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05/10/2006 - 22h30

Em discurso, tucanos deixam Alckmin constrangido na BA

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LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador

Causando constrangimento, o PSDB da Bahia exigiu hoje do presidenciável Geraldo Alckmin uma manifestação de apoio ao governador eleito do Estado, Jaques Wagner (PT). Os tucanos baianos temem que o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), aliado do ex-governador de São Paulo, ganhe "sustentação política" num eventual governo Alckmin e prejudique o desempenho do petista --que, no domingo, quebrou uma hegemonia de 16 anos do PFL na Bahia, ao derrotar o governador Paulo Souto.

"Estamos muito felizes com a vitória de Jaques Wagner na Bahia, derrotamos o carlismo, essa força do atraso. Estou dizendo isso de forma pública, não para constrangê-lo", disse o presidente da executiva regional do PSDB, deputado Jutahy Magalhães Júnior, dirigindo-se a Alckmin.

"Vou pedir duas coisas para você. A primeira é que ganhe as eleições. E a segunda é que assuma publicamente o compromisso de ajudar o governador eleito Jaques Wagner a fazer um ótimo governo", disse Jutahy. Alckmin, que mais tarde teria um encontro com o próprio ACM, continuou ouvindo a fala do deputado.

"Se aqui na Bahia passar a idéia de que sua vitória é a tábua de salvação do carlismo, sua derrota será imensa", acrescentou Jutahy, que disse ter votado em Wagner para governador. "Eu poderia ter votado no governador Paulo Souto, mas não o fiz por causa do carlismo."

Durante todo o primeiro turno, Alckmin praticamente relegou a segundo plano os tucanos baianos --seus principais comícios na Bahia foram organizados pelo senador Antonio Carlos Magalhães e pelo governador Paulo Souto. Em algumas cidades, os tucanos fizeram eventos paralelos, mas menores que os dos pefelistas.

Com o semblante fechado, depois de ouvir o discurso do líder do PSDB na Câmara, Alckmin prometeu ajuda a Wagner.

"Eu sou diferente do Lula, não vou virar as costas para o Estado. Gosto do Paulo Souto, quero dizer que ele foi perseguido pelo presidente. Nós vamos investir na Bahia, o quarto maior colégio eleitoral, de mãos dadas, seremos parceiros do governador eleito pelo povo baiano, o companheiro Jaques Wagner", disse o presidenciável, em discurso para cerca de 80 tucanos.

Ontem à noite, em reunião com integrantes de sua campanha, ficou acertado que Alckmin prometeria ajuda a Wagner --a medida foi tomada para "neutralizar" o discurso petista no Estado de que uma eventual vitória do tucano seria prejudicial ao projeto de crescimento do Estado.

"O que não estava no acordo foram as críticas duras ao senador Antonio Carlos Magalhães, o que causou constrangimento a Alckmin", disse um deputado baiano que participou do "acerto". No primeiro turno, na Bahia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva obteve 66,65% dos votos válidos, contra 26,03% do candidato tucano.

Alckmin assumiu o compromisso de "pisar no acelerador do crescimento" na Bahia e criticou a liberação, pelo governo federal, de R$ 1,5 bilhão para nove ministérios, anunciada na quarta-feira à noite. Em seu discurso, Alckmin sugeriu para governadores e prefeitos pegarem o dinheiro. "Peguem [o dinheiro] e votem em nós porque nós não vamos trabalhar em véspera de eleição."

Depois, em outro hotel da orla de Salvador, Alckmin se encontrou com cerca de 400 pefelistas --os senadores ACM e Rodolpho Tourinho, também derrotado no domingo, e o governador Paulo Souto estiveram presentes.

O tucano, em discurso, prometeu "reestatizar o que o PT privatizou para o PT", acusando o partido do presidente Lula de "aparelhar" o Estado. O senador ACM disse que "o mais importante é a Bahia e não quem esteja no governo".

Mobilização

No final da tarde, o governador eleito da Bahia, Jaques Wagner (PT), pediu para prefeitos, deputados, vereadores e militantes do partido manterem a mobilização para ajudar a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Vocês, que foram fundamentais em minha vitória, têm de manter o mesmo espírito agora. Estamos colocando em jogo um modelo de administração que não privilegia classes sociais", disse o governador. Wagner acrescentou que vai trabalhar intensamente na campanha de Lula porque "este governo transformou o país e levou alegria para os brasileiros".

Pela manhã, o petista e o governador Paulo Souto (PFL) tiveram o primeiro encontro depois da disputa estadual --no Palácio de Ondina (residência oficial do governo baiano), os dois discutiram a transição governamental.

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