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22/09/2006
-
09h52
LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Folha de S.Paulo
A Polícia Federal tentou abafar o caso do dossiê após descobrir o envolvimento de petistas no escândalo. Em São Paulo, onde um ex-agente da PF foi preso, a orientação era restringir ao máximo o acesso a informações e concentrar a investigação nas mãos de policiais de confiança do diretor-executivo da PF, delegado Zulmar Pimentel, 55, segundo homem na hierarquia do órgão.
Segundo a Folha apurou, o delegado Edmilson Pereira Bruno, que estava de plantão na madrugada de sexta-feira e prendeu o petista Valdebran Padilha, foi afastado do caso.
Durante a operação, o delegado prendeu ainda o ex-agente da PF Gedimar Passos --que negociava o dossiê com Padilha, no hotel Ibis--, apreendeu R$ 1,7 milhão e colheu os primeiros depoimentos.
Na segunda-feira, Bruno foi afastado. No lugar dele foram acionados policiais ligados ao superintendente em exercício da PF em São Paulo, Severino Alexandre, indicado para a diretoria executiva do órgão pelo diretor-executivo Pimentel.
Como o superintendente em exercício, a Folha apurou que o policial preso também fazia parte do grupo de agentes que gozavam da confiança do diretor-executivo --a PF de Brasília não confirmou a informação.
Por orientação do superintendente em exercício, todos os delegados e agentes foram proibidos de falar sobre o caso. Também foi vetada a divulgação de imagens do dinheiro apreendido no hotel.
As fitas de vídeo gravadas pelo circuito interno do Ibis, segundo um funcionário do hotel, haviam sido prometidas ao delegado Bruno, que deveria retirá-las na segunda-feira. Por determinação do superintendente em exercício, o material foi lacrado e encaminhado diretamente para ele.
Uma das situações consideradas "estranhas" por agentes da PF, que pediram para que seus nomes não fossem divulgados, foi o depoimento de Freud Godoy, ex-assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O superintendente em exercício determinou que Godoy fosse ouvido na segunda-feira por uma delegada assistente dele, considerada "novata" na profissão. O normal, dizem, seria Bruno ter assumido o interrogatório já que ele ouviu os presos e é delegado de classe especial, último grau na polícia.
A Folha tentou entrar em contato ontem com o delegado Bruno e com o superintendente em exercício. O primeiro, segundo a assessoria da PF, não tinha autorização para falar com a imprensa. Precisava da aprovação de Alexandre.
A reportagem telefonou cinco vezes para o gabinete do superintendente Alexandre. As secretárias informaram que transmitiriam o recado, mas que ele dificilmente fala com jornalistas. Localizado por telefone, Bruno se negou a falar. A PF em Brasília foi informada sobre o teor da reportagem, mas não retornou as ligações.
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da Folha de S.Paulo
A Polícia Federal tentou abafar o caso do dossiê após descobrir o envolvimento de petistas no escândalo. Em São Paulo, onde um ex-agente da PF foi preso, a orientação era restringir ao máximo o acesso a informações e concentrar a investigação nas mãos de policiais de confiança do diretor-executivo da PF, delegado Zulmar Pimentel, 55, segundo homem na hierarquia do órgão.
Segundo a Folha apurou, o delegado Edmilson Pereira Bruno, que estava de plantão na madrugada de sexta-feira e prendeu o petista Valdebran Padilha, foi afastado do caso.
Durante a operação, o delegado prendeu ainda o ex-agente da PF Gedimar Passos --que negociava o dossiê com Padilha, no hotel Ibis--, apreendeu R$ 1,7 milhão e colheu os primeiros depoimentos.
Na segunda-feira, Bruno foi afastado. No lugar dele foram acionados policiais ligados ao superintendente em exercício da PF em São Paulo, Severino Alexandre, indicado para a diretoria executiva do órgão pelo diretor-executivo Pimentel.
Como o superintendente em exercício, a Folha apurou que o policial preso também fazia parte do grupo de agentes que gozavam da confiança do diretor-executivo --a PF de Brasília não confirmou a informação.
Por orientação do superintendente em exercício, todos os delegados e agentes foram proibidos de falar sobre o caso. Também foi vetada a divulgação de imagens do dinheiro apreendido no hotel.
As fitas de vídeo gravadas pelo circuito interno do Ibis, segundo um funcionário do hotel, haviam sido prometidas ao delegado Bruno, que deveria retirá-las na segunda-feira. Por determinação do superintendente em exercício, o material foi lacrado e encaminhado diretamente para ele.
Uma das situações consideradas "estranhas" por agentes da PF, que pediram para que seus nomes não fossem divulgados, foi o depoimento de Freud Godoy, ex-assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O superintendente em exercício determinou que Godoy fosse ouvido na segunda-feira por uma delegada assistente dele, considerada "novata" na profissão. O normal, dizem, seria Bruno ter assumido o interrogatório já que ele ouviu os presos e é delegado de classe especial, último grau na polícia.
A Folha tentou entrar em contato ontem com o delegado Bruno e com o superintendente em exercício. O primeiro, segundo a assessoria da PF, não tinha autorização para falar com a imprensa. Precisava da aprovação de Alexandre.
A reportagem telefonou cinco vezes para o gabinete do superintendente Alexandre. As secretárias informaram que transmitiriam o recado, mas que ele dificilmente fala com jornalistas. Localizado por telefone, Bruno se negou a falar. A PF em Brasília foi informada sobre o teor da reportagem, mas não retornou as ligações.
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