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19/09/2006 - 21h01

Juiz rejeita pedido de prisão de ex-assessor de Lula

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HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Cuiabá
LEONARDO SOUZA
Enviado especial da Folha a Cuiabá

A Justiça Federal em Cuiabá rejeitou hoje o pedido de prisão temporária, feito pelo procurador da República Mário Lúcio Avelar, contra o ex-assessor especial da Presidência da República Freud Godoy, suspeito de envolvimento no caso do dossiê contra tucanos.

Em outra decisão, o juiz Marcos Alves Tavares, substituto da 2ª Vara Federal, mandou soltar o advogado Gedimar Pereira Passos e o empresário Valdebran Carlos Padilha da Silva, presos na sexta-feira também no caso do dossiê que tenta envolver diretamente o candidato a governador de São Paulo pelo PSDB, José Serra.

Tavares também rejeitou o pedido de prisão contra o empresário Darci José Vedoin, 61, pai de Luiz Antônio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas e que receberia R$ 2 milhões pela venda do dossiê.

"O Ministério Público Federal apresenta como fundamento para a decretação da prisão preventiva [de Darci] as interceptações telefônicas que tenho como precárias para a decretação da prisão preventiva pleiteada. Os diálogos, na maior parte em 'códigos', não permitem que se extraia nenhuma conclusão", afirmou Tavares em sua decisão.

Por meio de escutas telefônicas, a PF descobriu que Vedoin estava negociando dossiês.

Avelar pediu a prisão de Freud citando que, no dia 15 passado, a PF apreendeu em São Paulo R$ 1,7 milhão em poder de Gedimar e Valdebran. Segundo o procurador, o dinheiro seria pago a Vedoin pela "venda de documentos contendo informações sobre a participação de políticos envolvidos no esquema investigado pela Operação Sanguessuga".

Ainda conforme, o procurador, declarações prestadas por Gedimar apontam que o dinheiro seria entregue a Vedoin "a mando de Freud".

Ao negar o pedido, o juiz disse que é "no mínimo estranho e contraproducente que um pedido de prisão temporária seja divulgado na imprensa antes de sua análise pelo Juízo".

A informação da prisão de Freud começou a circular desde a manhã de hoje.

Por conta disso, Freud mandou uma petição via fax, por seu advogado, informando que compareceu à sede da Superintendência da PF em São Paulo, colocando-se "à disposição da autoridade policial, bem como do Poder Judiciário, trazendo o endereço onde poderá ser localizado". Com base na declaração, o juiz entendeu não haver necessidade de prisão.

Freud nega que tenha orientado a compra do dossiê. Ele pediu afastamento da secretaria da Presidência após receber um telefonema do presidente Lula pedindo explicação.

O juiz também definiu como estranho o fato de o pedido de prisão de Darci ter sido divulgado pela imprensa.

Com relação a Valdebran e Gedimar, o juiz entendeu que os depoimentos "estão sendo tomados, não havendo, em princípio, necessidade de diligências complementares".

A decisão do juiz, de mandar soltar os acusados, também beneficiou Paulo Roberto Trevisan, tio de Vedoin, que foi preso com o dossiê contra tucanos, formado por uma fita de vídeo, um DVD e fotos que mostram Serra em 2001, então ministro da Saúde, na entrega de ambulâncias compradas da máfia do sanguessugas em Cuiabá.

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