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16/10/2006 - 09h22

Folha pergunta opinião de presidenciáveis sobre estratégias para crescimento

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da Folha de S.Paulo

A Folha iniciou no dia 8 a série "Candidatos em 20 pontos", na qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) responderão a perguntas formuladas pelo jornal.

O objetivo é questionar os presidenciáveis sobre temas de interesse da população. A série termina no dia 27, dois dias antes do segundo turno da eleição. Serão 20 dias, com duas perguntas em cada um.

Pergunta: O que fazer para que o setor privado invista mais, tendo em vista a alta taxa de juros e a carga tributária do Brasil?

As taxas de juros reais são as maiores do mundo, o que torna muito caro o financiamento das atividades produtivas. Além disso, a carga tributária faz com que as pessoas físicas e as empresas transfiram a cada ano cerca de 40% do PIB para o Estado, o que reduz os recursos disponíveis para investimentos.

Lula

No final de 2002 a inflação atingia 12,5% ao ano, em processo de aceleração. Era preciso estabilizar a economia. A alta taxa de juro foi um dos custos necessários. Hoje a inflação está em queda e deve terminar o ano próxima de 3%.

A taxa Selic já vem caindo, o crescimento da economia acelera e o investimento deve crescer de 6% a 7% neste ano. A redução da taxa de juros e o maior crescimento do PIB contribuirão para a redução do endividamento e viabilizarão a redução gradual da carga tributária.

O governo tomou medidas de desoneração tributária e isto resultou no barateamento da cesta básica. A reforma tributária é prioritária para 2007: simplificar a legislação, desonerar exportações.

Alckmin

Aprendi com Mario Covas que é possível ajustar a receita e a despesa sem mandar a conta para os contribuintes, sem aumentar impostos. Conseguimos reduzir os impostos de mais de 200 produtos, mantendo uma arrecadação suficiente para investir R$ 9 bilhões no último ano do meu governo.

Em resumo: cortando despesas supérfluas e aplicando bem o dinheiro dos impostos criaremos ambiente propício aos investimentos privados, que geram desenvolvimento.

As empresas só investirão pesado, construindo fábricas, abrindo negócios, comprando máquinas e contratando novos trabalhadores, se tiverem segurança jurídica e, em particular, investimentos públicos em infra-estrutura.

Pergunta: O que o sr. copiaria do modelo chinês de desenvolvimento?

A China cresce a uma taxa anual média de 9,6% desde 1979, quando iniciou o processo de reforma de sua economia e abertura ao exterior. No Brasil, o crescimento foi de 2,3% no governo FHC e a previsão é de 2,7% sob Lula.

Lula

A ênfase no crescimento dos investimentos e das exportações, pois este é o caminho para o crescimento rápido e sustentável. Com mais exportações podemos importar mais e manter o balanço de pagamentos equilibrado.

Existe uma ligação direta entre o aumento das exportações e da produtividade. O governo já vem aumentando o investimento em infra-estrutura e, assim como na China, esta será uma das fontes de maior crescimento.

Não existe modelo único de desenvolvimento, seja do FMI ou da China. O que desejamos combina rápido crescimento com distribuição de renda. Agora estamos entrando em nova fase de crescimento.

Alckmin

Cada país tem suas singularidades e por isto não é possível copiar modelos bem sucedidos em outros lugares. O sucesso e fracasso de outros países deve servir como fonte de conhecimento.

O que precisamos fazer é diagnosticar os problemas que impedem o nosso crescimento e buscar soluções. Entre Brasil e China temos diferenças enormes de cultura, regime político e economia.

Podemos aprender com eles como preservar e gerar cada vez mais empregos, diante da força de trabalho de que dispõem. Não deixam nem os juros nem o câmbio prejudicar as empresas locais e procuram atrair investimentos estrangeiros para a produção.

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