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16/09/2006 - 15h47

Lula defende Suassuna e diz que senador é "leal e decente"

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FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em João Pessoa

O presidente e candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), defendeu hoje, durante comício em João Pessoa (PB), o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), acusado de envolvimento na máfia dos sanguessugas. Lula classificou o senador de "leal" e "decente" e disse que não pode aceitar o julgamento dos seus adversários.

"Não sou de condenar ninguém antes do julgamento", afirmou o presidente. "Acho que todo o ser humano é inocente até prova em contrário, e o senador Ney Suassuna foi um senador leal, foi um senador que teve um comportamento decente", declarou.

Lula afirmou que Suassuna "tem o direito de se defender" e que, "se cometeu algum erro", deve ser julgado e condenado" pela Justiça. "O que nós não podemos é aceitar o julgamento dos nossos adversários, porque se a gente fosse aceitar isso eu já estaria morto", disse.

Suassuna foi convidado pela organização do comício, mas não compareceu ao evento. Alegou que sua presença ao lado de Lula poderia ser usada pelos adversários para atacar o presidente. Já o suspeito de envolvimento com os sanguessugas, o deputado federal Marcondes Gadelha (PSB-PB), subiu no palanque.

O presidente afirmou que está sendo atacado porque "neste país não pode ter presidente da República que gosta de pobre". Segundo ele, antes de assumir o poder, "pobre só tinha valor na época da eleição, porque o voto dele é igual ao do rico." Lula disse que se considera "o presidente dos pobres deste país".

Sobre as previsões de que sua candidatura seria abalada pelos escândalos no governo e no PT, o presidente ironizou: "Teve um [adversário] que disse o seguinte: 'nós precisamos fazer o Lula sangrar até acabar a última gota de sangue, ele vai chegar na eleição morto'. Eles não sabiam que eu poderia fazer uma transfusão de sangue com o povo brasileiro e voltar para a política com milhões de células de sangue desse povo", declarou.

Lula também atacou mais uma vez quem o critica pela falta de estudos. "Neste país, a ignorância é tão grande que tem gente que ainda confunde inteligência com anos de escolaridade", afirmou. "Tem gente que acha que a inteligência se mede pelos anos que se passou na escola. Aí é conhecimento. A inteligência é uma coisa à parte."

Para ele, inteligência "é uma coisa que poucos têm no mundo". "São coisas privilegiadas, e não precisa ser muito rico nem ter freqüentado muito a escola. Basta que a pessoa tenha a cabeça aberta para receber, acumular e saber guardar as informações adequadas para usar no momento certo", disse.

Incluindo-se entre os privilegiados, o presidente disse: "Eu, de vez em quando fico pensando: nunca conseguirei ler os livros que eles [os adversários] já leram, mas eles também nunca conseguirão entender de povo como eu entendo", afirmou.

Novamente comparando-se a Juscelino Kubitscheck, Lula disse que vai se comportar como o ex-presidente diante das "calúnias" e "infâmias".

"O meu comportamento vai ser o comportamento do Juscelino, porque agora ele virou herói, mas quando era presidente o Carlos Lacerda chamava ele de ladrão todo dia. E olha que o Carlos Lacerda era mais sério do que os que me chamam hoje", disse. "Juscelino teve paciência, foi cassado e esperou 50 anos para que o reconhecessem como um dos melhores presidentes da história deste país."

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