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08/09/2006 - 18h30

Alckmin cancela agenda após carta de FHC; documento divide tucanos

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EPAMINONDAS NETO
FELIPE NEVES
da Folha Online

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, cancelou sua agenda após a publicação da carta aberta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O documento, que fez críticas à postura do PSDB em relação ao senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) --acusado de fazer caixa dois na campanha de 1998-- dividiu os tucanos.

A agenda inicial de Alckmin previa uma caminhada pela região de Mauá, na Grande São Paulo, em conjunto com o candidato ao governo paulista, José Serra. Era sua única agenda pública do dia.

Segundo o comitê de campanha, ele teve que sanar um problema de última hora com o programa de horário eleitoral e passou o dia inteiro gravando.

Coincidência ou não, o "sumiço" de Alckmin ocorreu logo após a divulgação da carta de FHC, que também fez críticas à administração tucana em São Paulo.

"[Em São Paulo] Nunca se prendeu tanto. Resultado: o sistema prisional está abarrotado e, há que se reconhecer, não foi capaz de dar tratamento adequado à massa de presos", escreve FHC, em uma declaração sobre a qual o presidenciável seria fatalmente questionado.

Serra, por sua vez, manteve a agenda, mas evitou comentar a carta de FHC alegando não tê-la lido.

Mesmo sem ler o documento, Serra disse que FHC é uma pessoa de peso dentro do partido e suas opiniões "são sempre muito importantes".

"O ex-presidente Fernando Henrique é um homem de peso no partido, meu amigo pessoal. Todas as opiniões dele têm muita importância. Agora, eu só posso comentar aquilo que eu li, senão gera mal-entendido", afirmou.

Desconforto

Apesar da opinião de Serra, a carta causou desconforto entre os tucanos, que não gostaram das críticas do presidente de honra da legenda sobre o senador Eduardo Azeredo (MG).

Segundo o ex-presidente, o PSDB tentou "tapar o sol com a peneira" após as primeiras acusações contra o senador Eduardo Azeredo, que teria se beneficiado com o "valerioduto".

"A crítica foi superficial, gratuita e incompleta. Da forma como foi feita coloca tudo como farinha do mesmo saco", diz o deputado federal Rafael Guerra (MG).

"O que houve com o senador não pode ser comparado com o que o governo e o PT fizeram. O assalto à República é uma coisa, [problemas com] financiamento de campanha é outra coisa. Ambos são errados, mas são coisas diferentes", afirma.

O parlamentar também critica o ex-presidente pelo "atraso" nas declarações. "Ele está corretíssimo [em criticar a corrupção]. Somente acho que ele demorou muito", disse ele.

O documento provocou reservas inclusive entre os aliados do PSDB. "Não sei se, a essa altura da campanha, a presença do ex-presidente Fernando Henrique ajuda ou atrapalha", disse o líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ).

Para Maia, como as declarações do ex-presidente sempre repercutem com força na imprensa, e tendem a polarizar a campanha entre ele mesmo e o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na opinião do deputado, sem querer, FHC "faz o jogo do PT" ao fazer as declarações polêmicas, porque estimula uma comparação entre seu governo e a gestão atual. "A comparação a ser feita não é essa: temos que comparar o que o Lula prometeu e o que fez, inclusive no campo ético, com o futuro, com o que o Alckmin pode fazer", afirma.

"A comparação passado contra passado não vai levar o Alckmin à vitória", acrescenta o parlamentar.

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