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22/10/2006
-
09h52
da Folha de S.Paulo
A oposição cobrou ontem do Palácio do Planalto explicações sobre denúncias de que o empresário Fábio Luís Lula da Silva, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sócio da empresa Gamecorp, estaria atuando no governo para defender interesses da Telemar, empresa de telecomunicações, e de uma produtora de vídeos.
Reportagem publicada pela revista "Veja" afirma que Fábio, o Lulinha, foi "acionado para defender os interesses da Telemar junto ao governo" e teria ligações com o lobista Alexandre Paes dos Santos, que foi alvo de investigações da PF.
A proximidade do poder justificaria, segundo a revista, o investimento de R$ 15 milhões que a Telemar fez na Gamecorp, empresa cuja sociedade Fábio divide com Kalil Bittar.
Para o coordenador da campanha do tucano Geraldo Alckmin, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), tanto o presidente como seu filho devem explicações. "Essa questão tem de ser esclarecida. O presidente e seu filho deviam dar um amplo esclarecimento ao país. Não estou prejulgando, mas não compreendo a omissão."
Já o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) ironizou. "Esse rapaz é um gênio, cuja genialidade só se manifestou após ele ter um pai na Presidência."
A Folha procurou a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, mas, até o fechamento da edição, não teve resposta.
Conforme a revista, os sócios Fábio e Kalil se reuniram em Brasília com o secretário de Direito Econômica, Daniel Goldberg, em três ocasiões diferentes, para "sondar que posição a SDE [Secretaria de Direito Econômico] tomaria caso a Telemar comprasse a concorrente Brasil Telecom --fusão que a lei proíbe ainda hoje".
Goldberg estava ontem em Bruxelas, para onde viajou a trabalho. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça, órgão ao qual a SDE é subordinada, nos encontros, o assunto tratado foi a indicação de um escritório de advocacia e de uma consultoria em direito tributário para assessorar os sócios na condução dos negócios da Gamecorp.
A reportagem da revista afirma que, quando em Brasília, Fábio Luís e Kallil usavam as instalações de uma sala abrigada no escritório do lobista Alexandre Paes dos Santos, o APS.
Conhecido em Brasília, o nome APS ganhou dimensão nacional em 2001, quando uma de suas agendas, apreendida pela PF com ordem judicial, revelou indicações de que, por meio de lobistas, seriam pagas propinas a políticos.
APS não retornou recados deixados pela Folha na caixa postal de seu celular. À revista, ele confirmou que a dupla ocupava a sala, que lhes fora cedida a pedido da empresária Arlette Siaretta, do grupo Casablanca, um conjunto de empresas que se dedica principalmente à produção de filmes e eventos.
Segundo a revista, o objetivo de Siaretta ao se aproximar do filho do presidente era "abrir as portas do governo" petista, já que ela estava "carimbada" por trabalhos prestados ao PSDB.
A investida, sugere a revista, deu certo, pois a Casablanca "continuou tendo no governo petista a mesma participação que tinha no mercado nos oito anos dos tucanos, algo em torno de 50% de todos os contratos de filmes feitos para as empresas de publicidade que prestam serviço ao governo". Siaretta não atendeu a Folha.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Fábio Luís Lula da Silva
PSDB pede explicações no "caso Lulinha"
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A oposição cobrou ontem do Palácio do Planalto explicações sobre denúncias de que o empresário Fábio Luís Lula da Silva, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sócio da empresa Gamecorp, estaria atuando no governo para defender interesses da Telemar, empresa de telecomunicações, e de uma produtora de vídeos.
Reportagem publicada pela revista "Veja" afirma que Fábio, o Lulinha, foi "acionado para defender os interesses da Telemar junto ao governo" e teria ligações com o lobista Alexandre Paes dos Santos, que foi alvo de investigações da PF.
A proximidade do poder justificaria, segundo a revista, o investimento de R$ 15 milhões que a Telemar fez na Gamecorp, empresa cuja sociedade Fábio divide com Kalil Bittar.
Para o coordenador da campanha do tucano Geraldo Alckmin, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), tanto o presidente como seu filho devem explicações. "Essa questão tem de ser esclarecida. O presidente e seu filho deviam dar um amplo esclarecimento ao país. Não estou prejulgando, mas não compreendo a omissão."
Já o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) ironizou. "Esse rapaz é um gênio, cuja genialidade só se manifestou após ele ter um pai na Presidência."
A Folha procurou a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, mas, até o fechamento da edição, não teve resposta.
Conforme a revista, os sócios Fábio e Kalil se reuniram em Brasília com o secretário de Direito Econômica, Daniel Goldberg, em três ocasiões diferentes, para "sondar que posição a SDE [Secretaria de Direito Econômico] tomaria caso a Telemar comprasse a concorrente Brasil Telecom --fusão que a lei proíbe ainda hoje".
Goldberg estava ontem em Bruxelas, para onde viajou a trabalho. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça, órgão ao qual a SDE é subordinada, nos encontros, o assunto tratado foi a indicação de um escritório de advocacia e de uma consultoria em direito tributário para assessorar os sócios na condução dos negócios da Gamecorp.
A reportagem da revista afirma que, quando em Brasília, Fábio Luís e Kallil usavam as instalações de uma sala abrigada no escritório do lobista Alexandre Paes dos Santos, o APS.
Conhecido em Brasília, o nome APS ganhou dimensão nacional em 2001, quando uma de suas agendas, apreendida pela PF com ordem judicial, revelou indicações de que, por meio de lobistas, seriam pagas propinas a políticos.
APS não retornou recados deixados pela Folha na caixa postal de seu celular. À revista, ele confirmou que a dupla ocupava a sala, que lhes fora cedida a pedido da empresária Arlette Siaretta, do grupo Casablanca, um conjunto de empresas que se dedica principalmente à produção de filmes e eventos.
Segundo a revista, o objetivo de Siaretta ao se aproximar do filho do presidente era "abrir as portas do governo" petista, já que ela estava "carimbada" por trabalhos prestados ao PSDB.
A investida, sugere a revista, deu certo, pois a Casablanca "continuou tendo no governo petista a mesma participação que tinha no mercado nos oito anos dos tucanos, algo em torno de 50% de todos os contratos de filmes feitos para as empresas de publicidade que prestam serviço ao governo". Siaretta não atendeu a Folha.
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