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09/09/2006
-
11h01
MONIQUE OLIVEIRA
da Folha Online
A minirreforma eleitoral sancionada em maio deste ano --que proibiu showmícios e outdoors-- acabou com os grandes comícios e colocou candidatos na "mira" do eleitor. Essa é a opinião do professor do departamento de Ciência Política da UnB (Universidade de Brasília), Octaciano Nogueira.
Segundo o cientista, sem artistas e cantores, os showmícios se tornaram irrealizáveis, já que dificilmente conseguiriam arrastar as mesmas multidões comuns em outras eleições da década de 80, por exemplo.
"Nos aproximamos dos pleitos de países com democracias mais consolidadas e civilizamos as campanhas", afirma.
O professor critica, no entanto, a pasteurização das mensagens trazidas pelos candidatos que, sem programas de governos consistentes, reproduzem mensagens preparadas por marqueteiros.
De acordo com Nogueira, a diferença dessa eleição para as anteriores é que sem os shows organizados por partidos o candidato fica mais exposto ao eleitor. "Ficou mais visível o vazio de idéias apresentadas."
Além da proibição de outdoors e showmícios, a minirreforma também proibiu a distribuição de brindes, autorizou a rejeição da prestação de contas das campanhas e a cassação do mandato em caso de comprovação da existência de caixa dois.
Considerada uma resposta ao escândalo do mensalão, a medida tentou aumentar a transparência dos candidatos e evitar esquemas de corrupção, uma vez que diminui os custos das campanhas.
"É um avanço para a democracia e aproximou a sociedade do debate político", explica o professor.
Cultura política
Embora Nogueira considera como positiva a aprovação da minirreforma, ele não acredita em mudanças significativas na estrutura política do país. "A legislação não consegue transformar a cultura."
A preferência do eleitorado brasileiro, segundo ele, não é o discurso político, mas o entretenimento trazido pela tradição dos grandes comícios não "mais cabíveis na sociedade."
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Para especialista, proibição de showmícios traz civilidade para campanhas
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da Folha Online
A minirreforma eleitoral sancionada em maio deste ano --que proibiu showmícios e outdoors-- acabou com os grandes comícios e colocou candidatos na "mira" do eleitor. Essa é a opinião do professor do departamento de Ciência Política da UnB (Universidade de Brasília), Octaciano Nogueira.
Segundo o cientista, sem artistas e cantores, os showmícios se tornaram irrealizáveis, já que dificilmente conseguiriam arrastar as mesmas multidões comuns em outras eleições da década de 80, por exemplo.
"Nos aproximamos dos pleitos de países com democracias mais consolidadas e civilizamos as campanhas", afirma.
O professor critica, no entanto, a pasteurização das mensagens trazidas pelos candidatos que, sem programas de governos consistentes, reproduzem mensagens preparadas por marqueteiros.
De acordo com Nogueira, a diferença dessa eleição para as anteriores é que sem os shows organizados por partidos o candidato fica mais exposto ao eleitor. "Ficou mais visível o vazio de idéias apresentadas."
Além da proibição de outdoors e showmícios, a minirreforma também proibiu a distribuição de brindes, autorizou a rejeição da prestação de contas das campanhas e a cassação do mandato em caso de comprovação da existência de caixa dois.
Considerada uma resposta ao escândalo do mensalão, a medida tentou aumentar a transparência dos candidatos e evitar esquemas de corrupção, uma vez que diminui os custos das campanhas.
"É um avanço para a democracia e aproximou a sociedade do debate político", explica o professor.
Cultura política
Embora Nogueira considera como positiva a aprovação da minirreforma, ele não acredita em mudanças significativas na estrutura política do país. "A legislação não consegue transformar a cultura."
A preferência do eleitorado brasileiro, segundo ele, não é o discurso político, mas o entretenimento trazido pela tradição dos grandes comícios não "mais cabíveis na sociedade."
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