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22/09/2006
-
15h44
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
Em um ato político com cerca de 300 prefeitos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à reeleição, considerou "deplorável" a negociação de membros do PT para a compra de um dossiê contra políticos tucanos. Segundo Lula, os envolvidos na compra do material "são tão bandidos quanto quem queria vender".
O presidente reiterou que é o maior interessado em apurar o episódio. "Eu quero saber de onde veio o dinheiro sim. Eu quero saber toda a tramóia que houve. Mas, sobretudo, eu quero saber que diabo de conteúdo tinha neste dossiê para as pessoas cometerem a enrascada que cometeram."
Lula disse que se o conteúdo não for divulgado "vai ficar tudo muito difícil". Ele também disparou críticas contra o serviço de inteligência do PT, que seria responsável pela compra do material. "Se não tiver nada, quem fez isso não era de inteligência coisa nenhuma."
Em vários momentos do discurso, o presidente disse que vai se manter tranqüilo na reta final da campanha. "Quanto mais eles [a oposição] baixarem o nível, mais eu vou elevar o nível."
Lula, no entanto, disse, ao se referir à oposição, que "tem gente neste país que ainda não aprendeu a viver em democracia".
O presidente também afirmou que o discurso dos oposicionistas é o de tirar o operário do poder para voltarem a governar o país. "Eles estão ansiosos com outros meios, que não têm relação com o sistema democrático, para evitar que continuemos a dirigir o país."
Ato de apoio
O encontro com os prefeitos acabou virando um ato de apoio a Lula no episódio do dossiê. Por mais de duas horas, prefeitos das cinco regiões brasileiras se revezaram fazendo discursos favoráveis à reeleição do presidente e mantendo o argumento de que o episódio do dossiê é uma manobra da oposição para impedir a vitória de Lula.
Otimista, o presidente disse que vai ganhar a eleição, mas evitou comemorar uma eventual vitória no primeiro turno. "Se não der no primeiro e tiver segundo turno, não tem problema. Mas que vamos ganhar, isso tenho certeza", encerrou.
Dossiê
A Polícia Federal apreendeu na semana passada DVD e fotos que mostram os tucanos José Serra (candidato ao governo de São Paulo) e Geraldo Alckmin (candidato à Presidência) na entrega de ambulâncias da máfia dos sanguessugas.
A quadrilha desmontada pela Polícia Federal, que fraudava a venda de ambulâncias para prefeituras de diversos Estados do país, era chefiada pela família Trevisan Vedoin, no Mato Grosso.
O material, supostamente comprado pelo PT e conhecido como dossiê, seria entregue pelo empresário Luiz Antônio Vedoin, chefe dos sanguessugas e sócio da Planam, a integrantes do PT, que o usariam durante a campanha contra os adversários tucanos.
Confira o DVD, de 23 minutos, veiculado no Olhar Direto. O vídeo compõe o dossiê, orçado em R$ 1,7 milhão.
No DVD, Serra, então ministro da Saúde, aparece com alguns parlamentares, hoje acusados de envolvimento com o esquema dos sanguessugas, numa solenidade realizada em um galpão da Planam, em 2001, em Cuiabá.
Em trechos do vídeo, aparecem Luiz Antônio Vedoin e seu pai, Darci Vedoin. O tucano chegou ao local acompanhado de Dante de Oliveira (PSDB), então governador do Mato Grosso. Dante morreu em julho deste ano.
Alckmin não aparece no DVD. Segundo o blog do Josias, o tucano, conforme informações da Polícia Federal, é visto apenas em uma foto do dossiê.
Petistas e tucanos já declararam que o DVD não vale R$ 1,7 milhão. Eles vem defendendo que o conteúdo do dossiê seja investigado.
Especial
Leia cobertura completa da máfia dos sanguessugas
Leia cobertura completa das eleições 2006
Lula diz que envolvidos na compra de dossiê são "bandidos"
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da Folha Online, em Brasília
Em um ato político com cerca de 300 prefeitos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à reeleição, considerou "deplorável" a negociação de membros do PT para a compra de um dossiê contra políticos tucanos. Segundo Lula, os envolvidos na compra do material "são tão bandidos quanto quem queria vender".
O presidente reiterou que é o maior interessado em apurar o episódio. "Eu quero saber de onde veio o dinheiro sim. Eu quero saber toda a tramóia que houve. Mas, sobretudo, eu quero saber que diabo de conteúdo tinha neste dossiê para as pessoas cometerem a enrascada que cometeram."
Lula disse que se o conteúdo não for divulgado "vai ficar tudo muito difícil". Ele também disparou críticas contra o serviço de inteligência do PT, que seria responsável pela compra do material. "Se não tiver nada, quem fez isso não era de inteligência coisa nenhuma."
Em vários momentos do discurso, o presidente disse que vai se manter tranqüilo na reta final da campanha. "Quanto mais eles [a oposição] baixarem o nível, mais eu vou elevar o nível."
Lula, no entanto, disse, ao se referir à oposição, que "tem gente neste país que ainda não aprendeu a viver em democracia".
O presidente também afirmou que o discurso dos oposicionistas é o de tirar o operário do poder para voltarem a governar o país. "Eles estão ansiosos com outros meios, que não têm relação com o sistema democrático, para evitar que continuemos a dirigir o país."
Ato de apoio
O encontro com os prefeitos acabou virando um ato de apoio a Lula no episódio do dossiê. Por mais de duas horas, prefeitos das cinco regiões brasileiras se revezaram fazendo discursos favoráveis à reeleição do presidente e mantendo o argumento de que o episódio do dossiê é uma manobra da oposição para impedir a vitória de Lula.
Otimista, o presidente disse que vai ganhar a eleição, mas evitou comemorar uma eventual vitória no primeiro turno. "Se não der no primeiro e tiver segundo turno, não tem problema. Mas que vamos ganhar, isso tenho certeza", encerrou.
Dossiê
A Polícia Federal apreendeu na semana passada DVD e fotos que mostram os tucanos José Serra (candidato ao governo de São Paulo) e Geraldo Alckmin (candidato à Presidência) na entrega de ambulâncias da máfia dos sanguessugas.
A quadrilha desmontada pela Polícia Federal, que fraudava a venda de ambulâncias para prefeituras de diversos Estados do país, era chefiada pela família Trevisan Vedoin, no Mato Grosso.
O material, supostamente comprado pelo PT e conhecido como dossiê, seria entregue pelo empresário Luiz Antônio Vedoin, chefe dos sanguessugas e sócio da Planam, a integrantes do PT, que o usariam durante a campanha contra os adversários tucanos.
Confira o DVD, de 23 minutos, veiculado no Olhar Direto. O vídeo compõe o dossiê, orçado em R$ 1,7 milhão.
No DVD, Serra, então ministro da Saúde, aparece com alguns parlamentares, hoje acusados de envolvimento com o esquema dos sanguessugas, numa solenidade realizada em um galpão da Planam, em 2001, em Cuiabá.
Em trechos do vídeo, aparecem Luiz Antônio Vedoin e seu pai, Darci Vedoin. O tucano chegou ao local acompanhado de Dante de Oliveira (PSDB), então governador do Mato Grosso. Dante morreu em julho deste ano.
Alckmin não aparece no DVD. Segundo o blog do Josias, o tucano, conforme informações da Polícia Federal, é visto apenas em uma foto do dossiê.
Petistas e tucanos já declararam que o DVD não vale R$ 1,7 milhão. Eles vem defendendo que o conteúdo do dossiê seja investigado.
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