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31/08/2006 - 02h04

Lula ataca educação em São Paulo

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da Folha Online

Em entrevista ao Jornal da Globo, o presidente da República e candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atacou a qualidade da educação no Estado de São Paulo na madrugada desta quinta-feira.

Lula acusou o governo tucano de tentar ocultar as condições precárias da educação em São Paulo. Segundo o candidato, São Paulo recusou-se a participar de uma pesquisa do governo federal que analisou o desempenho de 3,6 milhões de alunos em 41 mil escolas, "possivelmente para que nós não descobríssemos que São Paulo, que é o Estado mais rico, não tem a melhor qualidade de educação".

"Mas, como Deus escreve certo por linhas tortas e Deus é justo, veio o Enem e colocou a educação em São Paulo em oitavo lugar", afirmou Lula na entrevista. Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, as pesquisas mostram que o candidato petista Aloizio Mercadante corre risco de perder já no primeiro turno para o tucano José Serra.

"Peixinho" e "minha querida"

Ao contrário das demais entrevistas do programa, o candidato não foi ouvido nos estúdios da Globo, mas numa sala cheia de livros do Palácio do Alvorada. Durante a entrevista, Lula tentou mostrar um tom informal, chamando a apresentadora Cristiane Pelajo de "minha querida" e o apresentador William Waack de "meu filho", e fez uso de suas tradicionais metáforas populares.

"Eu já vi que você nunca foi pescador. Se você fosse pescador, você ia saber que enquanto a gente está pescando, é importante a gente comer um peixinho", afirmou ao apresentador William Waack, que questionou por que o governo investiu mais no Bolsa-Família, considerado um programa meramente assistencialista, destinado a "dar o peixe", do que em projetos educacionais, que poderiam "ensinar a pescar", como o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), que ainda não foi aprovado.

"O Fundeb está no Congresso há um ano e meio, ele atrasa, mas ele não causa prejuízo. A fome não pode esperar, meu filho", afirmou. Segundo ele, o Bolsa-Família foi criado para garantir aos pobres café, almoço e jantar. "Isso está na Bíblia, isso está na nossa consciência de cristão e na nossa consciência de homem público", afirmou.

Alianças

Lula eximiu-se de responsabilidade pela presença de políticos acusados de corrupção no seu conselho político --como o deputado Jáder Barbalho(PMDB-PA), que chegou a ser preso pelo escândalo do Banpará-- e do apoio de parlamentares acusados de participação na máfia dos sanguessugas, caso do senador Ney Suassuna (PMDB-PB).

"Eu não escolho quem participa das reuniões [do conselho]. E também não veto, porque eu não sou juiz para julgar as pessoas", afirmou. "Eu tenho as alianças com quem quer me apoiar", disse.

O candidato à reeleição afirmou que poderia ter feito alianças com o PSDB ou o PFL, se não fossem seus adversários nas eleições. E saiu-se com mais uma metáfora: "Então, aliança é como casamento. Você, muitas vezes, só casa quando você encontra o par certo, que gosta de você e quer casar".

Impostos

Questionado sobre a carga tributária, Lula disse que não aumentou os impostos e culpou os governadores, interessados em manter a "guerra fiscal", por não conseguir aprovar a reforma tributária.

"Se você enxerga carga tributária da relação do que o governo arrecada em função do PIB, você vai dizer que houve um aumento. (...) Mas se você analisar a carga tributária como aumento de impostos, eu pergunto para você: você teve algum aumento de imposto? Pelo contrário, minha querida", afirmou, dirigindo-se a Cristiane Pelajo. "Nós reajustamos a alíquota [do do Imposto de Renda] duas vezes, a alíquota que tinha ficado cinco anos sem reajuste", acrescentou.

Lula lembrou que, em abril de 2003, foi ao Congresso Nacional acompanhado por um grupo de 27 governadores para apresentar uma proposta de reforma tributária. "A parte federal foi votada; a parte estadual, não. (...) A parte dos estados está lá no Congresso Nacional, porque eles pretendem continuar fazendo a guerra fiscal, e nós queremos fazer a reforma tributária de verdade."

Sobre a economia, Lula disse que é incorreto comparar o crescimento econômico do Brasil com o de outros países, como China, Índia e Venezuela, mencionados pelos entrevistadores. "temos que comparar o nosso país com o nosso país", afirmou. "De todos esses países, podem ter alguns crescendo mais do que o Brasil, mas nenhum tem a conjuntura de fatores positivos que tem a macroeconomia brasileira", disse.

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