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12/09/2006
-
18h55
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O senador Ney Suassuna (PMDB-PB), candidato à reeleição, negou hoje em depoimento ao Conselho de Ética do Senado qualquer envolvimento com a máfia das ambulâncias. Suassuna apresentou defesa por quase uma hora ao Conselho no processo por quebra de decoro parlamentar e repetiu a versão já apresentada publicamente.
Ele alega que seu ex-assessor Marcelo Carvalho agiu sozinho nas negociações com a Planam para a compra superfaturada de ambulâncias. O senador admitiu ter conhecimento da liberação de emendas para a compra de ambulâncias, mas negou saber de qualquer superfaturamento no preço.
"Eu não conheço ninguém da Planam, nunca tive nenhum trato com esse pessoal. Nunca soube da existência de nenhum deles", disse.
Segundo Suassuna, Marcelo Carvalho falsificou sua assinatura no ofício encaminhado ao Ministério da Saúde no qual teria pedido a liberação de recursos superfaturados para a compra de ambulâncias. O ex-assessor é acusado de ter recebido R$ 225 mil em propina por supostas emendas apresentadas por Suassuna à Planam.
"Eu nunca imaginei que o meu assessor pudesse ter outro acordo. Eu autorizava a liberação de emendas para a compra de ambulâncias, mas não superfaturadas. Porque pagaram R$ 225 mil a ele, não é da minha conta", afirmou.
Suassuna disse que a compra de ambulâncias é um pedido constante de prefeitos da Paraíba, por isso reconheceu a liberação de emendas ao Ministério da Saúde. Mas disse que, das 29 ambulâncias liberadas pelo governo depois de seu pedido, apenas 14 foram compradas da Planam. 'E dessas 14, onze eu doei para prefeitos que são meus inimigos políticos no Estado, disse.
Lágrimas
Emocionado, Suassuna chegou às lágrimas no final da apresentação de sua defesa. Disse que não é desonesto, e afirmou ao Conselho não ter necessidade de se vender por tão pouco.
"Deus me deu posses para eu não estar precisando de migalhas. Eu não sou uma pessoa desonesta", disse.
Homem-bomba
Suassuna negou que esteja chantageando parlamentares em troca de apoio no processo que enfrenta por quebra de decoro parlamentar. Suassuna afirmou, no depoimento, que "não é um homem-bomba" disposto a "explodir" parlamentares se for condenado.
"Dizem que sou uma bomba e, se eu explodir, levo comigo senadores como o Renan [Calheiros] e o José Sarney, coisa que nunca aconteceu. Todos eles me conhecem e sabem que, quando tenho que dizer, digo na cara", afirmou.
Biscaia
O senador também ameaçou ingressar no Conselho de Ética do Senado contra o presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ).
No depoimento, Suassuna fez várias críticas à conduta do deputado à frente da CPI. Disse que Biscaia mentiu durante depoimento ao Conselho de Ética do Senado confirmando declarações que seriam suas. Também criticou o fato de Biscaia ter revelado à imprensa detalhes dos depoimentos de Darci e Luiz Antonio Vedoin ao Conselho de Ética na semana passada.
O senador Almeida Lima (PMDB-SE) disse que acompanhou os depoimentos dos empresários Luiz Antonio de Darci Vedoin, sócios da Planam, e afirmou que Biscaia distorceu os fatos ao conversar com a imprensa. "Fiquei chocado quando vi. Não caí porque estava sentado", disse Almeida Lima.
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Suassuna nega envolvimento com máfia e diz que não é "homem-bomba"
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da Folha Online, em Brasília
O senador Ney Suassuna (PMDB-PB), candidato à reeleição, negou hoje em depoimento ao Conselho de Ética do Senado qualquer envolvimento com a máfia das ambulâncias. Suassuna apresentou defesa por quase uma hora ao Conselho no processo por quebra de decoro parlamentar e repetiu a versão já apresentada publicamente.
Ele alega que seu ex-assessor Marcelo Carvalho agiu sozinho nas negociações com a Planam para a compra superfaturada de ambulâncias. O senador admitiu ter conhecimento da liberação de emendas para a compra de ambulâncias, mas negou saber de qualquer superfaturamento no preço.
"Eu não conheço ninguém da Planam, nunca tive nenhum trato com esse pessoal. Nunca soube da existência de nenhum deles", disse.
Segundo Suassuna, Marcelo Carvalho falsificou sua assinatura no ofício encaminhado ao Ministério da Saúde no qual teria pedido a liberação de recursos superfaturados para a compra de ambulâncias. O ex-assessor é acusado de ter recebido R$ 225 mil em propina por supostas emendas apresentadas por Suassuna à Planam.
"Eu nunca imaginei que o meu assessor pudesse ter outro acordo. Eu autorizava a liberação de emendas para a compra de ambulâncias, mas não superfaturadas. Porque pagaram R$ 225 mil a ele, não é da minha conta", afirmou.
Suassuna disse que a compra de ambulâncias é um pedido constante de prefeitos da Paraíba, por isso reconheceu a liberação de emendas ao Ministério da Saúde. Mas disse que, das 29 ambulâncias liberadas pelo governo depois de seu pedido, apenas 14 foram compradas da Planam. 'E dessas 14, onze eu doei para prefeitos que são meus inimigos políticos no Estado, disse.
Lágrimas
Emocionado, Suassuna chegou às lágrimas no final da apresentação de sua defesa. Disse que não é desonesto, e afirmou ao Conselho não ter necessidade de se vender por tão pouco.
"Deus me deu posses para eu não estar precisando de migalhas. Eu não sou uma pessoa desonesta", disse.
Homem-bomba
Suassuna negou que esteja chantageando parlamentares em troca de apoio no processo que enfrenta por quebra de decoro parlamentar. Suassuna afirmou, no depoimento, que "não é um homem-bomba" disposto a "explodir" parlamentares se for condenado.
"Dizem que sou uma bomba e, se eu explodir, levo comigo senadores como o Renan [Calheiros] e o José Sarney, coisa que nunca aconteceu. Todos eles me conhecem e sabem que, quando tenho que dizer, digo na cara", afirmou.
Biscaia
O senador também ameaçou ingressar no Conselho de Ética do Senado contra o presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ).
No depoimento, Suassuna fez várias críticas à conduta do deputado à frente da CPI. Disse que Biscaia mentiu durante depoimento ao Conselho de Ética do Senado confirmando declarações que seriam suas. Também criticou o fato de Biscaia ter revelado à imprensa detalhes dos depoimentos de Darci e Luiz Antonio Vedoin ao Conselho de Ética na semana passada.
O senador Almeida Lima (PMDB-SE) disse que acompanhou os depoimentos dos empresários Luiz Antonio de Darci Vedoin, sócios da Planam, e afirmou que Biscaia distorceu os fatos ao conversar com a imprensa. "Fiquei chocado quando vi. Não caí porque estava sentado", disse Almeida Lima.
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