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19/09/2006 - 14h23

Alckmin diz que política virou "mensalama" e ataca Lula

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CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio de Janeiro

O candidato tucano às eleições presidenciais, Geraldo Alckmin, elevou o tom das críticas e atacou o petista Luiz Inácio Lula da Silva em campanha hoje pela Baixada Fluminense. Alckmin visitou os municípios de São João do Meriti, Nova Iguaçu e Duque de Caxias. Em todos eles, Alckmin citou o caso do ex-assessor de Lula Freud Godoy, acusado de encomendar um dossiê que relacionaria o próprio Alckmin e do candidato ao governo paulista José Serra.

"A política agora é um 'mensalama'. Parece um novelo sem fim, um balaio de caranguejo: você puxa um e vem o time inteiro. Tem até assessor do presidente envolvido nessa coisa triste", disse.

Alckmin se referiu às prisões feitas na semana passada de Gedimar Pereira Passos e Valdebran Padilha, com R$ 1,7 milhão, num hotel em São Paulo. Gedimar, contratado para prestar serviços para o comitê do PT da campanha à reeleição de Lula, disse que foi contratado pelo partido para avaliar documentos que seriam fornecidos por Luiz Antonio Vedoin, dono da Planam, que comanda a máfia das ambulâncias. Valdebran é filiado ao PT.

Além disso, o tucano citou os supostos gastos feitos pela Secom (Secretaria de Comunicação) na confecção de cartilhas que foram encomendadas para agências de Duda Mendonça e a denúncia de que 13 ONGs ligadas ao partido de Lula receberam R$ 56,6 milhões. "Acho triste que Brasil tenha presidente que não saiba de nada, que não ouve nada e tenha assessores ligados ao crime. É história triste de fim de governo. A gente não deve subestimar o eleitor. O eleitor está muito maduro, muito consciente. Sabe que Brasil não está crescendo, que o povo está empobrecido", afirmou Alckmin.

Em entrevista à Rádio Tupi, Alckmin disse ainda que tanto Gedimar quanto Valdebran são "bagrinhos" e não tinham condições de ter o dinheiro para compra do dossiê.

"É lógico que não tinham esse dinheiro [as pessoas que foram presas]. Quem deu a elas esse dinheiro? De onde saiu esse dinheiro? Prestar contas a sociedade é dever de todos os governantes. O pior é que um dos presos mais uma vez era ligado ao PT. Mais uma vez um suspeito é ligado ao gabinete do presidente da República", disse ele.

O candidato evitou fazer ligações entre o caso do dossiê e o episódio das escutas telefônicas ilegais nos aparelhos de três ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mas disse que situações como essas não acontecem por acaso. "O que nós temos assistido no Brasil é uma coisa grave, é [uma situação do tipo] os fins justificam os meios", afirmou ele.

Ao ser questionado sobre se confia na isenção da Polícia Federal na investigação do caso, disse: "A Polícia Federal tem ótima qualidade. Agora, a gente precisa ter cuidado porque é um governo autoritário. Aliás, governo que tem corrupção é autoritário, porque tem que esconder o corruptor. Então, é muito importante o Poder Judiciário e o TSE acompanharem esse processo."

Alckmin percorreu os municípios da baixada ao lado do tucano Eduardo Paes, candidato ao governo do Rio, Ronaldo Cézar Coelho, candidato a senador, entre outros.

Paes fez coro às críticas do presidenciável e chamou o Planalto de "quadrilha". "Não estavam próximos ao Lula, estavam junto ao Lula", afirmou.

Em São João do Meriti, o candidato comprou uma camisa escrita "100% Flamengo" de um camelô e a vestiu para posar para os fotógrafos.

Alckmin preferiu manter mistério sobre se vai ou não gravar de própria voz o caso do dossiê em seu programa eleitoral. Limitou-se a dizer: "Aguardem".

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