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16/09/2006
-
10h45
da Folha Online
da Folha de S.Paulo
A Justiça decretou a prisão temporária de Valdebran Padilha, filiado ao PT do Mato Grosso, e Gedimar Pereira Passos, agente aposentado da PF que disse estar a serviço do Partido dos Trabalhadores. Os dois foram presos ontem em São Paulo suspeitos de intermediar a compra de documentos que mostrariam o suposto envolvimento de José Serra, candidato tucano ao governo de São Paulo, e Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência, com a máfia dos sanguessugas. Padilha e Passos devem permanecer presos por cinco dias.
Além de Passos e Padilha, Luiz Antônio Vedoin, sócio da Planam --empresa acusada de liderar a máfia-- também foi preso na mesma operação, em um motel de Cuiabá (MT). Padilha foi tesoureiro do PT no Mato Grosso e Passos, ex-agente da PF, se apresentou como advogado do PT naquele Estado.
As prisões aconteceram depois do depoimento de Paulo Roberto Dalcol Trevisan, primo de Vedoin, que disse à PF ter recebido do dono da Planam uma fita de vídeo, fotografias e documentos que comprometeriam Serra e Alckmin.
De acordo com fontes da PF, Padilha e Passos estavam com R$ 1,7 milhão --R$ 1,168 milhão e mais US$ 248 mil. A suspeita é que o dinheiro seria usado para a compra dos documentos de Vedoin.
Eles não foram presos em flagrante, pois não é crime portar dinheiro em espécie. A ilegalidade se confirmará se eles não conseguirem comprovar a origem do dinheiro apreendido.
Uma fita de vídeo, fotografias e documentos que estavam com Trevisan --que tentava embarcar de Cuiabá para São Paulo foram apreendidas.
Vedoin, que estava em liberdade após ser beneficiado pela delação premiada, voltou a ser preso. O juiz substituto da 2ª Vara Federal em Mato Grosso, Cesar Bearsi, suspendeu a liberdade provisória do empresário por atrapalhar as investigações ao ocultar e negociar provar.
O juiz determinou que todo o dinheiro apreendido fique à disposição da 2ª Vara da Justiça Federal em Mato Grosso.
Revista
Reportagem da revista "IstoÉ", que chega neste final de semana às bancas, traz entrevista de Vedoin, onde afirma que o esquema de compra superfaturada de ambulâncias teria começado quando Serra era ministro da Saúde do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Naquela época, a bancada do PSDB conseguia aprovar tudo e, no ministério, o dinheiro era rapidamente aprovado", disse Vedoin para a revista.
Conforme os Vedoin, do total de 891 ambulâncias comercializadas pela Planam entre 2000 e 2004, 681 tiveram verba liberada até 2002, durante a gestão de Serra e Barjas Negri.
Reação
Serra chamou ontem de "baixaria" a suposta tentativa do sócio da Planam, Luiz Antônio Vedoin, de vender denúncias de que o esquema da máfia dos sanguessugas foi beneficiado durante a gestão do tucano como ministro da Saúde.
"O que eu sei é que a Polícia Federal deteve gente transportando R$ 1,7 milhões destinados a pagar uma baixaria de campanha que estão fazendo contra a minha candidatura", afirmou ele, em uma rápida declaração concedida ao "Jornal Nacional", da Rede Globo.
Alckmin cobrou explicações do caso. "O fato grave que precisa ser investigado é o crime, o vale-tudo que nós estamos vendo por parte do PT."
O presidenciável disse não temer que possa aparecer foto sua com alguém da Planam. "Isso não vai acontecer, não tem foto nenhuma. Aliás, é dever mostrar o que tiver, mostrar foto, mostrar documentos. A sociedade exige isso, nós exigimos isso: apresentem, mostrem", disse.
Segundo Alckmin, o caso revela chantagem e corrupção. "O fato é que são criminosos fazendo chantagem, querendo confundir a opinião pública, corrompendo pessoas", afirmou.
CGU
O ministro Jorge Hage (Controladoria Geral da União) disse nesta sexta-feira que a denúncia dos Vedoin contra Serra não é a única prova de participação do ex-ministro da Saúde (1998 a 2002) no escândalo dos sanguessugas.
"As acusações sobre o governo anterior não estão só apoiadas nos depoimentos dos Vedoin, existem documentos, e depoimentos de parlamentares que fazem acusações ao então secretário-executivo e ao ministro [José Serra]", disse o ministro.
Leia mais
Serra chama de "baixaria de campanha" à tentativa de vender denúncias
Suposto comprador de material contra Serra é filiado ao PT desde 2004
Alckmin diz que Vedoin não tem credibilidade para acusar Serra
Especial
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PF deve manter presos por cinco dias suspeitos de negociar com Vedoin
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da Folha de S.Paulo
A Justiça decretou a prisão temporária de Valdebran Padilha, filiado ao PT do Mato Grosso, e Gedimar Pereira Passos, agente aposentado da PF que disse estar a serviço do Partido dos Trabalhadores. Os dois foram presos ontem em São Paulo suspeitos de intermediar a compra de documentos que mostrariam o suposto envolvimento de José Serra, candidato tucano ao governo de São Paulo, e Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência, com a máfia dos sanguessugas. Padilha e Passos devem permanecer presos por cinco dias.
Além de Passos e Padilha, Luiz Antônio Vedoin, sócio da Planam --empresa acusada de liderar a máfia-- também foi preso na mesma operação, em um motel de Cuiabá (MT). Padilha foi tesoureiro do PT no Mato Grosso e Passos, ex-agente da PF, se apresentou como advogado do PT naquele Estado.
As prisões aconteceram depois do depoimento de Paulo Roberto Dalcol Trevisan, primo de Vedoin, que disse à PF ter recebido do dono da Planam uma fita de vídeo, fotografias e documentos que comprometeriam Serra e Alckmin.
De acordo com fontes da PF, Padilha e Passos estavam com R$ 1,7 milhão --R$ 1,168 milhão e mais US$ 248 mil. A suspeita é que o dinheiro seria usado para a compra dos documentos de Vedoin.
Eles não foram presos em flagrante, pois não é crime portar dinheiro em espécie. A ilegalidade se confirmará se eles não conseguirem comprovar a origem do dinheiro apreendido.
Uma fita de vídeo, fotografias e documentos que estavam com Trevisan --que tentava embarcar de Cuiabá para São Paulo foram apreendidas.
Vedoin, que estava em liberdade após ser beneficiado pela delação premiada, voltou a ser preso. O juiz substituto da 2ª Vara Federal em Mato Grosso, Cesar Bearsi, suspendeu a liberdade provisória do empresário por atrapalhar as investigações ao ocultar e negociar provar.
O juiz determinou que todo o dinheiro apreendido fique à disposição da 2ª Vara da Justiça Federal em Mato Grosso.
Revista
Reportagem da revista "IstoÉ", que chega neste final de semana às bancas, traz entrevista de Vedoin, onde afirma que o esquema de compra superfaturada de ambulâncias teria começado quando Serra era ministro da Saúde do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Naquela época, a bancada do PSDB conseguia aprovar tudo e, no ministério, o dinheiro era rapidamente aprovado", disse Vedoin para a revista.
Conforme os Vedoin, do total de 891 ambulâncias comercializadas pela Planam entre 2000 e 2004, 681 tiveram verba liberada até 2002, durante a gestão de Serra e Barjas Negri.
Reação
Serra chamou ontem de "baixaria" a suposta tentativa do sócio da Planam, Luiz Antônio Vedoin, de vender denúncias de que o esquema da máfia dos sanguessugas foi beneficiado durante a gestão do tucano como ministro da Saúde.
"O que eu sei é que a Polícia Federal deteve gente transportando R$ 1,7 milhões destinados a pagar uma baixaria de campanha que estão fazendo contra a minha candidatura", afirmou ele, em uma rápida declaração concedida ao "Jornal Nacional", da Rede Globo.
Alckmin cobrou explicações do caso. "O fato grave que precisa ser investigado é o crime, o vale-tudo que nós estamos vendo por parte do PT."
O presidenciável disse não temer que possa aparecer foto sua com alguém da Planam. "Isso não vai acontecer, não tem foto nenhuma. Aliás, é dever mostrar o que tiver, mostrar foto, mostrar documentos. A sociedade exige isso, nós exigimos isso: apresentem, mostrem", disse.
Segundo Alckmin, o caso revela chantagem e corrupção. "O fato é que são criminosos fazendo chantagem, querendo confundir a opinião pública, corrompendo pessoas", afirmou.
CGU
O ministro Jorge Hage (Controladoria Geral da União) disse nesta sexta-feira que a denúncia dos Vedoin contra Serra não é a única prova de participação do ex-ministro da Saúde (1998 a 2002) no escândalo dos sanguessugas.
"As acusações sobre o governo anterior não estão só apoiadas nos depoimentos dos Vedoin, existem documentos, e depoimentos de parlamentares que fazem acusações ao então secretário-executivo e ao ministro [José Serra]", disse o ministro.
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