Publicidade
Publicidade
22/09/2006
-
13h31
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O ministro de Relações Institucionais , Tarso Genro, engrossou o coro de petistas que saíram em defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e acusaram a oposição de querer "melar" o processo eleitoral. Num encontro com 300 prefeitos --que participam de ato em favor da candidatura à reeleição de Lula--, Tarso disse que a oposição quer "melar o processo eleitoral e gerar instabilidade política" ao explorar a compra do dossiê antitucano por membros do PT.
Ele conclamou os prefeitos a não permitirem "que os resultados das urnas sejam fraudados pela manipulação da informação unilateral e de forma absolutamente arbitrária".
Tarso afirmou que desde o início da campanha sabia que esses seriam os dias mais "difíceis e problemáticos" já que havia a proximidade da vitória de Lula no primeiro turno.
Ele voltou a alfinetar a oposição e disse que "os debaixo ousaram levantaram suas cabeças" e que o governo vem sendo atacado de "todas as formas [pela oposição] numa tentativa de impedir a vitória de Lula".
No entanto, o ministro afirmou aos prefeitos que o povo vai saber escutar a verdade e eleger Lula presidente.
De manhã, Lula se reuniu no Palácio da Alvorada com os ministros Tarso, Dilma Rousseff (Casa Civil) e Luiz Marinho (Trabalho).
O caso
A 15 dias das eleições, a Polícia Federal apreendeu vídeo, DVD e fotos que mostram o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, na entrega de ambulâncias da máfia dos sanguessugas.
O material contra Serra seria entregue pelo empresário Luiz Antônio Vedoin, chefe dos sanguessugas e sócio da Planam, a Gedimar Pereira Passos, advogado e ex-policial federal, e Valdebran Padilha da Silva, filiado ao PT do Mato Grosso.
Gedimar e Valdebran foram presos, em São Paulo, com R$ 1,7 milhão. Eles estavam no hotel Ibis, e aguardavam por um emissário do empresário, que levaria o dossiê contra o tucano. O PT nega que o dinheiro seja do partido.
O emissário seria o tio do empresário, Paulo Roberto Dalcol Trevisan. A pedido de Vedoin, o tio entregaria em São Paulo o documento a Valdebran e Gedimar. Os quatro envolvidos foram presos pela Polícia Federal.
Em depoimento à PF, Gedimar disse que foi "contratado pela Executiva Nacional do PT" para negociar com a família Vedoin a compra de um dossiê contra os tucanos, e que do pacote fazia parte entrevista acusando Serra de envolvimento na máfia.
Ele disse ainda que seu contato no PT era alguém de nome "Froud ou Freud". Após a denúncia, o assessor pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Freud Godoy, pediu afastamento do cargo. Ele nega as acusações.
Após o episódio, outros nomes ligados ao PT começaram a ser relacionados ao dossiê. Esse é o caso do ex-coordenador da campanha à reeleição de Lula, Ricardo Berzoini, presidente do PT. Seu ex-secretário no Ministério do Trabalho Oswaldo Bargas (coordenador de programa de governo da campanha) e Jorge Lorenzetti --analista de mídia e risco do PT e churrasqueiro do presidente-- procuraram a revista "Época" para oferecer o dossiê.
Lorenzetti foi afastado do cargo e Berzoini deixou a coordenação da campanha de Lula, mas, por enquanto, permanece na presidência do partido.
O ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Afonso Veloso também foi afastado da instituição, após denúncia sobre seu suposto envolvimento com o dossiê. Valdebran disse que recebeu parte do dinheiro de uma pessoa chamada "Expedito". Ele teria participado da operação de montagem e divulgação do documento.
Em São Paulo, o candidato ao governo Aloizio Mercadante (PT) afastou o coordenador de comunicação da campanha Hamilton Lacerda, que teria articulado a publicação de uma reportagem na "IstoÉ" contra Serra.
Leia mais
Entenda o caso do dossiê contra os tucanos
Saiba mais sobre o dossiê contra tucanos
PF prende empresário sanguessuga e apreende R$ 1,7 mi com integrante do PT
Crise do dossiê derruba Berzoini e assessor de Mercadante em SP
Especial
Leia cobertura completa das eleições 2006
Tarso acusa oposição de querer "melar" eleição e pede ajuda contra "fraude"
Publicidade
da Folha Online, em Brasília
O ministro de Relações Institucionais , Tarso Genro, engrossou o coro de petistas que saíram em defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e acusaram a oposição de querer "melar" o processo eleitoral. Num encontro com 300 prefeitos --que participam de ato em favor da candidatura à reeleição de Lula--, Tarso disse que a oposição quer "melar o processo eleitoral e gerar instabilidade política" ao explorar a compra do dossiê antitucano por membros do PT.
Ele conclamou os prefeitos a não permitirem "que os resultados das urnas sejam fraudados pela manipulação da informação unilateral e de forma absolutamente arbitrária".
Tarso afirmou que desde o início da campanha sabia que esses seriam os dias mais "difíceis e problemáticos" já que havia a proximidade da vitória de Lula no primeiro turno.
Ele voltou a alfinetar a oposição e disse que "os debaixo ousaram levantaram suas cabeças" e que o governo vem sendo atacado de "todas as formas [pela oposição] numa tentativa de impedir a vitória de Lula".
No entanto, o ministro afirmou aos prefeitos que o povo vai saber escutar a verdade e eleger Lula presidente.
De manhã, Lula se reuniu no Palácio da Alvorada com os ministros Tarso, Dilma Rousseff (Casa Civil) e Luiz Marinho (Trabalho).
O caso
A 15 dias das eleições, a Polícia Federal apreendeu vídeo, DVD e fotos que mostram o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, na entrega de ambulâncias da máfia dos sanguessugas.
O material contra Serra seria entregue pelo empresário Luiz Antônio Vedoin, chefe dos sanguessugas e sócio da Planam, a Gedimar Pereira Passos, advogado e ex-policial federal, e Valdebran Padilha da Silva, filiado ao PT do Mato Grosso.
Gedimar e Valdebran foram presos, em São Paulo, com R$ 1,7 milhão. Eles estavam no hotel Ibis, e aguardavam por um emissário do empresário, que levaria o dossiê contra o tucano. O PT nega que o dinheiro seja do partido.
O emissário seria o tio do empresário, Paulo Roberto Dalcol Trevisan. A pedido de Vedoin, o tio entregaria em São Paulo o documento a Valdebran e Gedimar. Os quatro envolvidos foram presos pela Polícia Federal.
Em depoimento à PF, Gedimar disse que foi "contratado pela Executiva Nacional do PT" para negociar com a família Vedoin a compra de um dossiê contra os tucanos, e que do pacote fazia parte entrevista acusando Serra de envolvimento na máfia.
Ele disse ainda que seu contato no PT era alguém de nome "Froud ou Freud". Após a denúncia, o assessor pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Freud Godoy, pediu afastamento do cargo. Ele nega as acusações.
Após o episódio, outros nomes ligados ao PT começaram a ser relacionados ao dossiê. Esse é o caso do ex-coordenador da campanha à reeleição de Lula, Ricardo Berzoini, presidente do PT. Seu ex-secretário no Ministério do Trabalho Oswaldo Bargas (coordenador de programa de governo da campanha) e Jorge Lorenzetti --analista de mídia e risco do PT e churrasqueiro do presidente-- procuraram a revista "Época" para oferecer o dossiê.
Lorenzetti foi afastado do cargo e Berzoini deixou a coordenação da campanha de Lula, mas, por enquanto, permanece na presidência do partido.
O ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Afonso Veloso também foi afastado da instituição, após denúncia sobre seu suposto envolvimento com o dossiê. Valdebran disse que recebeu parte do dinheiro de uma pessoa chamada "Expedito". Ele teria participado da operação de montagem e divulgação do documento.
Em São Paulo, o candidato ao governo Aloizio Mercadante (PT) afastou o coordenador de comunicação da campanha Hamilton Lacerda, que teria articulado a publicação de uma reportagem na "IstoÉ" contra Serra.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice