Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
10/10/2006 - 10h12

Lula critica "pequenez" de Alckmin e diz que tucano só sabe privatizar

Publicidade

CRISTINA CHARÃO
da Folha Online

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT, criticou hoje o adversário Geraldo Alckmin (PSDB) em entrevista às rádios "Bandeirantes" e "BandNews".

Questionado especificamente sobre a promessa de Alckmin de vender o avião presidencial comprado durante a sua gestão à frente do governo federal --que ficou conhecido como Aerolula--, o presidente disse que ficou "irritado" com a "pequenez" do comentário. "Só um maluco acha que pode realizar viagens internacionais com um avião de carreira", disse.

Em seguida, aproveitou o tema como mote para falar novamente de privatizações. "A única coisa que ele [Alckmin] sabe fazer é vender coisas. O PSDB não devia ter candidato a nada. Devia ser candidato a [dirigir] uma empresa de vender empresas estatais", afirmou o presidente.

Questionado, no entanto, sobre a possibilidade de privatização de trechos de estradas federais no sul do país, Lula não assumiu compromisso nem de fazer nem de não fazer a concessão das rodovias a empresas privadas. "O Estado brasileiro pode fazer concessões se elas forem vantajosas para o povo brasileiro. Se não forem, não dá", respondeu.

Com isso, o presidente dá sinais que vai responder à altura o tom agressivo assumido por seu adversário. Ontem, Lula classificou a participação de Alckmin no debate como triste e comparou-o a um "delegado de porta de cadeia". Na entrevista de hoje, o presidente repetiu que sentiu profunda tristeza pela qualidade da intervenção de seu adversário.

Entrevistas

O presidente admitiu que pode ter errado ao não manter o hábito de conceder entrevistas à imprensa ao longo de seu mandato.

"Posso ter errado em não ter dado entrevistas, mas não sei de presidente que tenha feito tantos discursos, diariamente, na frente da imprensa", comentou Lula.

Em outro momento, o presidente fez uma leve reclamação sobre a postura da imprensa, que criaria sentimento de insegurança na população em casos desnecessários. Ele se referia à divulgação da morte de "uma galinha" no interior de São Paulo de forma sensacionalista para se falar de gripe aviária no país. Segundo Lula, isso tem reflexos no consumo de frango e, por conseqüência, no mercado agrícola.

Agricultura

O tema da gripe aviária foi lembrado por Lula ao falar da crise na agricultura, que pode ter sido uma das responsáveis pelo seu mau desempenho eleitoral nos Estados que mais dependem da agricultura, em especial na região Sul.

Além da crise mundial no consumo de milho, por conta da gripe aviária, o presidente citou a queda internacional no preço da soja, devido à produção em excesso, e a seca que assolou os Estados do Sul por dois anos, como razões para a crise no setor.

Tirou, com isso, a responsabilidade pelos prejuízos de alguns produtores da política cambial e, principalmente, das políticas de apoio à produção.

Lula fez questão de citar números do Pronaf (Programa Nacional de Apoio à Agricultura Familiar) e os planos de safra, mas deu especial ênfase aos projetos relacionados à implantação do arranjo produtivo do biodiesel.

Segundo o presidente, o novo combustível vai equilibrar o preço da soja e o consumo interno pode compensar perdas no mercado internacional.

Congresso

Para Lula, "não existe esta história de dificuldade de manter parcerias no Congresso Nacional" pelo fato de que a composição foi feita pelo povo e que se espera que os congressistas "votem com a serenidade que o povo espera deles".

Entretanto, o presidente fez algumas reclamações sobre a postura do Congresso. "Muitas vezes, no Brasil, as pessoas confundem o desejo de derrotar o presidente com ajudar o Brasil", disse.

Perguntado sobre o veto presidencial à decisão do Congresso de conceder reajuste de 16% aos aposentados que ganham mais de um salário mínimo, Lula deu a entender que sua postura foi responsável e que o valor de 5% concedido por medida provisória foi acordado com as centrais sindicais.

"Acho estranho que pessoas que se apresentam como gestores responsáveis na TV sejam tão irresponsáveis. Isso [16% de aumento] é demagogia pura, irresponsabilidade pura", afirmou.

Mostrando-se ainda mais irritado, Lula disse achar estranho também o fato do reajuste maior ter sido proposta por "um senador que, ao que me consta, nunca fez nada pelo povo pobre".

O projeto que prevê 16,67% de aumento para as aposentadorias maiores que um salário mínimo foi apresentada pelo deputado Rodrigo Maia, do PFL do Rio.

Especial
  • Leia cobertura completa das eleições 2006
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página