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28/09/2006 - 09h07

Ex-assessor de Mercadante entregou dinheiro, diz PF

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HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Cuiabá
FÁBIO VICTOR
LEONARDO SOUZA
enviados especiais da Folha de S.Paulo a Cuiabá

Hamilton Lacerda, então coordenador da campanha de Aloizio Mercadante (PT) ao governo de São Paulo, foi quem entregou a mala com dinheiro ao advogado Gedimar Pereira Passos e ao empresário Valdebran Padilha da Silva, no hotel Ibis em São Paulo, no dia 14, segundo informação da PF.

Gedimar e Valdebran foram presos pela PF com R$ 1,168 milhão e US$ 248,8 mil. O dinheiro, cuja origem a PF ainda investiga, seria usado para comprar um dossiê contra tucanos montado pelo empresário Luiz Antônio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas.

Após analisar os CDs com a gravação de imagens que registram movimento de pessoas no hotel, a PF concluiu que Lacerda foi quem entregou o dinheiro a Gedimar e Valdebran. Contudo a PF informou que a confirmação oficial, necessária para conclusão do inquérito, será feita por meio de perícia.

Desde o início da semana, a PF fazia a análise das imagens e ontem concluiu que Lacerda aparece na gravação entregando o dinheiro. Foram estudados vários CDs gravados no hotel no dia 14.

Nesse dia, por telefone, Valdebran negociava com Vedoin, que estava em Cuiabá, a venda do dossiê contra os tucanos José Serra, adversário de Mercadante nas eleições em São Paulo, e Geraldo Alckmin, candidato a presidente. O material era composto por fotos, CD e fita de vídeo mostrando Serra e Alckmin em eventos de entrega de ambulâncias da máfia dos sanguessugas.

O delegado Diógenes Curado Filho, que preside as investigações, deve ouvir Lacerda ainda hoje em São Paulo, segundo apurou a reportagem. O procurador da República em Cuiabá Mário Lúcio Avelar deve acompanhar o depoimento.

Lacerda deixou a campanha de Mercadante após o caso.
Na sexta-feira passada, em depoimento à PF em Brasília, Jorge Lorenzetti, ex-assessor da campanha e amigo do presidente Lula, disse que o dossiê seria entregue a Lacerda.

Cinco dias após as prisões de Gedimar e Valdebran, Lacerda deixou o cargo, pois foi citado pela revista "IstoÉ" como intermediador da entrevista em que os Vedoin acusam José Serra de envolvimento na máfia dos sanguessugas.

Conforme Gedimar em seu primeiro depoimento à Polícia Federal, o dinheiro seria usado para pagar o dossiê e uma entrevista à imprensa.
Até ontem, o procurador Avelar focava a investigação em outros quatro petistas, deixando de lado Lacerda.

Além de pedir novamente a prisão de Gedimar e Valdebran, Avelar queria que fossem presos Expedito Veloso, ex-diretor do Banco do Brasil, Oswaldo Bargas, que trabalhava na campanha de Lula, Lorenzetti e Freud Godoy, assessor da Presidência da República até o início do escândalo.

A Justiça decretou a prisão, mas, devido à legislação eleitoral, que proíbe prisões cinco dias antes das eleições, a PF só poderá efetuá-las a partir da próxima quarta-feira.

Outro lado

O candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, afirmou ontem que só irá se pronunciar sobre o fato de seu ex-coordenador de campanha aparecer nas fitas do hotel entregando dinheiro aos petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha após tomar conhecimento oficial do caso por parte das autoridades.

O ex-coordenador de sua campanha Hamilton Lacerda não foi localizado. A Folha ligou no celular que ele utilizava. Por duas vezes, ninguém atendeu. Depois, ele foi desligado.

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