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12/09/2006 - 08h32

Índios ateiam fogo em eucaliptos da Aracruz, em ES

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EDUARDO DE OLIVEIRA
da Agência Folha

No terceiro dia de protesto, índios guaranis e tupiniquins do norte do Espírito Santo atearam fogo a eucaliptos numa área que disputam com a Aracruz Celulose, na região de Aracruz (92 km de Vitória).

A madeira queimada faz parte do lote de árvores derrubadas pelos índios no primeiro dia de protesto, na quarta-feira passada. Eles retornaram à área no dia seguinte e prosseguiram com a derrubada, usando motosserras. Segundo a empresa, cerca de 5.000 eucaliptos foram postos abaixo.

O incêndio foi controlado por uma brigada interna da Aracruz Celulose, com dois carros-pipa. A Polícia Militar acompanhou a ação a distância.

A assessoria de imprensa da empresa informou que a ação de ontem começou pela manhã, depois de funcionários terceirizados terem sido impedidos de retirar toras derrubadas que obstruíam vias que cortam as plantações de eucalipto.

"O prejuízo atinge mais de R$ 1 milhão, porque a área cortada é de aproximadamente dez hectares, onde haviam árvores de mais de 12 anos que seriam cortadas para abastecimento de serrarias", declarou Marcelo Ambrogi, gerente regional florestal da Aracruz.

Os índios dizem que protestam contra a demora na demarcação de 11 mil hectares dos domínios da empresa e que derrubam as árvores para limpar a área. Eles argumentam que um estudo antropológico da Funai (Fundação Nacional do Índio) indica que a extensão de terras pertencia a seus ancestrais.

A empresa contesta, dizendo que "documentos que resgatam a história do uso do solo na região, nas décadas de 50 e 60, comprovam que as áreas encontravam-se, na ocasião, desmatadas por ciclos econômicos, como café e madeira, e sem vestígio de aldeias tradicionais na região de Aracruz".

O caso está em análise na Funai em Brasília, e para que haja ou não a demarcação ainda precisa passar pelo Ministério da Justiça.

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