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19/09/2006 - 08h41

Reeleição de Sarney é ameaçada por novata na política

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THIAGO REIS
da Agência Folha

A 12 dias das eleições, o senador José Sarney (PMDB), que concorre à reeleição no Amapá, é rejeitado por 37% dos eleitores do Estado, que dizem não votar nele de jeito nenhum. Sua rejeição, segundo o Ibope, é a maior entre todos os candidatos. Sua adversária Cristina Almeida (PSB), sete pontos percentuais atrás nas intenções de voto, tem um índice bem menor: 24%.

Com a reeleição ameaçada por uma novata na política, o senador intensificou a campanha pelo interior do Amapá e ensaiou passos de marabaixo --uma dança típica do Estado-- na propaganda eleitoral na TV.

Em maio, o Ibope dava 50 pontos de diferença entre os dois: 58% para Sarney e 8% para Cristina. No final de agosto, o Ibope já dava 29% a ela e 50% a Sarney. Cristina --que disputa pela primeira vez uma eleição-- tem agora 40%, contra 47% do atual senador.

Sob risco, Sarney, que cogitou, aos 76 anos, não fazer uma campanha intensa --tem dois mandatos de oito anos como senador do Amapá--, já visitou todos os 16 municípios do Estado. No corpo-a-corpo, tenta colar sua imagem à população de baixa renda, seu principal eleitorado.

Segundo o Ibope, Sarney lidera entre os menos instruídos (até a 8ª série) e os mais pobres (até dois salários mínimos). Cristina está na frente na faixa dos que ganham mais de dois salários mínimos e dos que possuem ao menos o ensino médio completo.

Cristina é militante do movimento negro e participa ativamente das festividades populares tradicionais. É dançarina do grupo de marabaixo --uma manifestação com raiz africana-- da comunidade de Campina Grande. Para igualar a disputa, Sarney também dançou o marabaixo no horário eleitoral da TV.

Além disso, a coligação "União pelo Amapá", da qual faz parte, é a campeã em representações contra a imprensa no Estado. Sarney já entrou com ações contra rádios, jornais, agências de notícias, sites de busca, periódicos eletrônicos e até blogs que tenham citado o seu nome.

Os blogs do Brasil e do exterior contra-atacaram publicando notas de repúdio ao que consideram "censura" praticada pelo senador e fazendo campanha intitulada "Xô Sarney", pedindo que ele volte ao Maranhão, onde nasceu.

Há dez dias, Sarney sofreu um outro revés. Fiel ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na base aliada, teve de lidar com uma saia-justa, já que o governador do Acre e coordenador na região Norte da campanha de Lula à reeleição, Jorge Viana (PT), foi ao Amapá declarar apoio ao PSB de Cristina.

A Folha tentou falar com o senador, mas sua assessoria de imprensa não ligou de volta.

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