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21/09/2006 - 21h51

Dossiê repercute no horário eleitoral; Lula diz estar decepcionado

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JAMES CIMINO
da Folha Online

Não teve como evitar o assunto. Na propaganda eleitoral desta noite, o presidente da República e candidato do PT à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva, não teve outro jeito senão se defender das acusações de envolvimento na compra do dossiê antitucanos.

Disse que nunca fugiu de suas responsabilidades e que "sempre que soube de malfeitos", mandou "apurar com vigor". Anunciou sua decisão de afastar seu coordenador de campanha, o deputado Ricardo Berzoini, "mesmo sabendo" que ele não tinha "envolvimento direto" com a compra do dossiê.

O petista disse ainda que "nunca se apurou e puniu" tanto quanto em seu governo e que não podia admitir que se diga que a corrupção aumentou em seu governo. "O que aumentou foi o combate à corrupção", afirmou.

Mais uma vez, Lula apelou ao emocional: "Como ser humano, sofro e me decepciono quando fico sabendo que pessoas que conheço se envolveram em irregularidades."

No fim do programa, exibiu seu discurso na ONU e mostrou a cerimônia de premiação em que recebeu o título de estadista do ano.

O petista também teve direito de resposta no já curto programa de José Maria Eymael. Durante a emissão, criticou o candidato do PSDC por chamar o bolsa família de chantagem, pois, graças ao programa, muito brasileiros hoje fazem três refeições por dia.

Porém, os ataques da oposição foram fortes. Os tucanos, pivôs do episódio do dossiê, não deixaram barato. Até o mais sereno deles, Geraldo Alckmin, que sempre foi tão comedido nos ataques ao principal adversário, resolveu falar, com a própria voz de todas as conexões que podem vir a envolver o presidente.

Alckmin citou todos os envolvidos neste escândalo e fez questão de relembrar outros, como Valdomiro Diniz, José Dirceu, Antonio Palocci, Luiz Gushiken, entre outros.

"E importante que você saiba o que está acontecendo. Porque é o seu voto que está em jogo", dizia Alckmin, que também perguntava: "Como não sabe, se todos os eram ligados diretamente a ele?"

Depois de mostrar, por meio de computação gráfica, a proximidade entre as salas de Freud Godoy e a da Presidência, o candidato tucano atacou: "Que presidente é esse, que não sabia de nada? O presidente tem obrigação de saber que se passa ao seu redor."

Por fim, Alckmin apelou ao eleitor que mude de candidato. "Não é possível que o Brasil vá se acostumar com mais esse escândalo", completou.

Mais ataques

O programa de hoje foi oportunidade para que os outros dois candidatos Heloísa Helena (PSOL) e Cristovam Buarque (PDT) atacarem o PT e o PSDB.

A senadora abriu sua emissão dizendo: "O que era ruim ficou ainda pior." Citou a cosa do dossiê, mas não se furtou a isentar o PSDB, dizendo que a máfia das ambulâncias começou no governo FHC. Encerrou afirmando que o Brasil não precisa ter de escolher entre o ruim e o pior.

Buarque falou que a política brasileira "está cada vez mais corrompida" e que "os corruptos querem fazer o povo acreditar que todos os políticos são iguais a eles".

"Meu candidato a vice, Jefferson Peres, é político e é honesto", disse o ex-ministro da Educação.

Logo depois, Peres discursou pedindo ao eleitor que fizesse uma tomada de consciência e não votassem nos desonestos que os enganaram, pois, se o fizerem, "pais e mães eleitores estarão ensinando a seus filhos que eles devem ser assim", desonestos.

Especial
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