia a candidata

Publicidade

JAMES CIMINO
da Folha Online

O autor da novela "Páginas da Vida", Manoel Carlos, pode ter problemas com a legislação eleitoral, caso coloque no ar a personagem juíza Tereza (interpretada por Renata Sorrah), que, segundo o próprio autor, foi inspirada na juíza Denise Frossard (PPS), candidata ao governo do Rio de Janeiro, conforme revelou ontem o "Painel" da Folha de S.Paulo, editado por Renata Lo Prete.

De acordo com a sinopse original da novela, a juíza Tereza seria uma combatente do crime organizado, que, após sofrer uma ameaça de morte, passaria a andar armada. Renata Sorrah chegou a fazer aulas de tiro para o papel.

A lei eleitoral, no capítulo que versa sobre propaganda eleitoral gratuita, diz que é vetado às emissoras de rádio e TV "veicular ou divulgar filmes, novelas, minisséries ou qualquer outro programa com alusão ou crítica a candidato ou partido político, mesmo que dissimuladamente", em época de campanha.

O TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral) declarou que, "até o momento, nenhum partido se manifestou contra a veiculação da personagem". Portanto, a assessoria do tribunal afirma que, por enquanto, o assunto é "hipotético", já que a personagem ainda não apareceu. "Pode ser que a juíza seja inspirada na candidata, mas não tenha um nome parecido nem lide contra o crime organizado. Mas a lei é clara quanto a isso. Não pode haver veiculação de nada que deprecie ou enalteça qualquer candidato."

Outro lado

Manoel Carlos disse que já cogita a hipótese de mudar a personagem ou mesmo tirá-la da história. Indagado se não temia que, em época de eleição, a personagem pudesse ser considerada como propaganda política pró Denise Frossard, Maneco, como é conhecido, afirmou que não permitirá que sua novela seja usada para tal fim.

"A TV Globo não permite que se fale em política em época de eleição. Se ficar caracterizado que o meu personagem pode influenciar os eleitores, eu serei o primeiro a eliminá-lo. Pelo interesse que o assunto está despertando, já penso em mudar a personagem. Não vai ser preciso que ninguém me peça. E, menos ainda, que me obriguem a fazê-lo", declarou o autor.

Manoel Carlos, no entanto, afirma que o personagem "foi criado e figura na minha sinopse, desde julho do ano passado. Acredito que nessa época a sra. Denise Frossard ainda não era candidata ao governo do Rio. Para criar o papel, minhas pesquisadoras entrevistaram algumas juízas, inclusive a sra. Frossard. O meu personagem é um 'mix' de todas as informações que eu recebi sobre o trabalho dessas mulheres", relata o autor, que também afirma desconhecer pessoalmente a candidata.

Leia mais
  • Relação política x novela é antiga
  • Para especialista, novela ajuda a entender política

    Especial
  • Leia cobertura completa das eleições 2006
  • Política na Literatura e no Cinema - Filmes
  • Política na Literatura e no Cinema - Livros
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página