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11/10/2006
-
10h13
CRISTINA CHARÃO
da Folha Online
O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, desconsiderou nesta quarta-feira os resultados da pesquisa Datafolha divulgados ontem afirmando que o segundo turno "zera" a eleição. Para o tucano, a campanha recomeça amanhã, com a volta do programa eleitoral no rádio e na TV, sem diferença favorável a ninguém.
O Datafolha mostrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT, oscilou positivamente um ponto percentual, chegando a 51%, enquanto Alckmin marcou 40%, três pontos a menos que na pesquisa anterior.
"A campanha vai recomeçar amanhã, com a TV e o rádio. Zera tudo, começa daqui para frente. Nós vamos crescer de novo", disse o candidato, em entrevista às rádios "Bandeirantes" e "BandNews".
Pouco antes, comentando seu desempenho no Estado de Minas Gerais --onde seu aliado Aécio Neves venceu a eleição com mais de 70% dos votos, mas na eleição presidencial, Lula levou a melhor--, Alckmin já havia dado a entender que não se preocupa com previsões iniciais. "Sou um candidato de chegada", afirmou.
Para reforçar a idéia de que confia numa virada, o candidato do PSDB desqualificou as pesquisas de intenção de votos. "Sempre gostei de estatísticas, mas como erraram [no primeiro turno], uma barbaridade. Você pode escolher quem errou menos", comentou.
De acordo com Alckmin, as pesquisas feitas pelo Datafolha nas últimas eleições sempre erraram sobre o desempenho do PSDB e do PT. Ele afirmou que, nos pleitos de 2002 e 2004, os candidatos tucanos tiveram votações mais expressivas do que o previsto e o PT, um número menor de votos.
"No meu caso, no primeiro turno, foi subestimada a minha votação e superestimada a do Lula", acrescentou.
Estratégia
Apesar de a postura mais agressiva adotada por Alckmin no primeiro debate deste segundo turno, realizado no domingo, aparentemente não ter surtido efeito sobre o eleitorado, o candidato deu a entender que não vai mudar de tom.
Não usou a palavra "agressivo" ou "ataque", mas disse que vai seguir fazendo o que fez até agora. "O estilo é o mesmo: falar a verdade", disse no início da entrevista.
Ao final, uma hora depois, fez uma definição mais amena de sua estratégia, mas ainda assim alfinetou a campanha do seu adversário. "Vou falar para as pessoas 'olha, dá pra melhorar', e desmentir as mentiras. Todo dia é uma mentira para gerar medo", afirmou.
Entre os temas que Alckmin considera mentiras de seu adversário, a mais explorada na entrevista foi a questão das privatizações.
O candidato insistiu que não há previsão de processos de privatização em seu programa de governo e tentou reverter a discussão, afirmando que a proposta de seu adversário é aumentar impostos.
"O governo Lula, com esta cabeça de que não tem o setor privado, vai ter que aumentar mais imposto", acusou Alckmin, depois de dizer que ele não pretende fazer "venda de ativos", mas "trazer a iniciativa privada para fazer parceria público-privada" para a ampliação da infra-estrutura do país.
Em um segundo momento, opôs a sua visão de governo eficiente atuando em parceria com o setor privado à suposta visão do governo Lula de inflar o Estado. "Ele [Lula] não vai cortar gastos. Vai aumentar impostos", afirmou.
Questionado sobre onde faria cortes nos gastos do Estado, Alckmin disse que sua estratégia é o combate à corrupção e ao desperdício. Segundo ele, é desperdício ter 34 ministérios.
Especial
Leia a cobertura especial das eleições 2006
Alckmin desdenha pesquisas e diz que segundo turno "zera" placar
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da Folha Online
O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, desconsiderou nesta quarta-feira os resultados da pesquisa Datafolha divulgados ontem afirmando que o segundo turno "zera" a eleição. Para o tucano, a campanha recomeça amanhã, com a volta do programa eleitoral no rádio e na TV, sem diferença favorável a ninguém.
O Datafolha mostrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT, oscilou positivamente um ponto percentual, chegando a 51%, enquanto Alckmin marcou 40%, três pontos a menos que na pesquisa anterior.
"A campanha vai recomeçar amanhã, com a TV e o rádio. Zera tudo, começa daqui para frente. Nós vamos crescer de novo", disse o candidato, em entrevista às rádios "Bandeirantes" e "BandNews".
Pouco antes, comentando seu desempenho no Estado de Minas Gerais --onde seu aliado Aécio Neves venceu a eleição com mais de 70% dos votos, mas na eleição presidencial, Lula levou a melhor--, Alckmin já havia dado a entender que não se preocupa com previsões iniciais. "Sou um candidato de chegada", afirmou.
Para reforçar a idéia de que confia numa virada, o candidato do PSDB desqualificou as pesquisas de intenção de votos. "Sempre gostei de estatísticas, mas como erraram [no primeiro turno], uma barbaridade. Você pode escolher quem errou menos", comentou.
De acordo com Alckmin, as pesquisas feitas pelo Datafolha nas últimas eleições sempre erraram sobre o desempenho do PSDB e do PT. Ele afirmou que, nos pleitos de 2002 e 2004, os candidatos tucanos tiveram votações mais expressivas do que o previsto e o PT, um número menor de votos.
"No meu caso, no primeiro turno, foi subestimada a minha votação e superestimada a do Lula", acrescentou.
Estratégia
Apesar de a postura mais agressiva adotada por Alckmin no primeiro debate deste segundo turno, realizado no domingo, aparentemente não ter surtido efeito sobre o eleitorado, o candidato deu a entender que não vai mudar de tom.
Não usou a palavra "agressivo" ou "ataque", mas disse que vai seguir fazendo o que fez até agora. "O estilo é o mesmo: falar a verdade", disse no início da entrevista.
Ao final, uma hora depois, fez uma definição mais amena de sua estratégia, mas ainda assim alfinetou a campanha do seu adversário. "Vou falar para as pessoas 'olha, dá pra melhorar', e desmentir as mentiras. Todo dia é uma mentira para gerar medo", afirmou.
Entre os temas que Alckmin considera mentiras de seu adversário, a mais explorada na entrevista foi a questão das privatizações.
O candidato insistiu que não há previsão de processos de privatização em seu programa de governo e tentou reverter a discussão, afirmando que a proposta de seu adversário é aumentar impostos.
"O governo Lula, com esta cabeça de que não tem o setor privado, vai ter que aumentar mais imposto", acusou Alckmin, depois de dizer que ele não pretende fazer "venda de ativos", mas "trazer a iniciativa privada para fazer parceria público-privada" para a ampliação da infra-estrutura do país.
Em um segundo momento, opôs a sua visão de governo eficiente atuando em parceria com o setor privado à suposta visão do governo Lula de inflar o Estado. "Ele [Lula] não vai cortar gastos. Vai aumentar impostos", afirmou.
Questionado sobre onde faria cortes nos gastos do Estado, Alckmin disse que sua estratégia é o combate à corrupção e ao desperdício. Segundo ele, é desperdício ter 34 ministérios.
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