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17/10/2006
-
16h23
ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília
O presidente da ADPF (Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal), Sandro Torres, manifestou nesta terça-feira preocupação com o tratamento que o delegado Edmilson Bruno tem recebido da instituição, por ter revelado as fotos do dinheiro apreendido com petistas que seria usado para a compra de um dossiê antitucano. Em reunião com os presidentes do PFL e do PSDB, Torres disse que a associação está acompanhando o caso.
Edmilson foi afastado da investigação logo no início. Foi ele quem prendeu num hotel de São Paulo Gedimar Passos, advogado e ex-policial federal, e Valdebran Padilha, filiado ao PT do Mato Grosso, que estavam com R$ 1,7 milhão, valor que seria usado para a compra do dossiê.
"Temos preocupação com ele. É um homem correto, sério. Mas não podemos afirmar que esteja havendo perseguição [política]", afirmou Torres.
O delegado negou que esteja havendo uma "operação abafa" para protelar as investigações do dossiê, como aponta a oposição, com o objetivo de favorecer a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição. Segundo ele, o prazo de investigação --que já dura um mês sem conclusão-- está razoável.
Apesar disso, Torres pediu o apoio da oposição para que seja aprovada uma emenda constitucional que garanta autonomia para a Polícia Federal. Pela proposta, a PF não seria mais vinculada ao Ministério da Justiça e o diretor da instituição seria escolhido pelo presidente da República numa lista tríplice indicada pela PF, com mandato de dois anos.
Para o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), a preocupação da associação com o delegado evidencia que ele está sendo coagido pela PF por ter revelado as fotos do dinheiro. "Havia uma ordem do ministro da Justiça [Márcio Thomaz Bastos] para que o dinheiro não fosse divulgado. Ele afrontou a ordem do ministro que era contra o interesse público e, por isso, está sendo ameaçado até de demissão", disse.
"Por que uma associação de classe está preocupada com o delegado? O que está acontecendo com ele? Qual o seu pecado?", complementou o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE).
Tasso voltou a repetir que a PF está agindo como "fascista" e a questionar o presidente Lula sobre a origem do dinheiro. "Para o presidente é muito fácil obter esta resposta. São os amigos dele que estão envolvidos", disse.
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Associação demonstra preocupação com delegado afastado do caso dossiê
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da Folha Online, em Brasília
O presidente da ADPF (Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal), Sandro Torres, manifestou nesta terça-feira preocupação com o tratamento que o delegado Edmilson Bruno tem recebido da instituição, por ter revelado as fotos do dinheiro apreendido com petistas que seria usado para a compra de um dossiê antitucano. Em reunião com os presidentes do PFL e do PSDB, Torres disse que a associação está acompanhando o caso.
Edmilson foi afastado da investigação logo no início. Foi ele quem prendeu num hotel de São Paulo Gedimar Passos, advogado e ex-policial federal, e Valdebran Padilha, filiado ao PT do Mato Grosso, que estavam com R$ 1,7 milhão, valor que seria usado para a compra do dossiê.
"Temos preocupação com ele. É um homem correto, sério. Mas não podemos afirmar que esteja havendo perseguição [política]", afirmou Torres.
O delegado negou que esteja havendo uma "operação abafa" para protelar as investigações do dossiê, como aponta a oposição, com o objetivo de favorecer a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição. Segundo ele, o prazo de investigação --que já dura um mês sem conclusão-- está razoável.
Apesar disso, Torres pediu o apoio da oposição para que seja aprovada uma emenda constitucional que garanta autonomia para a Polícia Federal. Pela proposta, a PF não seria mais vinculada ao Ministério da Justiça e o diretor da instituição seria escolhido pelo presidente da República numa lista tríplice indicada pela PF, com mandato de dois anos.
Para o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), a preocupação da associação com o delegado evidencia que ele está sendo coagido pela PF por ter revelado as fotos do dinheiro. "Havia uma ordem do ministro da Justiça [Márcio Thomaz Bastos] para que o dinheiro não fosse divulgado. Ele afrontou a ordem do ministro que era contra o interesse público e, por isso, está sendo ameaçado até de demissão", disse.
"Por que uma associação de classe está preocupada com o delegado? O que está acontecendo com ele? Qual o seu pecado?", complementou o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE).
Tasso voltou a repetir que a PF está agindo como "fascista" e a questionar o presidente Lula sobre a origem do dinheiro. "Para o presidente é muito fácil obter esta resposta. São os amigos dele que estão envolvidos", disse.
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