Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
26/08/2006 - 16h15

Eleição deve renovar mais de 60% da Câmara, dizem especialistas

Publicidade

ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília

O índice de renovação da Câmara dos Deputados após as eleições deve chegar a 62%, segundo estimativa do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar). Historicamente os índices de renovação da Câmara oscilam entre 40% e 60%. Em 2002, o índice de renovação foi de 46%.

O percentual deve aumentar porque os técnicos do Diap acreditam que os eleitores devem rechaçar nas urnas os candidatos suspeitos de envolvimento com denúncias, como a máfia das ambulâncias e o mensalão.

A expectativa é que o eleitorado opte por nomes novos para tentar "limpar" a Câmara. Seria uma reação à decisão do plenário da Câmara, que negou o pedido de cassação de 11 mensaleiros, por exemplo.

O Diap, a consultoria Arko Advice e o cientista político David Fleischer fazem esse trabalho de futurologia há anos. Os três concluíram que o PT será o partido mais punido nas urnas e o PMDB deverá eleger a maior bancada.

Os votos dos petistas deverão migrar para partidos de esquerda como PSB, PDT e PPS. Já o crescimento do PMDB, PFL e PSDB será decorrente da perda de vagas no parlamento do PTB, PP e PL, os partidos do 'mensalão'.

"Este Congresso vai pagar um preço alto em função da paralisação nas votações, da eleição de Severino Cavalcanti [para a presidência da Casa] e das denúncias do mensalão e sanguessuga. Houve uma série de matérias importantes aprovadas, como as reformas do Judiciário e Eleitoral, mas isso ficou em segundo plano por causa da crise", avalia Antonio Augusto de Queiroz, diretor de documentação do Diap.

Bancada

Pelas análises do Diap, da Arko Advice e do professor David Fleischer, o PMDB deverá eleger de 80 a 110 deputados em outubro. Em 2002, o partido elegeu 75. A bancada hoje soma 82 parlamentares. O PT, que nas últimas eleições emplacou 91 deputados e hoje tem 81, deve eleger entre 45 a 75 deputados.

Fleischer é o mais pessimista. Para ele, o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve chegar à Câmara com no máximo 50 parlamentares em 2007.

O PFL, que elegeu 84 e encerra a legislatura com 65, deve eleger entre 65 e 80 deputados em outubro. O PSDB também não deverá crescer. O partido elegeu 70 deputados em 2002 e tem hoje 58 representantes, deverá eleger de 65 a 80 deputados em outubro.

Analistas políticos avaliam que os partidos de direita e centro-direita também deverão ter redução significativa em suas bancadas nas eleições de outubro. A expectativa é que as bancadas do PL, PP e PTB irão minguar. Em comum esses partidos têm o carimbo de suspeita de envolvimento com o "mensalão". Em contrapartida siglas de centro-esquerda, como PDT e PSB, devem crescer.

A aposta é que os votos do PT devem migrar para o PDT e o PSB. "O PT será o partido mais atingido porque foi o operador desse processo do 'mensalão'. O partido vai ser muito prejudicado com uma redução significativa de sua bancada", avalia Queiroz.

Uma comparação do Diap com prognóstico da consultoria Arko Advice e do cientista político David Fleischer indicou que o PDT deve passar dos atuais 20 deputados para algo entre 25 e 35 nas eleições de outubro. O PSB deverá crescer de 28 para entre 30 e 40 deputados.

Leia mais
  • Renovação atingirá apenas 1/3 do Senado nas eleições deste ano
  • Serra venceria no primeiro turno, diz Datafolha
  • Lula mantém chance de vencer no 1º turno e tem aprovação recorde, diz Datafolha

    Especial
  • Leia cobertura completa das eleições 2006
  • Enquete: o horário eleitoral muda ou não o seu voto?
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página