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25/08/2006 - 11h07

Governo pagou a ONG de amigo de Lula R$ 7,4 milhões

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MARTA SALOMON
LETÍCIA SANDER
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O Programa Primeiro Emprego, do Ministério do Trabalho, pagou R$ 7,4 milhões à ONG Oxigênio Desenvolvimento de Políticas Públicas e Sociais, que tem entre seus dirigentes o petista Francisco Dias Barbosa, o Chicão, ex-companheiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no sindicato dos metalúrgicos.

O valor coloca a entidade em terceiro lugar no ranking das organizações não-governamentais que mais receberam recursos públicos do programa, segundo pesquisa do site Contas Abertas. O Primeiro Emprego é uma das principais ações do governo para treinamento e capacitação de jovens sem experiência no mercado de trabalho. Até a última segunda, as ONGs haviam recebido um total de R$ 122,5 milhões.

Barbosa aparece como responsável pela Oxigênio na assinatura de dois convênios com o ministério, em dezembro de 2004 e novembro de 2005. Ele responde pela secretaria de finanças, mas nega que a entidade tenha sido favorecida em conseqüência das ligações com Lula, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, ou o PT.

De acordo com o ministério, a ONG foi escolhida como uma das entidades "âncoras" dos Consórcios Sociais da Juventude com base em critérios técnicos. Essas entidades são escolhidas sem licitação.

Os convênios previam o treinamento de 4.000 jovens em Guarulhos (SP). Dos primeiros 2.000, 1.182 teriam conseguido emprego com carteira assinada, segundo Martha Del Bello, presidente da ONG. Dos demais 2.000, só 203 obtiveram vagas no mercado de trabalho --um terço da meta fixada pelo Ministério do Trabalho.

A ONG também assinou convênio para a implantação de uma rede de recondicionamento de computadores por R$ 500 mil, ainda não liberados pelo governo. O site da Oxigênio mostra que a entidade tem entre suas parceiras empresas estatais --são citadas Infraero, Eletrobrás e Banco do Brasil.

Outra entidade dirigida por amigo de Lula, a Ágora, teve contrato rompido com o ministério por determinação do TCU (Tribunal de Contas da União), após serem constatadas irregularidades nos convênios. Na ocasião, a Ágora havia recebido R$ 7,5 milhões.

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