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04/10/2006 - 21h53

Bancada feminina no Congresso cresce pouco, diz Diap

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MONIQUE OLIVEIRA
da Folha Online

O crescimento do número de mulheres no Congresso foi pífio nessas eleições. É o que divulga o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar). Segundo o instituto, no último dia 1°, 45 deputadas foram eleitas --apenas três a mais em relação às eleições de 2002. Elas representam apenas 8,77% do total de 513 deputados.

No Senado, a ausência da senadora Heloísa Helena (PSOL) --que se candidatou à Presidência da República-- será recompensada pelas senadoras Marisa Serrano (PSDB-MS), Rosalba Ciarlini (PFL-RN) e Kátia Abreu (PFL-TO). Com mandado até 2011, estão mais oito senadoras, o que totaliza um número de oito mulheres no Senado.

Para o diretor do Diap, Antônio Augusto de Queirós, no entanto, não se pode creditar a diminuição de parlamentares mulheres ao sexo. De acordo com ele, embora a média de crescimento nessas eleições esteja abaixo da histórica, "há uma série de fatores envolvidos, como o baixo quoeficiente eleitoral de alguns partidos."

Queirós cita como exemplo a deputada federal Maria José da Conceição Maninha (PSOL-DF), que não foi reeleita. "No caso da deputada, o que não a reelegeu foi o quoeficiente eleitoral do PSOL. Se ela tivesse no PT, por exemplo, a realidade seria outra."

Segundo o diretor, há duas motivações para que mulheres concorram a cargos públicos: "ou defendem uma causa ou têm uma relação de parentesco com alguém."

Outro dado apontato por ele, a despeito do baixo crescimento, é o salto qualitativo entre os motivos que levam às mulheres ao Congresso. "O que se percebe é que vem melhorando o perfil. Agora, não se elege apenas as esposas ou as filhas de homens públicos ou mulheres que tenham uma tradição política familiar."

Queirós ressalta ainda a autonomia dos programas de governos. "Há posturas ideológicas e programas de governo autônomos. Não é mais uma relação meramente de parentesco", revela.

O Diap assinala também a continuidade do mandato de algumas parlamentares. Entre as 45 eleitas, 17 foram por reeleição.

As deputadas Gorete Pereira (PL/CE), Maria Lúcia Cardoso (PMDB/MG) e Dona Íris (PMDB/GO) não foram reeleitas mas são suplentes de titulares de mandato.

Para Queirós, as reeleições indicam a qualidade do quadro dessas mulheres no Congresso. "Essa experiência anterior agrega conhecimento na atuação da parlamentar", diz.

Sindicalistas

Outro levantamento feito pelo Diap, é o decréscimo no número de parlamentares ligados ao movimento sindical. Dos 78, restaram apenas 58 nessas eleições.

De acordo com Queirós, a diminuição se deve em parte pelo "deslocamento de parte da esquerda para o Governo Federal e o aumento de alguns quadros estaduais na ultima eleição [de 2002]."

O diretor destacou nomes de figuras importantes ligadas ao movimento sindical que foram eleitos no último domingo. Uma delas é Paulinho da Força, agora deputado Federal pelo PDT, e com forte oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo o Diap, porém, a composição da bancada sindical é majoritariamente petista. Dos 58 parlamentares sindicalistas, 45 são filiados ao PT. Os outros partidos com representação na bancada sindicalista são o PCdoB (7), PDT (3), PPS (1), PMDB (1) e PSOL (1).

Alguns dos deputados petistas e sindicalistas eleitos, no entanto, estão envolvidos com o escândalo do mensalão e com a compra superfaturada de ambulâncias. É o caso de João Magno (PT-MG) e Josias Gomes (PT-BA).

O instituto considera como integrantes da bancada sindical "os deputados e senadores que tiveram militância ou mandato sindical e possuem fortes ligações com suas categorias de origem".

O Diap não considerou no estudo profissionais que prestam serviços aos sindicatos, como jornalistas e professores, assim como parlamentares com origem nos movimentos popular e estudantil.

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