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13/09/2006
-
09h39
SILVIO NAVARRO
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O mal-estar causado pela carta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) expôs, segundo avaliação de tucanos, uma divisão que tomará conta do partido caso a eleição termine no primeiro turno: a disputa entre José Serra e Aécio Neves pelo Palácio do Planalto em 2010, que começa pela escolha do próximo presidente do PSDB.
Apesar de o tema ainda ser tratado com cautela na cúpula tucana, ele já não é mais velado após a divulgação da carta e tornou-se recorrente --até entre pefelistas-- nos bastidores.
Nos bastidores, o partido já esboça uma cisão em duas correntes. Uma parte defende que o próprio FHC assuma a presidência do partido depois da eleição, como forma de ganhar mais espaço na cena política em um segundo governo Lula. Na contramão, a outra parte sugere que, em caso de derrota, Alckmin trilhe o mesmo caminho de Serra, que ficou com a presidência do PSDB um ano após o revés para Lula.
À época, depois de passar 13 meses sem se manifestar publicamente --da madrugada de 28 de outubro de 2002 a novembro de 2003--, Serra herdou o cargo de José Aníbal e, no ano seguinte, venceu a eleição para a Prefeitura de São Paulo.
Para a uma ala tucana, a transferência do comando do partido a FHC seria vital para construir um cenário favorável a Serra na futura corrida presidencial. Segundo integrantes da campanha de Alckmin, a carta de FHC foi o primeiro sinal de que ele não pretende abrir mão da influência que exerce na legenda.
Do outro lado, os próprios aliados de Alckmin admitem que o presidenciável tem mandado recados diretos a Aécio, que também acenariam para 2010. Alckmin afirma acreditar que a transferência dos votos de Aécio em Minas --segundo maior colégio eleitoral do país-- poderiam conduzi-lo ao segundo turno. O governador mineiro tem 71% das intenções de voto na disputa pela reeleição, de acordo com o Datafolha.
Nesse caso, retribuiria o apoio do mineiro na futura disputa. Um sinal concreto, segundo aliados de Alckmin, foi a mudança de opinião, agora se dizendo contra a reeleição.
O atual presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), tem tentado se manter neutro. Segundo tucanos, ele admite seguir no posto caso a divisão gere desgaste prematuro, mas deverá voltar-se ao seu Estado.
Para tentar evitar que o debate contamine as últimas semanas antes da eleição, o coordenador da campanha, senador Sérgio Guerra (PSDB), tentava ontem agendar um evento de lançamento do plano de governo com a presença de FHC.
Especial
Leia cobertura completa das eleições 2006
Para tucanos, carta de FHC antecipou a disputa Serra-Aécio
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
O mal-estar causado pela carta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) expôs, segundo avaliação de tucanos, uma divisão que tomará conta do partido caso a eleição termine no primeiro turno: a disputa entre José Serra e Aécio Neves pelo Palácio do Planalto em 2010, que começa pela escolha do próximo presidente do PSDB.
Apesar de o tema ainda ser tratado com cautela na cúpula tucana, ele já não é mais velado após a divulgação da carta e tornou-se recorrente --até entre pefelistas-- nos bastidores.
Nos bastidores, o partido já esboça uma cisão em duas correntes. Uma parte defende que o próprio FHC assuma a presidência do partido depois da eleição, como forma de ganhar mais espaço na cena política em um segundo governo Lula. Na contramão, a outra parte sugere que, em caso de derrota, Alckmin trilhe o mesmo caminho de Serra, que ficou com a presidência do PSDB um ano após o revés para Lula.
À época, depois de passar 13 meses sem se manifestar publicamente --da madrugada de 28 de outubro de 2002 a novembro de 2003--, Serra herdou o cargo de José Aníbal e, no ano seguinte, venceu a eleição para a Prefeitura de São Paulo.
Para a uma ala tucana, a transferência do comando do partido a FHC seria vital para construir um cenário favorável a Serra na futura corrida presidencial. Segundo integrantes da campanha de Alckmin, a carta de FHC foi o primeiro sinal de que ele não pretende abrir mão da influência que exerce na legenda.
Do outro lado, os próprios aliados de Alckmin admitem que o presidenciável tem mandado recados diretos a Aécio, que também acenariam para 2010. Alckmin afirma acreditar que a transferência dos votos de Aécio em Minas --segundo maior colégio eleitoral do país-- poderiam conduzi-lo ao segundo turno. O governador mineiro tem 71% das intenções de voto na disputa pela reeleição, de acordo com o Datafolha.
Nesse caso, retribuiria o apoio do mineiro na futura disputa. Um sinal concreto, segundo aliados de Alckmin, foi a mudança de opinião, agora se dizendo contra a reeleição.
O atual presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), tem tentado se manter neutro. Segundo tucanos, ele admite seguir no posto caso a divisão gere desgaste prematuro, mas deverá voltar-se ao seu Estado.
Para tentar evitar que o debate contamine as últimas semanas antes da eleição, o coordenador da campanha, senador Sérgio Guerra (PSDB), tentava ontem agendar um evento de lançamento do plano de governo com a presença de FHC.
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