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18/10/2006 - 14h24

Oposição minimiza pesquisa; governistas evitam "salto alto"

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ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília

Aliado do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, o líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ), avaliou nesta quarta-feira que o aumento da distância entre o tucano e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva --candidato do PT à reeleição--, revelado pela pesquisa Datafolha, deve-se a pouca audiência dos programas eleitorais no rádio e na televisão. O deputado aponta ainda para a estrutura da campanha do presidente Lula.

"Acho que o número das pessoas que não estão acompanhando os programas eleitorais é desfavorável ao candidato Alckmin, que também tem uma estrutura de campanha muito menor do que o candidato Lula, que está usando a máquina pública de forma absurda, está mentindo muito, o que não é do feitio do Alckmin", afirmou, referindo-se ao discurso disseminado pela campanha petista de que, se eleito, Alckmin fará privatizações e promoverá demissão no setor público.

Na análise do pefelista, o cenário será diferente quando o índice de 50% dos eleitores que não assistem aos programas eleitorais --captado por pesquisas internas-- ficar entre 25% e 20%. "Tenho certeza que teremos, quando o programa for mais assistido, o eleitor tomando sua decisão. No final da campanha, a disputa será muito apertada entre os dois candidatos", afirmou Maia.

O deputado preferiu não expor críticas à condução da campanha de Alckmin e o que pode ser alterado para viabilizar o candidato. "Cabe ao coordenador da campanha tomar as posições cabíveis", justificou.

Maia observou, no entanto, que o programa eleitoral de Alckmin na TV se mostrou eficiente no primeiro turno, indicando que uma mudança na campanha não passa por alterações na propaganda política. "O programa que levou o Alckmin numa situação muito boa para o segundo turno não pode ser um programa ruim, tem mais qualidades do que defeitos", disse.

A Folha Online apurou que a oposição busca um discurso capaz de superar o da privatização. A avaliação é que o questionamento sobre a origem do R$ 1,7 milhão para a compra do dossiê antitucano já cansou o eleitorado e não deve surtir mais o efeito que teve no primeiro turno.

Aliados

Entre os aliados do presidente Lula, o resultado da pesquisa, que indica 20 pontos de vantagem do petista com relação a Alckmin, foi recebido com cautela. "A pesquisa é um retrato instantâneo, não pode substituir a campanha nem a livre movimentação dos eleitores. Já tivemos campanhas em que as pesquisas mostraram imensa vantagem para um candidato e, no final, o resultado foi diferente. Não podemos confiar nas pesquisas", disse o presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), que integra a articulação da campanha do presidente.

O líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), disse que a pesquisa revela consolidação da candidatura do presidente Lula e faz com que a oposição entre em desespero aumentando os ataques ao governo. "O ambiente está se consolidando e a oposição entra na fase de desespero final porque percebeu que o tipo de debate que está tentando fazer [sobre o dossiê] perdeu terreno, ao mesmo tempo em que admite que é favorável às privatizações", insistiu Fontana.

Tática

Os governistas se reuniram hoje e decidiram não reagir as iniciativas da oposição de recorrer ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para pedir que acompanhem as investigações do dossiêgate. "Estamos tranqüilos porque o factóide da oposição não pode interferir no processo eleitoral", disse Fontana.

Os aliados de Lula no Congresso decidiram que, além da privatização, vão incorporar ao discurso cobranças sobre a proposta de corte de gastos de Alckmin. "Ele vai ter que dar conseqüência a isso. É muito importante que o povo saiba sobre o Estado mínimo que eles defendem", disse o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).

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