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27/09/2006 - 09h44

PF pede dados bancários de prefeito petista

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ANDRÉA MICHAEL
RANIER BRAGON
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A Polícia Federal pediu ontem ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que faça um levantamento em seus bancos de dados para checar se há alguma operação financeira considerada suspeita atribuída ao prefeito de Paracambi, André Ceciliano (PT).

Conforme notícia publicada pelo "Jornal do Brasil", Ceciliano, já citado nas investigações das CPIs do Banestado e dos Sanguessugas, teria se ausentado do gabinete nos três dias que antecederam à prisão, em 15 de setembro, de emissários petistas portando R$ 1,75 milhão de origem ainda não identificada.

O dinheiro seria destinado a pagar a compra, pelo PT, de um dossiê contra o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, e outros tucanos.

O prefeito apresentou ontem comprovantes de que viajou a Brasilia, pela Ocean Air, no dia 12 de setembro e que estava de volta ao Rio no dia 13. Disse que nos dois dias seguintes, despachou em seu gabinete em Paracambi, e que o fato pode ser comprovado por várias testemunhas. Apresentou também o comprovante da reserva do Hotel Bonaparte, em Brasília, para os dias 12 e 13.

A rigor, o Coaf, como órgão de inteligência financeira, vinculado ao Ministério da Fazenda, pode atuar espontaneamente, o que já fez em relação aos envolvidos no episódio cujos nomes se tornaram conhecidos. O presidente do Coaf, Antonio Gustavo Rodrigues, informou ontem a integrantes da CPI dos Sanguessugas que o órgão também investigou a movimentação bancária do PT, mas não localizou nenhum saque suspeito.

Entre outros, foram checados dados do ex-ministro da Saúde Barjas Negri, hoje prefeito de Piracicaba (SP), e da fundação Unitrabalho, uma rede de universidades ligada a Jorge Lorenzetti, ex-integrante do setor de inteligência da campanha à reeleição de Lula.

Segundo Carlos Sampaio (PSDB-SP), um dos integrantes da CPI, a única movimentação acima de R$ 100 mil detectada até agora ocorreu há dois anos na conta pessoal de Freud Godoy, ex-assessor especial da Presidência, que teria feito um saque de R$ 140 mil. Godoy nega envolvimento no episódio.

Em depoimento, Gedimar Pereira Passos, um dos presos com o dinheiro em São Paulo, diz que o pagamento do dossiê foi ordenado por uma "pessoa chamada Froude ou Freud".

Sampaio afirmou ainda que várias das checagens foram feitas pelo Coaf a pedido da CGU (Controladoria Geral da União). "É mais uma vez o governo obtendo informações do Coaf em interesse do governo. É um absurdo a CGU, um órgão do governo, obter informações sigilosas do Coaf sem ter legitimidade para isso", afirmou.

A CGU negou, por meio de sua assessoria, que tenha feito a solicitação ao Coaf. "A investigação, no momento, é toda policial, a CGU não tem nenhum envolvimento", afirmou.

A Polícia Federal pretende cruzar as informações sobre quem fez saques expressivos em dias próximos a 15 de setembro com os nomes dos colaboradores de campanha que o PT apresentar oficialmente. Também será analisado se os sacadores têm ligações políticas com o partido.

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