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01/10/2006 - 11h59

Pelo menos 50% dos deputados voltarão

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RANIER BRAGON
da Folha de S.Paulo, em Brasília

As eleições de hoje reúnem o maior número de candidatos da história para a disputa das 513 cadeiras da Câmara dos Deputados, uma média de 10 postulantes por vaga. Apesar disso, prognósticos dão conta de que mais de 50% dos eleitos sairão do atual grupo de deputados, incluindo os apontados como mensaleiros e sanguessugas.

A esses, devem se juntar outros políticos acusados de corrupção, como Paulo Maluf (PP-SP), que disputa com o apresentador Clodovil (PTC-SP) o favoritismo para ser o deputado federal mais votado do país.

Analistas políticos apontam que o PMDB será o grande vitorioso. Sairá de uma bancada de 78 deputados para 100 ou mais --cerca de 20% da Câmara. O PT (81 deputados) e os oposicionistas PFL (64) e PSDB (59) manteriam, com ligeiras alterações, a sua atual representação.

"PMDB, PT, PSDB e PFL permanecerão como os quatro grande partidos brasileiros", diz recente análise feita pelo Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) em parceria com o site "Congresso em Foco".

"Entre os partidos médios, o PSB é o que mais deverá crescer. Entre os pequenos, duas surpresas, o PMN e o PTC. Mas o PSOL não se sairá mal para um partido em formação", acrescenta o texto.

O estudo aponta ainda que três partidos que tiveram grande envolvimento com o escândalo do mensalão --PTB, PP e PL-- devem encolher e até serem superados, individualmente, pelo PSB. O Diap prevê que PTB, PL e PP cairão de 106 cadeiras para no máximo 80.

Contrariando previsão do início do ano, o Diap diz agora ser pouco provável que "a Câmara chegue a ter um índice de renovação de 50%". Em 1990 esse índice foi de 62%.

A possibilidade de reeleição de políticos sob suspeita, além da chegada de outros acusados de irregularidades, levou integrantes da CPI dos Sanguessugas a marcar para a terça-feira uma manifestação pela moralização do Congresso.

Segundo o presidente da CPI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), o movimento exigirá o fim ou a diminuição da distribuição de várias verbas para os deputados, como os R$ 15 mil mensais para manutenção de escritórios nos Estados.

"Sendo eleitas essas pessoas, isso não significa que a minoria que os elegeu determinará a vontade da maioria", disse Fernando Gabeira (PV-RJ), que pedirá prioridade no julgamento da cassação de supostos sanguessugas. O deputado disse também que, dependendo das decisões judiciais, pode ser pedida a cassação de Maluf no Conselho de Ética da Casa. O ex-prefeito é acusado, entre outras coisas, de enviar recursos ilegalmente para o exterior.

"Cara nova"

Entre as prováveis caras "novas", o estudo lista a comentarista esportiva Soninha, o cantor Frank Aguiar, a vereadora Cristiane Brasil, filha do deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ), o ex-prefeito de Curitiba Cássio Taniguchi (PFL), Paulo Bornhausen (PFL), filho do presidente do PFL, Jorge Bornhausen, José Guimarães (PT-CE), irmão do ex-presidente do PT José Genoino, e Jilmar Tatto (PT-SP), aliado da ex-prefeita Marta Suplicy.

"Além da renovação abaixo da expectativa, (...) a nova Câmara terá um quê de velha por outra razão. Em muitos casos, a renovação se dará pelo retorno de ex-deputados federais", diz o Diap, que cita o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci Filho (PT-SP) e os ex-deputados Benito Gama (PTB-BA) e Severino Cavalcanti (PP-PE) --que renunciou sob a acusação, que nega, de cobrar propina.

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