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15/09/2006 - 11h57

Críticas no caso Bolívia mostram desespero de Alckmin, diz Berzoini

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FELIPE NEVES
da Folha Online

O presidente do diretório nacional do PT e coordenador-geral da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição, deputado Ricardo Berzoini, afirmou nesta sexta-feira que as críticas feitas pelo tucano Geraldo Alckmin contra a postura do governo na crise com a Bolívia representam uma procura desesperada para que sua candidatura ao Planalto não afunde.

"O candidato Geraldo Alckmin procura desesperadamente uma bóia para a sua campanha. Ele tem uma história aqui em São Paulo que não o autoriza a qualquer crítica ao presidente Lula. Até porque, sob sua gestão, ele deixou o PCC [Primeiro Comando da Capital] crescer nos presídios de São Paulo e provocou, evidentemente, uma instabilidade que preocupa toda população de São Paulo", afirmou Berzoini, após o lançamento de um manifesto de empresários a favor da candidatura de Lula em São Paulo.

Na quinta-feira, antes de embarcar para Juiz de Fora (MG), Alckmin convocou a imprensa para atacar a postura de Lula durante a crise. Segundo ele, o presidente brasileiro foi submisso, omisso e fraco nas negociações com Evo Morales.

O presidente do PT, por sua vez, acusou a Bolívia de preferir "gestos bruscos" a uma "negociação equilibrada", e defendeu que o governo federal, a partir de agora, deve ser duro e intransigente.

"Acredito que, nesse momento, o governo brasileiro está consciente da necessidade de ser muito duro com o governo boliviano e mostrar que não há qualquer transigência em relação a essa questão", disse.

Berzoini, no entanto, discorda das críticas que a oposição lançou contra a postura de Lula nos últimos meses. Em sua opinião, nas relações diplomáticas é sempre bom demonstrar disposição de diálogo e negociação, mas que isso tem que ser bilateral. "Nesse momento, eu creio que o governo boliviano perdeu a oportunidade de fazer uma negociação mais tranqüila", afirmou.

Além de Alckmin, a candidata do PSOL, Heloísa Helena, também atacou a atitude da gestão petista sobre o assunto. Para ela, "todo esse processo que vive hoje a Petrobras, é resultado da incompetência e irresponsabilidade do governo Lula". Em tom mais brando, Cristovam Buarque (PDT) disse que o presidente demorou para tomar uma iniciativa.

O deputado federal, que atribuiu à gestão de Fernando Henrique Cardoso os contratos "que colocaram o Brasil numa posição de dependência do gás boliviano", disse também que o governo não descarta recorrer a uma arbitragem internacional para que os acordos firmados sejam mantidos.

Mas Berzoini ressaltou que "o ideal é que a Bolívia reveja sua posição e aceite uma negociação moderada, reconhecendo que a Petrobras fez um investimento que merece respeito nessa questão".

Em reportagem publicada nesta sexta-feira pelo jornal boliviano "La Razón", o vice-presidente (e atual presidente em exercício) do país, Álvaro García Linera, disse que o governo conhece o risco de que o Brasil possa recorrer e que está pronto para enfrentá-lo.

"Não tememos a arbitragem, mas é preciso fazer todos os esforços para não chegar a ela. Se chegar o momento, e, para não ir à arbitragem, for preciso transigir sobre os princípios [da nacionalização], preferiremos a arbitragem", afirmou.

Refinarias rebaixadas

Na terça-feira, o governo boliviano decidiu rebaixar as duas refinarias da Petrobras no país a prestadoras de serviço. A resolução fez com que o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, decidissem cancelar a viagem a La Paz marcada para esta sexta-feira.

Assim, as negociações com o governo boliviano, paralisadas há dois meses, voltam à estaca zero. Ironicamente, a Petrobras avaliava que as refinarias seriam o ponto mais fácil da imensa pauta entre as duas partes, que inclui a assinatura de novos contratos de exploração de gás até 1º de novembro.

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