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16/10/2006 - 21h29

Lula diz que PSDB acha que pobre é só para eleição

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FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Campina Grande

O presidente e candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse hoje, durante comício em Campina Grande (a 126 km de João Pessoa, PB), que o PSDB "acha que pobre é só para eleição" e que os resultados da atual administração federal deixam os tucanos "com ódio".

"Perguntem ao PSDB, que governou oito anos [...], quantos pobres eles ajudaram, quantas crianças? Nada", afirmou Lula.

"Porque aquela gente não vê pobre, aquela gente acha que pobre é só para eleição", declarou. "Na época da eleição, o voto do mais miserável vale igual ao do mais rico. Na urna, eles são iguais, mas, depois, é tudo para os ricos e nada para os pobres."

Para o presidente, seu governo está "mudando essa lógica". A estabilidade da economia e da inflação, afirmou, "deixa eles [os tucanos] com ódio". Como exemplo, Lula citou o debate com o candidato tucano, Geraldo Alckmin, promovido pela TV Bandeirantes.

"Vocês viram no debate como ele estava bravo", disse. "Bravo que nem a gota serena", declarou, utilizando uma expressão nordestina de espanto por uma situação inesperada. O público, que lotava o pátio de eventos do Parque do Povo, aplaudiu.

"Eu estava tranqüilo, porque aprendi na minha vida a ter um guia político", continuou o presidente, ainda comentando o debate. "Esse guia político é o Gandhi [Mahatma Gandhi, 1869-1948]", disse. "É o homem que enfrentou a Índia", explicou, comparando-se a ele. "Era que nem eu, feio, mas uma pessoa destemida, uma pessoa que percorreu a Índia durante anos, até que conseguiu dobrar o império inglês. Depois mataram ele."

Lula disse que adota o mesmo lema de Gandhi, que pregava a não-violência. E aconselhou o público a não aceitar provocações. "Se alguém quer ficar bravo, deixa ficar", disse. "Mantenha-se calmo. Quem tem razão tem que ficar calmo."

O presidente voltou a provocar seu adversário ao lembrar que ele passou mal durante uma carreata em João Pessoa, devido ao calor. "Ainda tenho comícios para fazer hoje em Mossoró (RN) e Belém (PA), e amanhã em Manaus (AM). Como sou nordestino e o calor não me faz mal como faz para alguém, não faz mal eu ficar aqui", disse.

A estratégia de criticar as privatizações do governo FHC e insinuar que a mesma política poderá ser colocada em prática em um eventual governo Alckmin também foi usada no comício.

"Eu e meus companheiros representamos o outro projeto, que governa com muita facilidade", afirmou. "Eles governaram vendendo o patrimônio público para pagar as dívidas que contraíram, e o resultado final foi zero para a economia brasileira", declarou. "Eles venderam tudo e, quando saíram, deixaram esse país quebrado."

Sobre o suposto favorecimento de aliados em seu governo, Lula disse que também manda dinheiro para os governadores do PFL e do PSDB. "Vá a Sergipe perguntar para o [governador] João Alves se faltou dinheiro para ele, vá a Minas, na terra do [governador] Aécio [Neves] perguntar se faltou dinheiro para eles", disse.

"Eu não olho para a cara do governador, para a cara do prefeito, eu não olho para o partido, eu olho é a cara das nossas crianças, das nossas mulheres, dos nossos trabalhadores", afirmou.

O presidente prometeu ainda durante o comício ressuscitar o projeto de transposição do rio São Francisco. "Vamos trazer para a Paraíba a água do rio, porque estamos fazendo a política de recuperação. É preciso recuperar o rio, recuperar as matas ciliares, para a gente poder trazer um pouco de água para que o povo sertanejo possa beber."

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