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09/09/2006 - 11h00

Sem shows, presidenciáveis trocam comícios por "palanque eletrônico"

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ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília

A prestação de contas dos candidatos à Presidência da República ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) revelou uma mudança nas campanhas deste ano. Os comícios, que antes consumiam a maior parte dos recursos arrecadados, deixaram de ser prioridade na campanha presidencial. Em vez do palanque real, os presidenciáveis decidiram investir no "eletrônico", como são chamados os programas de rádio e TV veiculados no horário eleitoral.

De acordo com dados dos candidatos enviados ao TSE, somente a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT, investiu em comícios até agora. As demais candidaturas decidiram usar formas alternativas para atrair os votos do eleitorado.

Em três meses de campanha de 2002, Lula visitou 93 cidades, fez 103 comícios, 63 carreatas, permaneceu um total de 147 horas dentro de aviões e percorreu 61.127 km pelo país. Desta vez, Lula participou de 24 comícios desde o dia 13 de julho, isto é, após quase dois terços da campanha atual.

Para os tesoureiros dos partidos, a mudança é reflexo da minirreforma eleitoral, que proibiu as campanhas de fazerem showmícios. Eles entendem que a proibição --que faz parte da minirreforma eleitoral aprovada no Congresso e referendada pelo TSE-- barateou as campanhas, mas praticamente aposentou esse tipo de evento.

A última prestação de contas da campanha do presidente Lula à reeleição, entregue ao TSE na quarta-feira, revelou que foram gastos R$ 169.858,90, do total arrecadado, com comícios. Nos meses de julho e agosto entraram nos cofres da campanha petista R$ 22,325 milhões.

Segundo apurou a Folha Online, o favoritismo de Lula nas pesquisas e o fato do petista continuar cumprindo agenda como presidente fizeram com que o partido decidisse investir menos neste ano na realização de comícios. Cada comício, pelas contas do tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, custa R$ 70 mil em média e atrai pouca gente sem a presença de artistas.

O comício de Lula realizado quarta-feira à noite em Ceilândia, cidade satélite de Brasília, por exemplo, reuniu cerca de 3.000 pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar --pelos cálculos do PT, foram 12 mil pessoas. Esse número é considerado muito baixo. Em 2002, quando os comícios eram embalados por shows de duplas como a de Zezé de Camargo e Luciano, os eventos chegavam a atrair até 150 mil pessoas.

Por outro lado, o custo do comício é bem mais baixo que do showmício. Em 2002, apenas com as duplas sertanejas, o partido gastava R$ 75 mil, em média, sem contar as despesas com palanque, segurança e outros custos.

Palanque eletrônico

Principal adversário do presidente Lula nesta eleição, segundo as pesquisas, o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, não gastou nenhum centavo, dos R$ 21 milhões que arrecadou em agosto, com comícios. A maior parte do dinheiro foi aplicado no chamado palanque eletrônico. Até agora, a campanha do tucano investiu R$ 8,68 milhões nos programas de rádio e TV.

Alckmin preferiu investir na internet. Os tucanos destinaram R$ 300 mil para a página do candidato enquanto os petistas aplicaram R$ 150 mil para o mesmo fim.

O candidato do PDT, Cristovam Buarque, também priorizou a internet aos comícios. Gastou R$ 10 mil na sua página eletrônica de campanha. O pedetista informou gasto zero com comícios.

Os candidatos Heloísa Helena (PSOL), Luciano Bivar (PSL), José Maria Eymael (PSDC) e Ana Maria Rangel (PRP) não gastaram nenhum centavo de suas arrecadações com comícios.

Os coordenadores das campanhas dizem que como atraem poucas pessoas, os comícios foram substituídos por passeatas, que são mais baratas para quem não conseguiu arrecadar muito e atraem aparentemente o mesmo público.

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