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07/10/2006
-
09h32
LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador
Maior surpresa do primeiro turno, o governador eleito da Bahia, Jaques Wagner (PT), 55, disse que os petistas envolvidos na compra do dossiê para prejudicar a candidatura do ex-ministro José Serra fizeram uma grande "cagada". Ontem ele participou de caminhada até a igreja do Senhor do Bonfim para agradecer a vitória sobre o governador Paulo Souto (PFL) --que quebrou a hegemonia de 16 anos de políticos ligados ao senador Antonio Carlos Magalhães (PFL).
FOLHA - O presidente Lula poderia ter vencido no primeiro turno se não fosse o caso do dossiê?
JAQUES WAGNER - Evidentemente que as denúncias perturbaram. Para não ser ingênuo, quero deixar claro que dossiês existem de porretadas, muitos já foram usados. Estou cansado de ver dos dois lados.
FOLHA - O senhor tem dúvida de que alguns petistas tiveram envolvimento?
WAGNER - Eles fizeram uma grande cagada, com ou sem armadilha, achando que isto prejudicaria o Serra. Não sei se evitou a vitória de Lula no primeiro turno, mas, certamente, contribuiu para que ele não ganhasse logo.
FOLHA - Até onde vai a participação do PT no episódio?
WAGNER - As pessoas precisam entender que, por exemplo, na Folha pode ter um diretor, um redator, um repórter que faça merda, mas não pode dizer que a Folha é uma merda. Qualquer instituição tem isso, tem picareta no PSDB, no PFL. Partido não dá atestado de idoneidade moral a ninguém.
FOLHA - O senhor acredita que a questão ética vá prevalecer no segundo turno?
WAGNER - Não creio. O que a gente quer como brasileiro? Um país sem desvio do dinheiro público. É impossível imaginar que podemos chegar a este objetivo só com gente correta. É sonhar demais. Como se chega a isso? Quando a lei é cumprida e os instrumentos de coação contra o crime funcionam.
FOLHA - Como o PT deve reagir ao debate ético que Geraldo Alckmin quer levantar?
WAGNER - Vamos perguntar: o senhor engavetou quantas CPIs em São Paulo? Aí ele vai dizer o quê? Vai gaguejar três vezes. Aí, vamos perguntar: aquela famosa venda das ações da Petrobras feita no governo Fernando Henrique Cardoso, que todo mundo viu que o preço pelo qual foi vendida, um mês de lucro pagava. Aquele negócio das privatizações foi ou não foi caixa dois?
FOLHA - Qual o legado do grupo de ACM na Bahia?
WAGNER - Como método de governador, não deixa nada. Agora, estaria mentindo se dissesse que ele não trouxe coisas para a Bahia. No tempo em que ele tinha prestígio no governo militar, ACM trouxe investimentos. Seria burrice dizer que ele não abriu avenidas importantes. Mas, neste último período, ele só tem deixado empobrecimento na Bahia.
Especial
Leia a cobertura especial das eleições 2006
Dossiês existem de porretadas, afirma Wagner
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da Agência Folha, em Salvador
Maior surpresa do primeiro turno, o governador eleito da Bahia, Jaques Wagner (PT), 55, disse que os petistas envolvidos na compra do dossiê para prejudicar a candidatura do ex-ministro José Serra fizeram uma grande "cagada". Ontem ele participou de caminhada até a igreja do Senhor do Bonfim para agradecer a vitória sobre o governador Paulo Souto (PFL) --que quebrou a hegemonia de 16 anos de políticos ligados ao senador Antonio Carlos Magalhães (PFL).
FOLHA - O presidente Lula poderia ter vencido no primeiro turno se não fosse o caso do dossiê?
JAQUES WAGNER - Evidentemente que as denúncias perturbaram. Para não ser ingênuo, quero deixar claro que dossiês existem de porretadas, muitos já foram usados. Estou cansado de ver dos dois lados.
FOLHA - O senhor tem dúvida de que alguns petistas tiveram envolvimento?
WAGNER - Eles fizeram uma grande cagada, com ou sem armadilha, achando que isto prejudicaria o Serra. Não sei se evitou a vitória de Lula no primeiro turno, mas, certamente, contribuiu para que ele não ganhasse logo.
FOLHA - Até onde vai a participação do PT no episódio?
WAGNER - As pessoas precisam entender que, por exemplo, na Folha pode ter um diretor, um redator, um repórter que faça merda, mas não pode dizer que a Folha é uma merda. Qualquer instituição tem isso, tem picareta no PSDB, no PFL. Partido não dá atestado de idoneidade moral a ninguém.
FOLHA - O senhor acredita que a questão ética vá prevalecer no segundo turno?
WAGNER - Não creio. O que a gente quer como brasileiro? Um país sem desvio do dinheiro público. É impossível imaginar que podemos chegar a este objetivo só com gente correta. É sonhar demais. Como se chega a isso? Quando a lei é cumprida e os instrumentos de coação contra o crime funcionam.
FOLHA - Como o PT deve reagir ao debate ético que Geraldo Alckmin quer levantar?
WAGNER - Vamos perguntar: o senhor engavetou quantas CPIs em São Paulo? Aí ele vai dizer o quê? Vai gaguejar três vezes. Aí, vamos perguntar: aquela famosa venda das ações da Petrobras feita no governo Fernando Henrique Cardoso, que todo mundo viu que o preço pelo qual foi vendida, um mês de lucro pagava. Aquele negócio das privatizações foi ou não foi caixa dois?
FOLHA - Qual o legado do grupo de ACM na Bahia?
WAGNER - Como método de governador, não deixa nada. Agora, estaria mentindo se dissesse que ele não trouxe coisas para a Bahia. No tempo em que ele tinha prestígio no governo militar, ACM trouxe investimentos. Seria burrice dizer que ele não abriu avenidas importantes. Mas, neste último período, ele só tem deixado empobrecimento na Bahia.
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