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02/10/2006 - 21h13

Collor diz que está mais próximo de Lula do que de Alckmin

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SÍLVIA FREIRE
daAgência Folha, em Maceió

Na primeira entrevista que deu depois de eleito senador por Alagoas, o ex-presidente Fernando Collor de Mello (PRTB), 57, disse que no segundo turno da eleição presidencial está mais próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do que do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. Collor afirmou que não terá dificuldade em integrar a base de apoio de Lula, caso ele seja reeleito.

O ex-presidente elogiou a condução da política econômica do presidente e disse que ele merece um segundo mandato, apesar da "crônica policial" envolvendo membros de seu partido.

"Entre todos os candidatos, entendo que Lula é o que melhor se adapta às necessidades e às circunstâncias do Brasil, tirando a crônica policial", disse.

Collor disse que o atual Congresso não tem "autoridade moral" para julgar as acusações contra o presidente Lula.

"O Congresso não é uma Casa com autoridade moral, pelo menos não esta legislatura, para julgar ninguém, muito menos um presidente eleito com 55 milhões de votos."

Na sua volta à vida pública, o ex-presidente disse que terá uma relação "republicana" com os parlamentares que atuaram no processo de impeachment --"menos em homenagem aos adversários e mais pensando na minha saúde".

Disse que usará a tribuna da Casa para a sua versão para os fatos que culminaram com a sua renúncia à Presidência e vai "virar a página". "Vai ser um momento interessante, vai ser bom. Pelo menos para mim, vai ser muito gratificante", disse.

Collor renunciou à presidência da República em 1992 para evitar o impeachment. Mesmo assim, teve os direitos políticos cassados até 2000. Em sua volta à política, está disposto a costurar apoios entre os congressistas. Questionado sobre uma possível disputa à Presidência da República, disse que ainda é cedo para pensar no assunto.

Com duas filhas gêmeas nascidas há quatro meses e casado com a arquiteta Caroline Medeiros, 29, o ex-presidente disse que está no melhor momento de sua vida. Ainda sob os efeitos da vitória, Collor estava tranqüilo e teve momentos de descontração durante a entrevista.

O ex-presidente disse que ainda não decidiu se voltará a morar na casa da Dinda, a casa em Brasília que se tornou um símbolo de seu governo (1990 a 1992).
"A Dinda é um momento da [minha] vida. É um lugar extraordinário, mas fica mais distante. Eu imagino que, voltando a Brasília, querendo ter um contato mais amiúde com os companheiros senadores, acho que morar em um apartamento seria melhor."

Sobre os erros do passado, Collor reconheceu que não conseguiu construir uma base parlamentar forte pela "pouca paciência na relação com os congressistas". "Foi isto que criou a massa crítica que resultou quando das denúncias do meu irmão e da proximidade da eleição de 1990, que redundou naquele grande movimento", disse.

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