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24/09/2006 - 09h05

Lula diz que, na ética, vale mais que PSDB num balaio

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ROGÉRIO PAGNAN
da Folha de S.Paulo, em Araraquara

Num discurso predominado por críticas aos tucanos e à imprensa, mas sem fazer nenhuma citação direta ao "dossiêgate", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em comício em Araraquara (SP), ter mais ética e moral do que todos os adversários juntos. "Se colocar todos eles num balaio, não valem o que eu valho. Do ponto de vista moral e ético." A única menção indireta à crise do dossiê contra tucanos, que atingiu em cheio a campanha petista à Presidência e ao governo de São Paulo, ocorreu logo no início do discurso para cerca de 7.000 pessoas, segundo a assessoria do presidente.

Usando a ironia e o duplo sentido, o presidente falou dos tucanos (as aves propriamente ditas) para atacar os adversários do PSDB. Disse que vê na Granja do Torto que as aves são "predadoras" e comem os filhotes e os ovos de outras aves. "Por trás daquele bico bonito, tem coisa ruim. É importante a gente admirar a beleza, mas tomar cuidado. E muito cuidado. Eles [do PSDB] pregam praticamente o ódio contra o PT e contra os partidos de esquerda. Nós não precisamos responder com mesmo ódio."

O presidente também fez um crítica indireta ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em referência à carta aberta. "Eles consideram nosso povo cidadão de segunda classe. Os deles, são de primeira classe. Quando as pessoas começam a imaginar ter um povo melhor, a partir da lógica deles, nós vamos terminar no [líder nazista, Adolfo] Hitler, que queria um povo superior. Por isso fez o que fez com a humanidade", disse. "Que democrata é esse?" Lula disse que recebe tratamento diferente da imprensa do que recebia FHC, que, segundo ele, foi poupado durante as privatizações. "Ai de quem ousasse falar do governo naquela época.

O outro era pensamento único favorável, eu virei pensamento único contra." O presidente afirmou não querer uma imprensa chapa-branca, mas um tratamento justo. Não estava presente no evento o candidato a deputado federal Antonio Palocci, da região.

Uberlândia

Em comício também ontem em Uberlândia (MG), o presidente Lula também evitou a "crise do dossiê", não comentou a pesquisa Datafolha e, mais uma vez, pediu votos para o ex-governador de Minas Gerais Newton Cardoso, candidato ao Senado pelo PMDB, enfatizando que precisa de aliados no Senado para não ter que fazer votação "na rua".

Lula não desenvolveu o raciocínio sobre o que seria "ir para a rua fazer votação". Recentemente, o jornalista Elio Gaspari, colunista da Folha, informou que, em encontro com empresários, Eugênio Staub, presidente da Gradiente, perguntou a Lula como ele pretendia fazer as reformas que julga necessárias. Lula teria dito a Staub para que não acordasse o "demônio que tem em mim, porque a vontade que dá é de fechar esse Congresso e fazer o que é preciso".

O Planalto nega. Newton, ex-rival do PT, que chegou a pedir o impeachment do ex-governador, disputa o Senado contra o deputado Eliseu Resende (PFL).

Colaborou PAULO PEIXOTO, da Agência Folha, em Uberlândia

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