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12/10/2006 - 20h27

Lembo vê "revolta santa" em Alckmin

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FÁBIO AMATO
da Agência Folha, em Aparecida

O governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), disse hoje que o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, teve comportamento agressivo durante o debate de domingo passado porque sentiu uma "revolta santa" contra o "pecado" praticado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Lembo disse que não assistiu ao debate promovido pela Band porque estava no Uruguai, mas que soube do desempenho de Alckmin. Ele comparou a maneira agressiva apresentada pelo tucano com a "revolta santa" defendida por são Tomás de Aquino (1224/5-1274).

"Eu diria a você que todo homem tem aquilo que são Tomás de Aquino dizia, que é a revolta santa. Certamente ele [Alckmin] sentiu uma revolta santa e, por isso, agiu de forma diferente. A revolta santa é uma forma de mostrar que Deus sentiu ira e que, portanto, ficou irado contra o pecado", disse o governador em Aparecida (167 km de São Paulo), onde participou da missa em homenagem ao Dia de Nossa Senhora Aparecida.

Conhecido como "doutor da igreja", são Tomás de Aquino sintetizou, em sua suma teológica, os princípios do catolicismo e da fé. De acordo com o padre Vicente André de Oliveira, assessor de comunicação da Basílica de Aparecida, o santo cunhou o termo "revolta santa" ao defender que a Igreja Católica deveria combater de maneira firme as heresias da época, porém sem perder sua paz e integridade.

Assim como Alckmin no debate de domingo, Lembo também mostrou hoje uma mudança de atitude com relação ao presidente Lula. Durante o primeiro turno, o governador chegou a provocar algumas crises na aliança PSDB-PFL ao criticar, principalmente, a falta de empenho das duas legendas na eleição de Alckmin. Ao mesmo tempo, trocava elogios com Lula.

Hoje, porém, disse que votará em Alckmin porque ele é "um homem ético, respeitoso e extremamente trabalhador" e insinuou que o presidente Lula representa a falta de ética, de dignidade e de respeito.

"Agora nós estamos diante de um plebiscito. É a ética contra a aética, a dignidade contra a indignidade, o respeito contra o desrespeito, e assim vai. Portanto, quem vai decidir agora é o povo", disse Lembo.

Tumulto

As homenagens a Nossa Senhora Aparecida reuniram hoje cerca de 155 mil pessoas no Santuário Nacional de Aparecida (167 km de São Paulo), no Vale do Paraíba. Num dia de forte calor, 550 pessoas receberam atendimento médico no local, vítimas principalmente de mal-súbito, informou a assessoria de imprensa do santuário.

A missa solene, celebrada pelo arcebispo de Aparecida, d. Raymundo Damasceno Assis, começou pouco depois das 10h. Acompanharam a missa o candidato pelo PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, o governador de São Paulo, Cláudio Lembo, e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ambos do PFL), além do senador Eduardo Suplicy (PT).

A presença de Alckmin na missa levou mais de 50 profissionais de imprensa, entre repórteres, fotógrafos e cinegrafistas, à Basílica de Aparecida. A imprensa ocupou boa parte do espaço existente entre os fiéis e o altar circular, o que gerou protesto de alguns romeiros que não conseguiam assistir à missa.

Mais tarde, na homilia, d. Damasceno lembrou a história da aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida, que foi encontrada por pescadores no rio Paraíba em 1717. A santa foi proclamada padroeira do Brasil pelo papa Pio 11 em 1930.

"Maria é a mãe, mas também a primeira e mais fiel discípula de seu filho Jesus. Como missionária e discípula, ela nos leva a Jesus e nos pede, como aos serventes nas bodas de Cana: 'façam tudo o que ele vos disser'", disse o arcebispo.

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