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03/10/2006 - 18h26

Lembo nega "rombo" e diz que não vende ações da Nossa Caixa

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FELIPE NEVES
da Folha Online

O governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), negou nesta terça-feira que o Estado esteja com problemas orçamentários. Segundo ele, o governo não precisará vender ações da Nossa Caixa para sanar o rombo de R$ 1,2 bilhão nas contas, deixado por seu antecessor, o tucano Geraldo Alckmin.

Questionado sobre o assunto, Lembo disse que "rombo" é uma palavra que não faz parte de seu vocabulário, embora tenha confirmado que o Estado chegou a registrar um déficit desta magnitude. Ele explicou que existe um "processo orçamentário em curso", mas que, no fim do ano, "se houver déficit, será mínimo".

"Não há nenhum rombo, o que há é um processo orçamentário em curso. Houve um momento em que, efetivamente, abriu um déficit de R$ 1,2 bilhão. Neste momento, esse déficit já caiu para cerca de R$ 560 milhões e eu espero até o fim do ano ter resolvido isso. Se houver déficit, será mínimo, mas eu creio que não haverá", afirmou Lembo após almoçar com seu sucessor, o governador eleito José Serra (PSDB).

Uma das medidas estudadas para sanar as dívidas do Estado era a venda de ações da Nossa Caixa. O governo chegou a fazer um anúncio de oferta pública de cerca de 20% do banco estatal, mas Lembo informou nesta tarde que decidiu, após longa reunião com os secretários de Economia e Planejamento (Fernando Carvalho Braga) e Fazenda (Luiz Tacca Júnior), cancelar o processo.

"Nós não iremos vender as ações da Nossa Caixa. Nós vamos equilibrar o orçamento de São Paulo de outras formas técnicas e dentro das possibilidades orçamentárias", afirmou o pefelista.

Serra negou que tenha dado palpites sobre o assunto. "O governador Lembo e eu nunca havíamos falado a respeito disso", disse. O tucano não quis dar sua opinião sobre o processo. Disse, simplesmente, que concorda e que respeita a decisão de Lembo.

Reportagem publicada pela Folha nesta terça-feira revela que a equipe do tucano tem posição contrária à venda do volume que excede o controle acionário do Estado, sob o argumento de que, no fim de governo, as ações poderiam sofrer desvalorização.

Para impedir sua venda, diz a reportagem da Folha, os assessores de Serra apresentaram, antes mesmo da eleição, uma proposta de contenção de gastos. Os serristas apontaram áreas que poderiam ser objeto de retenção de recursos.

R$ 810 milhões

Com a oferta, o Governo do Estado de São Paulo planejava vender cerca de R$ 810 milhões em ações ordinárias (com direito a voto) do banco estatal paulista.

Em outubro do ano passado, São Paulo já havia vendido 28,7% das ações do banco por R$ 953 milhões. Desde então, as ações da Nossa Caixa começaram a ser negociadas no Novo Mercado da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo).

Em comunicado enviado em 28 de agosto à Bolsa, a Nossa Caixa informou que pediu à CVM (Comissão de Valores Mobiliários, que regula o mercado de capitais) o registro de oferta pública de 18,846 milhões de ações em poder do governo do Estado.

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