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10/10/2006
-
22h35
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, rebateu nesta terça-feira as afirmações sobre a necessidade de aumentar o ajuste fiscal, feitas por membros da equipe do tucano Geraldo Alckmin, candidato à presidência, e disse que o país não precisa neste momento de mais corte de gastos.
Mantega afirmou que métodos radicais nunca foram benéficos no passado à economia brasileira.
O economista Yoshiaki Nakano, que é um dos coordenadores da campanha do tucano, defendeu ser possível fazer já no primeiro ano de um eventual governo Alckmin um corte nos gastos governamentais de 3% do PIB (Produto Interno Bruto), o que representa mais de R$ 60 bilhões. Além disso, ele defendeu uma meta de inflação entre 2% e 4%, a redução rápida da taxa de juros e a desvalorização do real frente ao dólar. A meta de inflação do governo Lula é de 4,5% do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e a
Selic está hoje em 14,25% ao ano.
"Não vejo necessidade de utilizar tratamento de choque ou movimento radicais na economia brasileira. Nas vezes que instrumentos como esse foram utilizados, nós tivemos um final infeliz. (...) Sou contra esses métodos radicais", disse Mantega.
Mantega aproveitou a ocasião para citar outros choques heterodoxos que já foram feitos no país, como o Plano Collor e o congelamento de preços. E disse que todos, depois de um início promissor, fracassaram.
Para Mantega, o corte sugerido por Nakano só é possível de ser feito com a eliminação da "metade das instituições e dos programas sociais". Ele lembrou que a maior parte não pode ser reduzida, entre eles o pagamento de benefícios da Previdência, o salário de servidores e os gastos com a Saúde.
Redutor
Mantega afirmou que o governo tem uma preocupação permanente com o gasto público e com a redução da relação entre dívida e PIB, mas que defende uma redução nos gastos de forma gradual.
Ele disse que medidas nesse sentido já foram tomadas, como a adoção de compras por meio eletrônico --que reduz os gastos das licitações-- e controle dos gastos com viagens. Além disso, Mantega afirmou que o Executivo poderá adotar de forma voluntária, a partir do ano que vem, um redutor nos gastos de 0,1% a 0,2% do PIB em relação aos gastos feitos neste ano. No entanto, isso dependerá se o Orçamento de 2007, que deverá ser aprovado pelo Congresso Nacional até o final do ano, dará margem para esse tipo de corte.
"Mas você não vai reduzir o gasto com Bolsa Família, com educação. Eles são essenciais."
Especial
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Mantega rebate necessidade de aumentar ajuste fiscal sugerido por tucano
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da Folha Online, em Brasília
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, rebateu nesta terça-feira as afirmações sobre a necessidade de aumentar o ajuste fiscal, feitas por membros da equipe do tucano Geraldo Alckmin, candidato à presidência, e disse que o país não precisa neste momento de mais corte de gastos.
Mantega afirmou que métodos radicais nunca foram benéficos no passado à economia brasileira.
O economista Yoshiaki Nakano, que é um dos coordenadores da campanha do tucano, defendeu ser possível fazer já no primeiro ano de um eventual governo Alckmin um corte nos gastos governamentais de 3% do PIB (Produto Interno Bruto), o que representa mais de R$ 60 bilhões. Além disso, ele defendeu uma meta de inflação entre 2% e 4%, a redução rápida da taxa de juros e a desvalorização do real frente ao dólar. A meta de inflação do governo Lula é de 4,5% do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e a
Selic está hoje em 14,25% ao ano.
"Não vejo necessidade de utilizar tratamento de choque ou movimento radicais na economia brasileira. Nas vezes que instrumentos como esse foram utilizados, nós tivemos um final infeliz. (...) Sou contra esses métodos radicais", disse Mantega.
Mantega aproveitou a ocasião para citar outros choques heterodoxos que já foram feitos no país, como o Plano Collor e o congelamento de preços. E disse que todos, depois de um início promissor, fracassaram.
Para Mantega, o corte sugerido por Nakano só é possível de ser feito com a eliminação da "metade das instituições e dos programas sociais". Ele lembrou que a maior parte não pode ser reduzida, entre eles o pagamento de benefícios da Previdência, o salário de servidores e os gastos com a Saúde.
Redutor
Mantega afirmou que o governo tem uma preocupação permanente com o gasto público e com a redução da relação entre dívida e PIB, mas que defende uma redução nos gastos de forma gradual.
Ele disse que medidas nesse sentido já foram tomadas, como a adoção de compras por meio eletrônico --que reduz os gastos das licitações-- e controle dos gastos com viagens. Além disso, Mantega afirmou que o Executivo poderá adotar de forma voluntária, a partir do ano que vem, um redutor nos gastos de 0,1% a 0,2% do PIB em relação aos gastos feitos neste ano. No entanto, isso dependerá se o Orçamento de 2007, que deverá ser aprovado pelo Congresso Nacional até o final do ano, dará margem para esse tipo de corte.
"Mas você não vai reduzir o gasto com Bolsa Família, com educação. Eles são essenciais."
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