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16/09/2006
-
18h05
HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Cuiabá
O advogado Gedimar Pereira Passos --que foi preso ontem em São Paulo, onde receberia um dossiê contra o candidato a governador pelo PSDB, José Serra-- disse à Polícia Federal que recebeu de membro do PT em São Paulo, cujo nome ele disse não saber, o dinheiro para comprar o material.
O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, negou que o partido tenha pago pelo dossiê e condenou a tentativa de chantagem aos tucanos.
O dossiê --uma fita de vídeo, um DVD e seis fotos-- foi enviado pelo empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin, apontado como chefe da máfia dos sanguessugas. Por conta do negócio, Vedoin foi preso ontem. A Justiça Federal determinou a prisão alegando que Vedoin ocultava provas e chantageava pessoas envolvidas com a máfia dos sanguessugas.
O material mostra Serra em maio de 2001, então ministro da Saúde, participando da entrega de 41 ambulâncias em Cuiabá (MT). Esses veículos, pagos com verbas federais, foram vendidos a municípios pela máfia dos sanguessugas.
Há ainda uma foto, sem data, em que o candidato a presidente pelo PSDB, Geraldo Alckmin, aparece cumprimentando uma pessoa identificada pela PF como Sinomar Martins Camargo, representante da empresa Santa Maria, que pertencia aos sanguessugas e fornecia ambulâncias. Serra e Alckmin negam envolvimento com os sanguessugas e falam de armação eleitoral.
Segundo passos, outra parte do dinheiro veio de uma revista cujo nome ele não soube dizer no depoimento à PF. A revista iria pagar pela exclusividade de uma reportagem.
Com Passos, foram apreendidos, segundo a PF, US$ 139 mil e R$ 410 mil em dinheiro. O empresário Valdebran Padilha Silva, filiado ao PT de Mato Grosso, também foi preso. Ele, que era o outro comprador, estava com US$ 109 mil e mais R$ 758 mil.
A PF prendeu Paulo Roberto Trevisan, tio (ontem a PF divulgou que era primo) de Vedoin, após a Justiça decretar sua prisão.
Trevisan foi encarregado de levar o material a São Paulo. Ele foi detido na quinta-feira à noite no aeroporto de Várzea Grande, região de Cuiabá, quando embarcava no avião.
No aeroporto de Congonhas (SP), seria recebido por Valdebran e Passos. O dinheiro estava em um hotel.
R$ 20 milhões
Em depoimento à PF, Passos disse que recebeu parte do dinheiro no hotel de um representante do PT de São Paulo. Ele não disse o nome.
Inicialmente, segundo Passos, Vedoin teria pedido R$ 20 milhões pelo material. O preço foi então reduzido a R$ 2 milhões e, além do cofres PT, o dinheiro teria vindo de uma revista.
A função de Passos, agente aposentado da PF, seria analisar o material. Além de fotos, DVD e vídeo, Trevisan levava numa pasta azul três páginas com os nomes de prefeituras dos Estados de Ceará, Rondônia, Alagoas, Amapá, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraná e Rio de Janeiro.
Na relação, há o nome de 12 prefeituras e ao lado de cada uma foram listados valores de R$ 66 mil a R$ 64 mil.
Preso junto com Passos, Valdebran, segundo o Diretório do PT de Cuiabá, chegou a ser indicado para um cargo de diretor da Eletronorte no início do governo Lula. Mas uma ala do PT impediu a nomeação enviando um dossiê contra ele sobre superfaturamento em prefeituras de Mato Grosso.
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Advogado preso diz à PF que dinheiro veio do PT
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da Agência Folha, em Cuiabá
O advogado Gedimar Pereira Passos --que foi preso ontem em São Paulo, onde receberia um dossiê contra o candidato a governador pelo PSDB, José Serra-- disse à Polícia Federal que recebeu de membro do PT em São Paulo, cujo nome ele disse não saber, o dinheiro para comprar o material.
O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, negou que o partido tenha pago pelo dossiê e condenou a tentativa de chantagem aos tucanos.
O dossiê --uma fita de vídeo, um DVD e seis fotos-- foi enviado pelo empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin, apontado como chefe da máfia dos sanguessugas. Por conta do negócio, Vedoin foi preso ontem. A Justiça Federal determinou a prisão alegando que Vedoin ocultava provas e chantageava pessoas envolvidas com a máfia dos sanguessugas.
O material mostra Serra em maio de 2001, então ministro da Saúde, participando da entrega de 41 ambulâncias em Cuiabá (MT). Esses veículos, pagos com verbas federais, foram vendidos a municípios pela máfia dos sanguessugas.
Há ainda uma foto, sem data, em que o candidato a presidente pelo PSDB, Geraldo Alckmin, aparece cumprimentando uma pessoa identificada pela PF como Sinomar Martins Camargo, representante da empresa Santa Maria, que pertencia aos sanguessugas e fornecia ambulâncias. Serra e Alckmin negam envolvimento com os sanguessugas e falam de armação eleitoral.
Segundo passos, outra parte do dinheiro veio de uma revista cujo nome ele não soube dizer no depoimento à PF. A revista iria pagar pela exclusividade de uma reportagem.
Com Passos, foram apreendidos, segundo a PF, US$ 139 mil e R$ 410 mil em dinheiro. O empresário Valdebran Padilha Silva, filiado ao PT de Mato Grosso, também foi preso. Ele, que era o outro comprador, estava com US$ 109 mil e mais R$ 758 mil.
A PF prendeu Paulo Roberto Trevisan, tio (ontem a PF divulgou que era primo) de Vedoin, após a Justiça decretar sua prisão.
Trevisan foi encarregado de levar o material a São Paulo. Ele foi detido na quinta-feira à noite no aeroporto de Várzea Grande, região de Cuiabá, quando embarcava no avião.
No aeroporto de Congonhas (SP), seria recebido por Valdebran e Passos. O dinheiro estava em um hotel.
R$ 20 milhões
Em depoimento à PF, Passos disse que recebeu parte do dinheiro no hotel de um representante do PT de São Paulo. Ele não disse o nome.
Inicialmente, segundo Passos, Vedoin teria pedido R$ 20 milhões pelo material. O preço foi então reduzido a R$ 2 milhões e, além do cofres PT, o dinheiro teria vindo de uma revista.
A função de Passos, agente aposentado da PF, seria analisar o material. Além de fotos, DVD e vídeo, Trevisan levava numa pasta azul três páginas com os nomes de prefeituras dos Estados de Ceará, Rondônia, Alagoas, Amapá, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraná e Rio de Janeiro.
Na relação, há o nome de 12 prefeituras e ao lado de cada uma foram listados valores de R$ 66 mil a R$ 64 mil.
Preso junto com Passos, Valdebran, segundo o Diretório do PT de Cuiabá, chegou a ser indicado para um cargo de diretor da Eletronorte no início do governo Lula. Mas uma ala do PT impediu a nomeação enviando um dossiê contra ele sobre superfaturamento em prefeituras de Mato Grosso.
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