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24/09/2006
-
09h29
SHEILA D'AMORIM
RANIER BRAGON
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Integrantes da CPI dos Sanguessugas desconfiam que o ex-diretor de gestão e risco do banco, Expedito Veloso, poderia ter usado o cargo que ocupava para invadir ilegalmente dados dos correntistas como forma de montar um dossiê contra a gestão do PSDB no Ministério da Saúde.
A Polícia Federal deve investigar se houve envolvimento do banco.
Expedito é apontado como a pessoa que alertou petistas sobre a existência de uma movimentação bancária entre a família Vedoin e o empresário Abel Pereira, ligado ao ex-ministro Barjas Negri, sucessor de José Serra na Saúde.
Um dia antes de a PF prender os petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha com R$ 1,7 milhão, que seria usado na negociação do dossiê contra o PSDB, Expedito comemorava contando detalhes da entrevista em que Luiz e Darci Vedoin envolviam o tucano com a máfia das ambulâncias.
Em conversas por telefone, ele teria feito comentários sobre o dossiê que comprometia Serra e, ao ser questionado sobre como sabia de tantos detalhes, teria afirmado que era porque ele mesmo havia trabalhado na montagem do documento. Nesta data, a revista "IstoÉ" com a entrevista dos empresários ainda não havia circulado nas bancas.
"O PT desrespeitou o Banco do Brasil ao colocar em seus postos-chave membros do partido que trabalhavam para o partido, não para o banco", disse Carlos Sampaio (PSDB-SP), um dos sub-relatores da CPI.
Sampaio e Fernando Gabeira (PV-RJ) foram ontem à PF apanhar cópia dos documentos. "Do que ele fala, a gente pode inferir que talvez ele tenha quebrado o sigilo das contas do Abel Pereira no Banco do Brasil", afirmou Gabeira.
Expedito só será ouvido pela auditoria interna do BB na semana que vem, mas sabe-se que, com o cargo que ocupava, ele poderia ter acesso a movimentações financeiras de clientes do banco. Ontem, antes do seu depoimento na PF, seu advogado mostrou cópias de documentos que Veloso teria recebido dos Vedoin.
Entre eles, cópias de cheques do BB que representariam pagamentos dos Vedoin a Abel Pereira. As cópias não identificam o destinatário dos cheques. A dúvida é que, se Expedito montou o dossiê, pode ter checado o destino do dinheiro. Nesse caso, deve haver registro no sistema do BB.
Depois da ação da PF e a prisão dos petistas, Expedito não atendeu mais o telefone celular e também não foi localizado na sua casa, em Brasília.
Suspeitas de invasão de sigilo bancário foram responsáveis pela queda do ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda), no primeiro semestre.
Em depoimento à PF anteontem, Expedito afirmou que esteve em Cuiabá para investigar supostos depósitos feitos pela máfia dos sanguessugas na conta de Abel Pereira.
Ele disse que exerceu uma função técnica. "Fui lá [em Cuiabá] para cumprir função técnica. [Explicar] depósitos de pessoas indicadas por Abel Pereira". A Polícia Federal avaliou que o depoimento de cerca de seis horas foi improdutivo. Luiz Antonio Vedoin acusa Abel de ser o responsável por liberar emendas que interessavam à quadrilha na pasta da Saúde na gestão de Barjas Negri.
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RANIER BRAGON
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Integrantes da CPI dos Sanguessugas desconfiam que o ex-diretor de gestão e risco do banco, Expedito Veloso, poderia ter usado o cargo que ocupava para invadir ilegalmente dados dos correntistas como forma de montar um dossiê contra a gestão do PSDB no Ministério da Saúde.
A Polícia Federal deve investigar se houve envolvimento do banco.
Expedito é apontado como a pessoa que alertou petistas sobre a existência de uma movimentação bancária entre a família Vedoin e o empresário Abel Pereira, ligado ao ex-ministro Barjas Negri, sucessor de José Serra na Saúde.
Um dia antes de a PF prender os petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha com R$ 1,7 milhão, que seria usado na negociação do dossiê contra o PSDB, Expedito comemorava contando detalhes da entrevista em que Luiz e Darci Vedoin envolviam o tucano com a máfia das ambulâncias.
Em conversas por telefone, ele teria feito comentários sobre o dossiê que comprometia Serra e, ao ser questionado sobre como sabia de tantos detalhes, teria afirmado que era porque ele mesmo havia trabalhado na montagem do documento. Nesta data, a revista "IstoÉ" com a entrevista dos empresários ainda não havia circulado nas bancas.
"O PT desrespeitou o Banco do Brasil ao colocar em seus postos-chave membros do partido que trabalhavam para o partido, não para o banco", disse Carlos Sampaio (PSDB-SP), um dos sub-relatores da CPI.
Sampaio e Fernando Gabeira (PV-RJ) foram ontem à PF apanhar cópia dos documentos. "Do que ele fala, a gente pode inferir que talvez ele tenha quebrado o sigilo das contas do Abel Pereira no Banco do Brasil", afirmou Gabeira.
Expedito só será ouvido pela auditoria interna do BB na semana que vem, mas sabe-se que, com o cargo que ocupava, ele poderia ter acesso a movimentações financeiras de clientes do banco. Ontem, antes do seu depoimento na PF, seu advogado mostrou cópias de documentos que Veloso teria recebido dos Vedoin.
Entre eles, cópias de cheques do BB que representariam pagamentos dos Vedoin a Abel Pereira. As cópias não identificam o destinatário dos cheques. A dúvida é que, se Expedito montou o dossiê, pode ter checado o destino do dinheiro. Nesse caso, deve haver registro no sistema do BB.
Depois da ação da PF e a prisão dos petistas, Expedito não atendeu mais o telefone celular e também não foi localizado na sua casa, em Brasília.
Suspeitas de invasão de sigilo bancário foram responsáveis pela queda do ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda), no primeiro semestre.
Em depoimento à PF anteontem, Expedito afirmou que esteve em Cuiabá para investigar supostos depósitos feitos pela máfia dos sanguessugas na conta de Abel Pereira.
Ele disse que exerceu uma função técnica. "Fui lá [em Cuiabá] para cumprir função técnica. [Explicar] depósitos de pessoas indicadas por Abel Pereira". A Polícia Federal avaliou que o depoimento de cerca de seis horas foi improdutivo. Luiz Antonio Vedoin acusa Abel de ser o responsável por liberar emendas que interessavam à quadrilha na pasta da Saúde na gestão de Barjas Negri.
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