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02/10/2006 - 22h45

Mesmo com derrota no governo da Bahia, ACM ainda mantém cacife eleitoral no Estado

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LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador

Derrotado duplamente na eleição de ontem --perdeu o governo da Bahia e não conseguiu eleger Rodolpho Tourinho ao Senado-- Antonio Carlos Magalhães (PFL) ainda dispõe de um grande "cacife eleitoral" no Estado.

Dos 39 deputados federais eleitos pela Bahia, 19 (48,71%) seguem a sua liderança e, dos 63 parlamentares que compõem a Assembléia Legislativa, 34 (53,96%) integram o seu grupo político. Além disso, o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL), herdeiro político da família, foi o mais bem votado na eleição de ontem com 436.966 votos.

Mesmo perdendo com Rodolpho Tourinho (PFL), ACM ainda controla 66,66% das vagas baianas ao Senado --o outro senador do grupo é o ex-governador César Borges (PFL).

Muito abatido, ACM evitou conversar com jornalistas. A amigos, disse que "tem muitas forças" para recuperar a hegemonia da política baiana. O senador lembrou que, em 1986, muitos analistas apontaram a sua "morte política" após o seu grupo perder o governo estadual para o ministro Waldir Pires (Defesa) por uma diferença de 1,5 milhão de votos. Quatro anos mais tarde, ACM disputou e venceu a eleição para o governo e reinou absoluto por 16 anos na política baiana.

Coordenadora do curso de pós-graduação em marketing político da UCSal (Universidade Católica do Salvador), a cientista política Helcimara Telles, 42, disse que o carlismo vinha perdendo força há muito tempo por causa da modernização da política. "Houve também uma disputa interna muito grande no PFL pelo espólio do senador ACM e isto prejudicou o partido."

Para a professora, o governador eleito Jaques Wagner (PT) acertou em vincular a sua imagem à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Na Bahia, o índice dos eleitores que aprovam o governo Lula é superior à média nacional. Enquanto ACM ficou o tempo todo chamando Lula de ladrão, Jaques Wagner se apresentou como o candidato que tinha o seu apoio, e esta estratégia funcionou."

Para uma emissora de televisão, Antonio Carlos Magalhães Neto resumiu o abatimento coletivo que tomou conta dos carlistas depois da derrota. "Estou perplexo. Vai levar algum tempo para a gente encontrar as razões que levaram Jaques Wagner a vencer no primeiro turno."

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