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12/09/2006
-
09h43
CATIA SEABRA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
da Folha de S.Paulo
Divergências internas causaram a primeira baixa no comando da campanha do tucano Geraldo Alckmin à Presidência. Embora continue a ocupar formalmente a função, o coordenador da campanha em São Paulo, José Henrique Reis Lobo, renunciou a qualquer poder de decisão por discordar do tom mais agressivo na TV, que deverá ganhar também as ruas.
Com o aval do candidato, uma coordenação paralela foi instalada no diretório estadual do PSDB, e composta por tucanos mais incendiários, como João Câmara e Tião Farias.
A decisão nasce da incompatibilidade entre a estratégia da campanha de Alckmin e a de José Serra ao governo do Estado, também coordenada por Lobo. Sob pressão dos tucanos mais inflamados, Lobo se negou, por exemplo, a confeccionar panfletos associando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à corrupção.
Lobo também criticou o tom adotado no programa de TV do ex-governador. E, após ter sido contrariado pela cobrança de tucanos, entregou a coordenação na quarta-feira.
A pedido do partido, ele só permaneceu no cargo para que não seja passada impressão de racha entre Alckmin e Serra.
Lobo, no entanto, poderá não resistir se a temperatura subir, conforme o cenário promete.
Farias defende a reprodução da tática de 1998, quando o então candidato à reeleição Mario Covas lançou campanha questionando a idoneidade do adversário Paulo Maluf.
"Precisamos fazer o povo refletir um pouco, como fizemos em 98, com a criança perguntando: 'Pai, é feio roubar?'", lembrou Farias, ex-braço direito de Covas, numa alusão aos outdoors espalhados em 1998.
Segundo ele, as campanhas de Serra e Alckmin seguem lógicas diferentes. Enquanto "um [Serra] quer colocar a disputa no freezer, o outro quer colocar fogo", explicou Farias, para quem a estratégia ideal para Alckmin "não é xingar a mãe de ninguém, mas fazer as pessoas refletirem".
Além dele, o ex-secretário João Carlos Meirelles, seu adjunto, Marco Antônio Castelo Branco, e o presidente do PSDB, Sidney Beraldo, são apontados como integrantes desse comando. "Lobo continua sendo o coordenador da campanha", minimizou o tesoureiro do PSDB, Marcos Monteiro, que passou a ser considerado o coordenador de fato da campanha.
Evasivo, Lobo preferiu não comentar a situação."Verifique com o pessoal do Alckmin, e eles vão te explicar", afirmou ele, ao ser indagado a respeito da coordenação paralela da campanha tucana.
Especial
Leia cobertura completa das eleições 2006
Divergência derruba coordenador tucano em São Paulo
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JOSÉ ALBERTO BOMBIG
da Folha de S.Paulo
Divergências internas causaram a primeira baixa no comando da campanha do tucano Geraldo Alckmin à Presidência. Embora continue a ocupar formalmente a função, o coordenador da campanha em São Paulo, José Henrique Reis Lobo, renunciou a qualquer poder de decisão por discordar do tom mais agressivo na TV, que deverá ganhar também as ruas.
Com o aval do candidato, uma coordenação paralela foi instalada no diretório estadual do PSDB, e composta por tucanos mais incendiários, como João Câmara e Tião Farias.
A decisão nasce da incompatibilidade entre a estratégia da campanha de Alckmin e a de José Serra ao governo do Estado, também coordenada por Lobo. Sob pressão dos tucanos mais inflamados, Lobo se negou, por exemplo, a confeccionar panfletos associando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à corrupção.
Lobo também criticou o tom adotado no programa de TV do ex-governador. E, após ter sido contrariado pela cobrança de tucanos, entregou a coordenação na quarta-feira.
A pedido do partido, ele só permaneceu no cargo para que não seja passada impressão de racha entre Alckmin e Serra.
Lobo, no entanto, poderá não resistir se a temperatura subir, conforme o cenário promete.
Farias defende a reprodução da tática de 1998, quando o então candidato à reeleição Mario Covas lançou campanha questionando a idoneidade do adversário Paulo Maluf.
"Precisamos fazer o povo refletir um pouco, como fizemos em 98, com a criança perguntando: 'Pai, é feio roubar?'", lembrou Farias, ex-braço direito de Covas, numa alusão aos outdoors espalhados em 1998.
Segundo ele, as campanhas de Serra e Alckmin seguem lógicas diferentes. Enquanto "um [Serra] quer colocar a disputa no freezer, o outro quer colocar fogo", explicou Farias, para quem a estratégia ideal para Alckmin "não é xingar a mãe de ninguém, mas fazer as pessoas refletirem".
Além dele, o ex-secretário João Carlos Meirelles, seu adjunto, Marco Antônio Castelo Branco, e o presidente do PSDB, Sidney Beraldo, são apontados como integrantes desse comando. "Lobo continua sendo o coordenador da campanha", minimizou o tesoureiro do PSDB, Marcos Monteiro, que passou a ser considerado o coordenador de fato da campanha.
Evasivo, Lobo preferiu não comentar a situação."Verifique com o pessoal do Alckmin, e eles vão te explicar", afirmou ele, ao ser indagado a respeito da coordenação paralela da campanha tucana.
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