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01/10/2006 - 08h26

Eventual 2º mandato de Lula deve reduzir espaço do PT, dizem aliados

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ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília

Se garantir um segundo mandato nas eleições deste domingo ou no segundo turno, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá mudar a composição do seu governo, segundo integrantes dos partidos que apóiam a candidatura de Lula à reeleição. São duas as motivações: evitar os escândalos que marcaram o seu primeiro mandato e garantir governabilidade no Congresso.

O PT e os amigos de longa data devem ter papel coadjuvante num eventual segundo mandato. Os aliados, por causa da conjuntura, terão mais espaço.

Integrantes da base de apoio de Lula afirmam que o presidente sabe que precisa de uma maioria consolidada no Congresso para fazer frente à oposição que irá enfrentar de partidos como o PSDB, PFL e PPS. Essas siglas não descartam pedir o impeachment do presidente se ele for reeleito e ficar comprovado seu envolvimento com o episódio do dossiê ou outro escândalo.

"A expectativa é que o modelo de composição do segundo mandato seja diferente do primeiro, com uma participação maior de partidos como o PMDB. O presidente sabe que a oposição continuará raivosa e que não terá a boa vontade da grande imprensa num segundo mandato. Vai precisar de apoio", avalia o presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, que integra o conselho da campanha de Lula à reeleição.

Além do PMDB, Lula deverá governar com o PSB, PC do B e as siglas que abrigam a maioria dos envolvidos nos escândalos do mensalão e dos sanguessugas --PL, PTB e PP.

Os amigos próximos e o PT devem ter o espaço reduzido significativamente num segundo mandato de Lula. O presidente já disse a interlocutores que não pretende repetir o que fez em 2002, quando nomeou amigos e derrotados nas eleições para ministérios, autarquias e estatais.

Segundo aliados próximos, Lula tem afirmado que não está mais disposto a pagar o preço de ter que responder por atitudes de seus "companheiros" nem do PT, pois avalia que muitos que privavam de sua intimidade ultrapassaram os limites e jogaram por terra a principal bandeira do partido --construída ao longo de 25 anos-- de luta contra a corrupção.

"Acredito que o presidente está ressabiado com os amigos. Ele ficou muito ferido com esse último episódio [do dossiê] e provavelmente num segundo mandato esse cenário [de levar amigos de longa data para o governo] não estará mais posto", afirmou o senador Sibá Machado (PT-AC), coordenador da campanha de Lula no Estado.

Responsável pela coordenação política do governo, o ministro Tarso Genro tem afirmado que se for reeleito Lula quer evitar "uma mistura de relacionamento pessoal" com o mandato. Seria uma forma de diminuir a "possibilidade de ocorrência de irregularidade".

Sibá avalia ainda que o PT de São Paulo deve ser o mais afetado com essa decisão. Os escândalos que se acumularam no governo atingiram em cheio o PT de São Paulo.

No balcão de apostas dos aliados de Lula, a maioria joga suas fichas na permanência de ministros que conquistaram a sua confiança nos últimos quatro anos. É o caso do próprio Tarso Genro, de Dilma Roussef (Casa Civil), Guido Mantega (Fazenda) e Patrus Ananias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome).

Em comum, esses ministros têm o fato de atuar com discrição e se expor para defender o chefe. Nos demais, inclusive no Banco Central, a avaliação é que haverá mudanças. No BC, Lula deve indicar um técnico do Ministério da Fazenda. Além dos aliados, Lula vai procurar preencher os cargos com notáveis que lhe ajudem a recuperar sua imagem e o discurso da ética.

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