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22/09/2006 - 18h26

PF diz que dossiê tinha 2.000 páginas e citava PT e outros partidos

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EPAMINONDAS NETO
da Folha Online

O delegado da Polícia Federal Edmilson Bruno afirmou hoje que o dossiê original que seria comprado por integrantes do PT com supostas denúncias contra adversários era muito maior e abrangia "partidos de A a Z". Bruno foi o responsável pela prisão de Gedimar Pereira Passos e Valdebran Padilha em um hotel em São Paulo na sexta-feira passada.

"O Gedimar disse que o dossiê está envolvendo todos os partidos políticos e o próprio PT. Em nenhum momento o senhor Gedimar disse que era um dossiê contra o PSDB. Se vocês tiverem acesso aos meus autos, no futuro, verão que ele não fala do PSDB", disse o delegado.

Na semana passada, a PF apreendeu uma fita de vídeo, um DVD e seis fotos --que formariam um suposto dossiê contra o ex-ministro José Serra. O material, entretanto, mostrava apenas Serra em cerimônias de entrega de ambulâncias.

Bruno forneceu mais detalhes sobre a prisão dos dois na capital paulista. Primeiramente a PF prendeu Valdebran, que tentou negociar a entrega do restante do dossiê já sob a supervisão da polícia, mas a operação para conseguir o restante dos documentos não deu certo e foi interrompida. Logo depois, Valdebran teria indicado a presença de Gedimar, que foi detido no mesmo hotel.

De acordo com o delegado, os depoimentos indicam que o dossiê original teria cerca de 2.000 páginas e apontaria outras denúncias além do envolvimento com a máfia dos sanguessugas.

Ainda de acordo com ele, os documentos teriam sido vistos antes em Cuiabá (MT). "Esta negociação [para comprar o dossiê], começou quando os Vedoin estavam presos na Polinter em Cuiabá", afirmou Bruno.

Na reconstituição do delegado, os Vedoin teriam avisado Valdebran que "alguém do PT" iria procurá-lo. Este alguém seria Gedimar, com conhecimento de Jorge Lorenzetti.

Bruno afirmou também que o PT iria comprar uma espécie de "pacote de denúncias" que valeria em torno de R$ 2 milhões.

Intervenção branca

O delegado procurou contestar a tese de "intervenção branca" na investigação sobre o dossiê. Segundo Bruno, ele estava fora do caso e foi acionado pela PF de Mato Grosso para deter Valdebran em um hotel em São Paulo.

Ele alegou que pela hora avançada em que terminou a prisão de Valdebran e Gedimar, não tomou depoimentos, que ficaram a cargo de uma delegada assistente. "Eu não fui afastado, apenas eu não continuei no caso", disse. Bruno acrescentou não saber se isto é normal, "eu apenas segui a minha chefia", afirmou.

Segundo a Folha apurou, o delegado Bruno, que estava de plantão na madrugada de sexta-feira e prendeu Valdebran Padilha, foi afastado do caso e no lugar dele foram acionados policiais ligados ao superintendente em exercício da PF em São Paulo, Severino Alexandre, indicado para a diretoria executiva do órgão pelo diretor-executivo.

Por orientação do superintendente em exercício, todos os delegados e agentes foram proibidos de falar sobre o caso. Também foi vetada a divulgação de imagens do dinheiro apreendido no hotel.



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